MORTE (Oswaldo Jacob)


1.    A vida cristã existe por causa da morte de Cristo. Esta verdade é testificada pelas profecias acerca de Cristo, Sua vida, Seu sofrimento, Sua morte e Sua ressurreição. Pedro testifica este fato de forma magistral: “Porque também Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1 Pe 3.18). John Owen afirma “a morte da morte na morte de Cristo”.
2.    O discípulo radical está comprometido com a morte e a vida e esta em abundância (João 10.10). Sabemos que a estrada para a vida é a morte… Vida por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida cristãs (Stott).
3.    Pela obra de Cristo, fomos ressurretos dentre os mortos (Rm 6.13). Somos plenamente identificados com Ele na Sua morte e na Sua ressurreição. Há seis aspectos, segundo Stott, que desejo compartilhar com vocês, considerando hoje os três primeiros.
3.1.    SALVAÇÃO
3.1.1.    Em Romanos 6.23 vemos que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus. João, o apóstolo, assevera que aquele que tem o Filho de Deus tem a vida; e o que não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 João 5.12).
3.1.2.    Cristo morreu pelos nossos pecados. Esta certeza basta.
3.1.3.    Assim como ao nascer passamos a morrer, assim, na vida cristã, ao nascermos de novo (regeneração) passamos morrer diariamente (santificação). Vejamos Romanos 6.11. Estamos vivos para Deus mediante a morte de Cristo. A vida de Cristo é a nossa vida. Não mais nós, mas Cristo (Gl 2.20).
3.2.    DISCIPULADO
3.2.1.    Jesus deixou claro que é necessário segui-lO e servi-lO (Mc 8.34,35).
3.2.2.    O crucificado levava a sua cruz. Todos sabiam que ele era fora da lei…
3.2.3.    Não crucificação na perspectiva cristã sem autonegação. Dietrich Bonhoeffer disse: “Quando Cristo chama um homem, ele o convida a vir e morrer”. Devemos tomar a nossa cruz todos os dias (Lc 9.23)
3.2.4.    O discipulado encontra veemente rejeição dos movimentos da Nova Era, da Neurolinguistica, confissão positiva… Um filosofia centrada no homem.
3.2.5.    Voltando a Marcos 8.35, parafraseando-o: “Quem estiver determinado a se apegar a si próprio e a viver por si próprio, perderá a si próprio. Porém, quem estiver disposto a morrer, a perder-se, a se entregar à obra de Cristo e ao evangelho, se encontrará (no momento do completo abandono) e descobrirá sua verdadeira identidade”.
3.2.6.    Discipulado é obedecer a orientação paulina de Romanos 8.13: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis”. 
3.2.7.    Stott declara: “Estou cada vez mais convencido de que a maioria das pessoas vive uma vida cristã problemática porque mimam a si mesmas espiritualmente… A única maneira de vivenciarmos a plenitude da vida é morrendo, ou melhor, sentenciando à morte, crucificando, ou seja, renunciando completamente a nossa natureza autopermissiva e todos os seus desejos”.
3.2.8.    O discipulado tem a ver com a mortificação do pecado. Sobre isso o teólogo dos puritanos John Owen, no seu livro “A mortificação do pecado” (1656), disse: “É mais fácil um homem conseguir ver sem olhos, ou falar sem língua, do que verdadeiramente mortificar um pecado sem o Espírito”.

3.3.     MISSÃO
3.3.1.    A morte de Cristo nos leva à pratica missionária. Temos o perfil do Servo Sofredor (Is 42 e 53).
3.3.2.    Douglas Webster, no livro ‘Sim a Missões’ aborda o tema de forma convincente: “O próprio formado de missão é cruciforme. Só podemos entender missão nos termos da cruz”.
3.3.3.    Quando alguns gregos foram até Filipe querendo ver a Jesus, o Mestre respondeu (João 12.23-25).
3.3.4.    A morte é o caminho para a frutificação (O testemunho de George Muller).
3.3.5.    Jesus deixou claro: Aquele que me serve, siga-me (João 12.26).
3.3.6.    Paulo testemunhou de forma contundente (2 Co 4.12).
3.3.7.    A história de Adoniram Judson em Mianmar (antiga Birmânia).
3.3.8.    Quando os comunistas assumiram o poder na China havia 1 milhão de cristãos. Hoje, calcula-se 70 milhões. Como isso é possível? Responde Tony Lambert: “A razão para o crescimento da Igreja na China e para o surgimento de um avivamento espiritual genuíno em muitas áreas tem ligação total com a teologia da cruz […]. A mensagem integral da igreja chinesa é de que Deus usa o sofrimento e a pregação do Cristo crucificado para gerar avivamento e edificar a Igreja. Será que nós, do Ocidente, ainda estamos dispostos a ouvir? […] A igreja Chinesa […] tem andado no caminho da cruz. A vida e morte dos mártires dos anos 50 e 60 produziram ricos frutos”.       
( Stott, pgs. 103,104).
•    Pela graça de Deus, na outra mensagem, consideraremos mais três aspectos da nossa morte com Cristo: perseguição, martírio e mortalidade.