Adoração não é uma simples performance vocal ou instrumental. Adoração não é um movimento corporal estereotipado. Adoração não é cantar como adoradores comprometidos vivendo de forma descomprometida. Adoração não é delimitar um espaço físico para Deus se manifestar. Adoração não é “vibrar” na celebração com outras pessoas sem “vibrar” no cotidiano. Adoração não é uma simples leitura de uma partitura que é desenvolvida de forma fria e sem expressão. Adoração não é se apoiar nos candidatos a ídolos da música gospel. Adoração não é maquiar a vida através de expressões, frases ou palavras. Adora ção não é fazer de conta. Adoração não é ritual que despreza a sensibilidade e o coração. Adoração não é o canto externo. Adoração não é obrigação que escraviza.
Adoração é vida comprometida com Deus e com o próximo – “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo…” (Mr 12.30-31). Adoração é o resultado da experiência pessoal com o Cristo libertador. Adoração é estar com Deus sem se preocupar com a geografia – “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Adoração é expressão do relacionamento com Cristo no cotidiano. Adoração é optar pela sinceridade diante daquele que tudo sabe, mesmo quando muitos escolhem utilizar uma máscara. Adoração é o canto do coração. Adoração é menos fórmulas e mais agir de Deus. Adoração é ser livre para expressar a Deus o puro louvor. Adoração é reconhecer que Deus é a única platéia. Adoração é esquecer o homem e fixar os olhos no Todo Poderoso – “Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores” (Sl 138.1). Adoração é caminhar com equilíbrio, vivendo os propósitos eternos de Deus. Adoração é quebrantamento e humildade diante da misericórdia do Pai.
Adoração precisa ser em tempo integral. Não como uma demonstração de perfeição, pois não seria real, mas como meta a ser buscada por aqueles que fazem parte da grande família de Deus. A adoração precisa ser pessoal, cultivada e experimentada na individualidade da relação com Deus, nos momentos difíceis da vida, nas horas inesperadas e nas grandes conquistas. A adoração precisa ser coletiva, produzida por pessoas que experimentam de Deus e se reúnem para celebrá-lo com alegria. A adoração precisa ser canalizada ao Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, único digno de ser adorado – “Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.36). A adoração precisa ser desenvolvida mais com o coração e menos com os lábios. A adoração precisa ser a expressão daqueles que estão se quebrantando diante da grandeza insondável de Deus. A adoração precisa ser cultivada nos parâmetros da Palavra de Deus para não ser arrastada pela “correnteza” da vaidade e do orgulho que assume o seu lugar. A adoração precisa ser desenvolvida nos momentos, os mais complexos e simples da existência humana.
Fuja da adoração que não é, se apegue na adoração que é, e reflita na adoração que precisa ser.