BOM NA TEORIA (Richard José Vasques)

altBOM NA TEORIA
(Richard José Vasques)
 
Creio que isso é uma realidade para todos nós: somos muito bons na teoria, às vezes até excelentes. Sabemos tudo, pesquisamos tudo, lemos tudo, estudamos tudo, e por aí vai. O pequeno probleminha é com relação à aplicação da teoria; o seu uso na prática. Raramente aplicamos aquilo que aprendemos, mas muitas vezes gostamos de falar sobre aquilo que conhecemos ou sabemos. Tipo assim: “sou muito bom nisso”; “essa é a minha praia”; “isso é comigo”. Todos também já ouvimos aquela célebre frase: “faça o que eu mando, não faça o que eu faço”, não é mesmo! Teoria sem prática.
 
Os Critérios de Excelência em Gestão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ – www.fnq.org.br), alinhados aos critérios de vários prêmios mundiais da qualidade, entre eles o Americano e o Europeu, são voltados para resultados. Você pode dizer que faz e acontece, e daí os requisitos dos critérios pedem para você apresentar os resultados decorrentes daquilo que você diz fazer e acontecer. De forma simplista podemos dizer que a estrutura básica dos critérios de excelência funciona assim: Enfoque, Aplicação, Resultados.
 
O Enfoque pede para você dizer o que você faz para atender aos requisitos dos critérios e como você faz isso. A Aplicação pede para você mostrar onde as práticas mencionadas são realizadas, ou efetivamente aplicadas. E os Resultados questionam sobre o que você tem obtido com a aplicação dessas práticas. Podemos também dizer que funciona assim: “os resultados de uma organização (ou de uma pessoa) são decorrentes da aplicação dos seus enfoques.” E para os critérios de excelência, o foco principal está nos resultados.
 
No Instituto Haggai, o foco também está na aplicação prática da teoria. Quando fui convidado para ser um docente do Haggai, o nosso diretor executivo me perguntou o seguinte: “Você aplica o que vai ensinar?” Se você não aplica aquilo que vai apresentar como pode desejar que as pessoas façam isso? Se você não consegue exemplificar a aplicação da teoria, as pessoas que estarão te ouvindo poderão não entender como fazer para aplicar os conceitos apresentados. É claro que não somos perfeitos, temos muito que aprender, mas o fato de você colocar em prática o que fala é fundamental para a transmissão do assunto.
 
Um exemplo de como aplicar a teoria na prática: estou lendo o último livro do Dr. Roberto Shinyashiki, “Problemas? Oba!” (www.editoragente.com.br). Num dos capítulos desse livro, ele fala sobre o método que usa para pedir desculpas, composto de 4 passos, os quais transcrevo:
 
Passo
Exemplo de Aplicação
1.     Peça desculpas com sinceridade
“Peço desculpas pelo transtorno que lhe causei.”
2.     Cite e descreva o fato pelo qual está se desculpando
“Entreguei meu relatório atrasado e isso atrasou seu trabalho também.”
3.     Reconheça o mal-estar que causou ao outro
“Sei que isso o deixou chateado, pois você gosta de entregar seus trabalhos no prazo e precisou se desculpar por uma falha que não foi sua.”
4.     Comprometa-se a fazer diferente daquele momento em diante
“Da próxima vez, comprometo-me a entregar o relatório um dia antes do prazo combinado para você trabalhar tranquilo.”
 
Pensando que devemos aplicar a teoria e não ficarmos somente no conhecimento da mesma, fiz um paralelo com a aplicação da Palavra de Deus em nossas vidas. Muitas vezes conhecemos parte dela, lemos a Bíblia, sabemos da orientação de como proceder, mas infelizmente não aplicamos esses conhecimentos no nosso dia-a-dia. Quando falei em resultados, lembrei-me que Jesus diz assim em João 15.16a: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto (resultado), fruto que permaneça …”.
 
Outro paralelo foi o seguinte: “Em relação ao pecado (tudo aquilo que desagrada a Deus, que nos separa de Deus, pois Ele é Santo), dá pra aplicar o método do Shinyashiki, usado para as desculpas?” Creio que ficaria mais ou menos assim: 1. Peço perdão pelo pecado cometido; 2. Descrevo exatamente qual foi esse pecado; 3. Sei que isso deixou o Espírito Santo chorando mais por mim; e 4. Comprometo-me a não ter mais esse deslize novamente. Fechou? Taí o desafio, inclusive para aquele “pecado de estimação”, que cada um de nós sabe qual é (não é mesmo!), pois:
 
“Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria.” Salmo 66.18; e “Vejam! O braço do Senhor não está tão encolhido que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir. Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso não os ouvirá.” Isaías 59.1-2. Queremos manter o canal de comunicação aberto? Vamos por a teoria em prática? Boa semana.
 
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