Sobre sorriso, preciso quase que somente me ater à insuperável pena de Raimundo Correia:
“Se a cólera que espuma, a dor que mora n’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora o coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa! quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste em parecer aos outros venturosa!”
O que pode estar por trás de um sorriso?
Dor, sarcasmo, alegria, ironia, esperança?
Por trás de um sorriso há sempre um ser humano que, independente do seu momento de vida, merece a contrapartida do nosso sorriso, ao menos de graça e de misericórdia.
BOA NOITE!
Lécio Dornas