Preferir é escolher, é, ao menos desejar ter ou saber o que deseja se puder ter. Nossas preferências, revelam nossas crenças, valores e princípios; mostram também nossa personalidade, gostos e, de quebra, deixam claro o que nos dá prazer.
Temos preferência que abrangem desde as de natureza gastronômica até as que têm a ver com nossos relacionamentos, profissões, religiões e até previsões ou visões do futuro.
Claro que, nem sempre e nem em tudo conseguimos fazer prevalecer o que preferimos. Mas que é natural lutarmos para que isso aconteça, não há dúvida.
No entanto o fato de termos preferências, lutarmos por fazê-las prevalecer e sentirmos prazer quanto isso acontece, não significa, necessariamente, que elas apontem sempre o melhor para nós.
Há preferências das quais até nos orgulhamos em anunciá-las, que se prevalecerem, trarão prejuízos e dor para nós. Obviamente que enquanto as alimentamos não enxergamos o potencial devastador que abrigam. Normalmente elegemos nossas preferências pelo prazer que entendemos nos proporcionarão; não olhamos habitualmente os prejuízos que possam nos causar.
E é aí que mora o perigo.
Eleger preferências a partir do prazer que esperamos sentir significa eleger o prazer como a nossa principal preferência. E isso implica num existir hedonista que nos empurrará não poucas vezes, à fuga da realidade. Mas as nossas preferências deveriam tornar nossa realidade melhor para nós e para as pessoas com quem nos relacionamos.
Preferir é usar o nosso livre arbítrio e exercer a nossa liberdade; Porém, também é assumir os ônus e os bônus que nossas escolhas nos legarão; implica, portando, em responsabilidade. Temos consciência disso, filtramos nossas preferências pela análise de suas reverberações e, usando o bom sendo, aceitamos que o resultado desta análise redefina, re-signifique e amadureça nossas decisões.
Sendo assim, o que importa não é ter preferências, tampouco ostentá-las. O que vale mesmo é ter consciência crítica e deixar que o nosso Deus, por Sua Palavra, avalie as nossas preferências e nos molde para que, o que venhamos a desejar, esteja sempre em harmonia com as preferências perfeitas de Deus para a nossa vida ( Romanos 12.2).
Possivelmente tenham sido essa consciência crítica e essa submissão à vontade de Deus, as responsáveis pela declaração dos filhos de Corá:
“Prefiro estar à porta da casa do meu Deus…” ( Salmos 84.10b).
BOA NOITE!
Lécio Dornas