1Crônicas 17.16-27 — QUANDO DEUS ABENÇOA
Consolidado rei de Israel e agora muito rico, Davi tem o desejo: construir um templo onde a arca da Aliança pudesse descansar e Deus fosse adorado publicamente com mais conforto e beleza.
No entanto, Deus anuncia que não permitirá a concretização deste ideal, inclusive porque a carta foi construída para ser portátil, tão portátil que acabou perdida, talvez uma providência divina para não ser adorada pelas pessoas.
Diante do "não" de Deus, Davi se recolhe na presença dele, numa tenda, talvez diante da arca da Aliança. Depois de meditar, faz sua oração, que começa com uma auto-humilhação. "Quem sou eu" não é, na Bíblia, uma pergunta, mas uma afirmação de humildade (Êx 3.11, 1Sm 18.18, 2Sm 7.18, Sl 8.4). Deus, quando se revela a Moisés, é o "Eu sou" (Êx 3.14). Jesus também se apresenta nos mesmos termos, como Alfa e Ômega, Princípio e Fim (Ap 21.6).
A partir desta perspectiva, a oração se desenvolve em duas partes. Na primeira, Davi exalta a Deus. Ele olha para si mesmo e exalta a a Deus.
O rei-poeta, na segunda parte, formula o seu pedido, que é outra forma de exaltação a Deus, sobretudo ao desejar que a sua promessa se cumpra (verso 23). Na verdade, "a oração de Davi é o seu ‘amém’ à promessa de Deus".
Davi é mesmo um homem de fé, que o leva a celebrar: "o que tu, Senhor, abençoas, abençoado está para sempre" (verso 27).