AMOR DE PAI (Richard José Vasques)

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(Richard José Vasques)

 

Ao voltar para casa, após o almoço de domingo, fiquei com esse título em minha mente. Na nossa igreja temos os chamados Grupos Familiares (GF), e eu participo de um deles há quase quatro anos. Em outras igrejas no Brasil e no mundo, esses grupos são também comumente chamados de Pequenos Grupos (do Inglês “Small Groups”) ou Células.

Esses grupos geralmente contemplam um ambiente de comunhão entre pessoas, permitindo um maior conhecimento entre elas, além de estudos para crescimento no conhecimento e entendimento da Palavra de Deus (Bíblia).

 

Uma das pessoas que participou do GF que participo até hoje, é uma senhora casada que tem um único filho. Após alguns anos de casamento, ela se separou do seu marido e passou e morar sozinha com seu filho pequeno. Convivemos nesse grupo por uns dois anos juntos. O menino tinha em torno de onze anos de idade quando nos conhecemos; hoje tem quinze anos e já é um mocinho. Creio que ela ficou separada do marido uns cinco anos, e ele sempre tentava voltar, mas não encontrava aprovação por parte dela.

 

Depois de tanta insistência, ela aceitou. Isso fez com que ela se desligasse do nosso GF. O pai demonstrava todo carinho e queria estar sempre com o filho. Constantemente eles saiam juntos para passear. Entendo que era um momento de aproximação, talvez tentando recuperar o “tempo perdido”. A aproximação do casal parecia muito difícil, com resquícios do passado que não queriam se apagar. Depois de algum tempo perdemos o contato e não nos vimos mais.

 

No domingo passado nos encontramos em um restaurante aqui no Rio de Janeiro. Foi uma surpresa agradável, nos abraçamos e vimos que o menino agora é um moço. Cresceu, conversa bem, já tem opinião formada sobre alguns assuntos e gosta de compartilhá-la. Muito bom. Perguntei se ele estava bem na escola, na igreja, etc. Em dado momento, criei a coragem de dirigir à nossa amiga, uma pergunta que considerei “capiciosa”: “E você, como está indo no relacionamento com o seu marido?”. Antes de ela me responder, o garoto disse: “Eles são simplesmente amigos.” Ela concluiu: “Está tudo indo bem.”

 

Continuei, perguntando ao menino: “E aí, tem passeado muito com o seu pai?”. A resposta veio rápida e me surpreendeu: “Não, eu estive brigado com o meu pai.” Perguntei: “O que aconteceu”. E o menino me respondeu: “Ele me deu um soco na cara.” Quase cai de costa. Todo aquele amor mostrado no início do retorno ao relacionamento culminou com um soco na cara do filho de mais ou menos treze anos de idade, pois o garoto me falou que ficou sem falar com seu pai por quase dois anos, e que perdoá-lo foi muito difícil, ou será que ainda está sendo muito difícil?

 

Lembrei-me do seguinte versículo: “Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o pedir.” (Lucas11.13). E aí, como interpretar a ação daquele pai: o que será que o filho pediu para receber um soco no rosto? Será que há justificativa para isso?

 

À noite o meu pastor pregou sobre a cruz de Jesus, nos lembrando que ele foi crucificado, morto, sepultado e que ressuscitou (Jesus está vivo, aleluia!). Quando ele estava falando veio à minha mente uma música que aprendi nos Estados Unidos, e que fala justamente sobre isso. Senti vontade de subir na plataforma, pegar uma guitarra que estava lá em cima e tocar e cantar essa música, cuja letra é a seguinte:

 

“Lord I lift your name on high. Lord I love to sing you praises. I’m so happy you’re in my life. I’m so happy you came to save us. You came from heaven to earth, to show the way. From the earth to the cross, my debt you’ve paid. From the cross to the grave, from the grave to the sky, Lord I lift your name on high.” Vejam a tradução e que interessante a trajetória de Jesus:

 

“Senhor Jesus eu exalto o seu nome. Senhor, eu amo cantar louvores a ti. Eu estou muito feliz porque você está em minha vida. Estou muito feliz porque você veio para nos salvar. Você veio do céu para a terra, a fim de nos mostrar o caminho. Da terra foi para a cruz, e lá pagou os meus pecados (meu débito). Da cruz para o sepulcro, e do sepulcro para o céu. Ò Senhor, eu exalto o teu nome.” Céu, terra, cruz, sepulcro, céu. Tudo isso para nos resgatar. Presente e amor do Pai por todos nós, aos que crêem: ”Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus.” (João 1.12)

 

Então, dá pra fazer um paralelo entre a postura e o amor de um pai? Dá pra aceitar o amor do Pai por nós? Como está você no papel de pai? Para nossa reflexão (também inclui as mamães). Boa semana.

 

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