Aqueles que reconhecem, adoram, amam e obedecem a Jeová como único Deus vivo e verdadeiro constituem o Seu Reino. Ele sempre foi a luz e a vida do mundo. É o sal mediante o qual é preservado. É o fermento que denota crescimento. Reunir Seu povo nesse reino, e conduzi-lo à sua consumação é o propósito de todas as dispensações de Deus, e o propósito para o qual Seu eterno Filho assumiu a nossa natureza. Ele nasceu para ser Rei. Para esse fim Ele viveu, morreu e ressuscitou para que fosse Senhor de todos os que foram pelo Pai dados ao Filho (João 6.39). É muito interessante o conceito paulino sobre o Reino de Deus: “Porque o Reino de Deus não consiste em comer e beber, mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). O Reino não é legalismo e nem paganismo. A natureza do Reino é espiritual que produz cidadãos comprometidos com a comunhão e com a ética de Yahweh.
Reino de Deus é o domínio de Deus em todas as esferas da vida. Há textos muito interessantes nesta direção. “Falarão da glória do teu reino e confessarão o teu poder; o teu reino é eterno; o teu domínio dura por todas as gerações” (Sl 145.11,13). “O Senhor estabeleceu seu trono nos céus, e seu reino domina sobre tudo” (Sl 103.19). No judaísmo posterior, o Reino significa o domínio ou soberania de Deus. Este é o melhor ponto de partida para compreender-se os evangelhos. A palavra basileia é traduzida pela versão inglesa ‘reinado’ ou ‘poder real’ (Lc 19.12; 23.42; João 18.36; Ap 17.12).
O Reino é presente. ‘Jesus considerou Seu ministério como um cumprimento da promessa do Antigo Testamento na História, próxima da consumação apocalíptica. Isto manifesta-se de modo particularmente claro em duas passagens: Isaias 61.1,2 e Lucas 4.21. A profecia de Isaias se cumpre na vida de Cristo e Ele a revela numa leitura publica na Sinagoga de Nazaré. O doutor George Elton Ladd diz que “a afirmação mais forte encontra-se em Mateus 12.28: Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou a vós”. Um dos milagres mais característicos de Jesus foi o exorcismo de demônios. Jesus deixou o povo maravilhado porque através de Suas ordens os homens foram imediatamente libertados da escravidão satânica. “E logo a Sua fama se espalhou por toda a região da Galiléia” (Mc 1.28).
‘A vinda do Reino pelo qual oramos no Pai Nosso significa que a vontade de Deus seja feita na terra, isto é, que o Seu domínio seja plenamente realizado (Mt 6.10). O reino que Jesus designou para os Seus discípulos (Lc 22.29) é ‘ordem de honra real’. A expressão ‘o reino dos céus’ aparece apenas em Mateus, onde é mencionada cerca de trinta e quatro vezes. ‘O reino dos céus’ é uma expressão semítica na qual o vocábulo ‘céus’ é um termo usado em substituição ao nome ‘divino’. (Lc 15.18) (Ladd, 61).
É muito relevante considerar que a nossa Declaração Doutrinária da CBB nos ensina que “o Reino de Deus é o domínio soberano e universal de Deus e é eterno (Dn 2.37-44; Is 9.6,7). É também o domínio de Deus no coração do homem que, voluntariamente, a Ele se submetem pela fé, aceitando-O como Senhor e Rei. É, assim, o reino invisível nos corações regenerados, que opera no mundo e se manifesta pelo testemunho dos seus súditos (Mt 4.17; Lc 17.20; João 18.36; Mt 6.33; 1 Pe 2.9,10)”.
A consumação do reino ocorrerá com a volta de Jesus Cristo, em data que só Deus conhece, quando o mal será completamente vencido e surgido o novo céu e a nova terra para a eterna habitação dos remidos com Deus (Mt 25.31-46; 1 Co 15.24; Ap 11.15). Há segurança neste Reino. Por isso, Paulo deixa claro: “Pois tenho certeza de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem autoridade nem dos celestiais, nem coisas do presente nem do futuro, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.38,39).