OS EFEITOS DA ADORAÇÃO (Ramon Chrystian)

 

OS EFEITOS DA ADORAÇÃO 

BASEADO E ADAPTADO DO TEXTO DE RUSSEL SHEDD. Bibliografia citada no final do artigo

Jesus ao pregar o sermão no monte, certa vez disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6.21)
Jesus em sua infinita sabedoria disse estas palavras que tem preciosa riqueza e verdade. Moldamos-nos na forma do que mais valorizamos.

Como Russel  P. Shedd escreveu: “Se alguém fizer do dinheiro o seu deus, para ele, as pessoas serão desvalorizadas em prol da ganância”(Shedd, 1987 p. 105)

Da mesma forma se alguém fizer do trabalho seu deus… Viverá em função dele, não dando atenção a coisas essenciais da vida. Se viver em função de um corpo escultural, dos prazeres da vida, das aventuras… Onde estiver seu tesouro…estará ali o seu coração.
“A adoração transforma o adorador na imagem do deus diante do qual ele se curva”.(autor desconhecido)

Observemos algumas mudanças que ocorrem na vida daqueles que colocam o seu tesouro em Jesus através da adoração sincera. Vejamos quais os efeitos que esta adoração promove na vida do cristão.

1.       SEGURANÇA

Assim como uma criança confia em seus pais, a adoração genuína promove no cristão um sentimento de confiança em relação ao Senhor: “Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.” (Sl 71.5) O salmista, já em avançada idade, diz claramente que a sua confiança vem do Senhor desde sua juventude. Quando em adoração colocamos nossa confiança no Senhor, nós voltamos nossos olhos para aquele que é o sustentador da história. Reconhecemos que até certo ponto podemos agir, mas dali em diante a soberania de Deus é que opera. Desta forma, deixamos abertas as portas de nossa vida para o agir de Deus.

2.       COMUNHÃO

O contato com o Senhor por meio da adoração promove em nós um sentimento de amor pelo próximo. Temos mais compaixão, mais empatia, sentimo-nos mais na pele do outro. Nos aproximamos de Deus e assim, nos aproximamos do próximo. O sentimento é como o descrito no evangelho de Lucas: E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; (Lucas 10.30-34)

3.       SANTIFICAÇÃO

José de Alencar em um de seus romances escreve: “A sociedade no seio da qual me eduquei fez de mim um homem à sua feição.” [1] A grande verdade é que somos o produto do meio em que vivemos. Ao ter uma vida de adoração contínua, seja orando, louvando, meditando em sua palavra, certamente o Espírito produzirá em nós frutos de santificação.

(Shedd, 1987) fala com muita propriedade: “Sentimo-nos tão incomodados ao tomar conhecimento dos nossos deslizes morais e falhas espirituais na presença do único Deus santo, da mesma forma como nos sentiríamos usando roupas imundas, rasgadas e malcheirosas, na sala do trono, diante de um rei.” (p.108)

4.       VISÃO TRANSFORMADA

Acredito que essa mudança ocorre em duas dimensões principais:

a)       A adoração promove no crente uma forte consciência de seu chamado.  Paulo teve sua visão transformada ao se encontrar com Jesus. Em Damasco, quando teve seu encontro com Cristo, ele obedeceu ao Senhor e passou a ver o evangelho como uma necessidade para o mundo. Paulo partiu para missões e pôs–se a pregar este evangelho a tempo e em fora de tempo. Este desejo de ser testemunha de Jesus está inerente ao coração adorador.

b)       A visão é transformada também em relação ao modo como se encara a vida. Por ter mais segurança, o cristão passa a ser mais otimista, a entender que o que se vê é apenas aparente e efêmero, que o Senhor dirige nossos passos segundo sua vontade. “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.” (Hb 13.14) “(…) Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do SENHOR. Na verdade o povo é erva.” (Is. 40.6,7)

5.       REVERÊNCIA E JÚBILO

“Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” (Hebreus 12.28.29)

“Mesmo os que dirigem os cultos deixam de perceber que a maioria dos cristãos passa seus anos sem jamais parar para perguntar se Deus está satisfeito com o culto a ele oferecido. (…) São como crianças, que, num dia muito frio, param na calçada para desenhar com os dedos numa vitrina embaçada. Que susto têm quando, de repente, vêem através de seus desenhos alguém que os observa.” (SHEDD, 1987 p.111)

  • Vontade de se aparecer; necessidade de afirmação
  • Ativismo religioso (ir porque tem que cantar tocar, falar etc.)
  • Cumprimento de uma agenda
  • Cumprimento de uma obrigação perante as pessoas
  • Tradição (Ir à igreja porque sempre foi…)
  • Encontro meramente social

Qual é a real motivação? O que te faz mover para ir a um culto?
Muitas vezes estamos tão ligados no piloto automático que nossa adoração não acontece, mas apenas um ritual de rotina. Uma obrigação, um ativismo ou um encontro social. Membros dispersos, com o coração vazio, sem esperança de se ter um encontro com o Senhor na adoração pública. A adoração promove em nós um sentimento de satisfação e reverência ao sentir a presença de Deus.

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Salmos 8.3,9)

“O sentimento de reverência na presença de Deus não anula a alegria que também experimentamos. (…) Os atos de adoração relatados na bíblia são caracterizados por um intenso júbilo que brotava no coração do povo de Deus.” (RUSSEL, 2003)

Vejamos algumas passagens que corroboram esta afirmação:

“E os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a arca do SENHOR era vinda ao arraial.” (1 Samuel 4.6)

“E cantavam juntos por grupo, louvando e rendendo graças ao SENHOR, dizendo: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, quando louvaram ao SENHOR, pela fundação da casa do SENHOR.” (Esdras 3.11)

“Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.” (Salmos 33.3)

“Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a destra do SENHOR faz proezas.” (Salmos 118.15)

Reflita sobre os frutos que sua adoração tem produzido. Reflita sobre a autenticidade e integridade. Precisamos refletir… E, se porventura não encontrarmos frutos de uma adoração genuína, o Senhor certamente estará com os ouvidos atentos ao nosso clamor, seus braços estão abertos para nos acolher e nos trazer de volta à sua comunhão.

Ramon Chrystian de Almeida Lima
www.letrasonora.com.br

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[1]Pg. 139- Bosi, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 43ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

Bibliografia:
SHEDD, Russel P. Adoração Bíblica. 1ed. São Paulo: Vida Nova, 1987. 170 p.
RUSSEL, Bob. Uma Igreja de Sucesso. 1ed. São Paulo: 2003