É uma evidente contradição: Temos muito mais a agradecer do que a pedir, mas pedimos muito mais que agradecemos. Ainda somos detalhistas meticulosos ao pedir e generalistas ao agradecer.
Parece que isso tem a ver com o modo como vemos a vida, sempre com o foco no que nos falta, no que ainda não recebemos; nunca no que já temos, já conquistamos e já recebemos de Deus. Enquanto olharmos assim, insatisfeitos, a vida; falaremos assim, insaciáveis, com Deus.
A Bíblia orienta persistência no pedir (Mat. 7.7) e abrangência no agradecer (1 Tes. 5.18). O pedir com persistência pressupõe critério seletivo, foco e priorização de necessidades. O agradecer com abrangência pressupõe memória, atenção e valorização do que se recebeu. Mas o homem inverte as coisas e tende ser abrangente no pedir e, por isso, acaba sendo seletivo no agradecer. E aí está posta a situação: Quem pede tudo, não sabe ainda do que precisa de fato; quem agradece pouco nunca valoriza o quanto já tem.
Em função disso, mesmo pedindo o tempo todo, ainda não aprendemos a pedir (Tg. 4.3); e, por agradecermos pouco, acabamos entre os que se esquecem de agradecer (Lc. 17.17).
É aconselhável, portanto, repetirmos hoje, a súpplica daquele discípulo do Senhor, cuja resposta resultou na extraordinária e conhecidíssima oração do Pai Nosso:
“Ensina-nos a orar” (Lc. 11.1).
BOA NOITE!
Lécio Dornas