OPTANDO PELO PORTO SEGURO (Richard José Vasques)

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Na semana passada assisti a um trecho de um filme chamado “De volta para casa” se não me falha a memória. Nesse filme, um casal canadense, que tem um casal de gêmeos, descobre que o menino está com câncer. A partir desse diagnóstico começa uma “tempestade” na vida deles. Indicação clínica: quimioterapia (temos ouvido falar muito nisso ultimamente). Os pais ficam desesperados, porém a irmã encara o fato naturalmente e continua a se relacionar com o irmão da mesma maneira (criança é outro papo, não é mesmo!).

 

O pai praticava bruxaria e ensinava isso aos filhos. A mãe, por sua vez foi buscar solução para a cura do filho em outras fontes. Numa igreja católica brigou com o padre após a sua oração (não foi o que ela gostaria de ouvir). Em uma reunião com familiares (pais, tios e avós) ouviu sobre um curandeiro polonês que estava visitando a Rússia. Ele decidiu levar o filho até o famoso curandeiro apesar da oposição do marido. Lá chegando viu uma grande multidão que tinha o mesmo objetivo (cura pessoal ou de alguém). Parecia ser impossível ser atendida, mas ela não desistiu.

 

Resumindo a estória: após passar pelas mãos do curandeiro, o menino ficou melhor e ela voltou ao Canadá. Levaram o menino para fazer exames no hospital onde havia sido diagnosticado o câncer e os exames revelaram que o tumor havia desaparecido. Festa total. Pouco tempo depois o menino teve uma recaída; o tumor voltou. Chamaram o curandeiro que nada pôde fazer. A solução foi voltar à quimioterapia em tratamento intensivo.

 

Essa estória me fez refletir no quanto as pessoas estão sem rumo, sem um porto seguro. Quando tudo vai bem é mais fácil e simples. Tudo está bem! (mesmo assim ocorrem “tempestades”). Quando algo preocupa, a tendência é buscar solução em todos os “portos” possíveis, mesmo sem conhecê-los adequadamente e sem ter relação com eles. Simplesmente acreditamos no que as pessoas nos falam e vamos lá (com fé) esperando que os procedimentos adotados tragam as soluções desejadas, necessitadas ou esperadas.

 

Qual tem sido o seu porto seguro, onde você pode “atracar” para buscar solução para a sua necessidade ou problema durante as tempestades? Todos passamos por turbulências na vida. Mais cedo ou mais tarde elas vêm; de formas diferenciadas para cada um, mas vêm. E aí como enfrentá-las? Primeiro chegam o medo, a insegurança e as dúvidas. O que fazer, como agir? Nesse momento descobrimos um pouco da nossa fragilidade, da nossa incapacidade de resolver tudo. Sentimos necessidade de confiar em algo ou algúem; precisamos de um porto seguro.

 

No capítulo 27 do Livro dos Atos dos Apóstolos (Novo Testamento), o apóstolo Paulo nos conta de uma viagem sua de navio. Os ventos fortes enfrentados os impediram de prosseguir viagem. Tentaram atracar em um porto, depois em outro, enfrentaram novos ventos fortes, quase foram à deriva, jogaram toda a carga do navio fora tentando se salvar, até que pararam em uma ilha. A seguir apresento alguns versículos que destaquei dessa situação, com pequena adaptação para aplicação de concordância ao texto:

 

Já em alto mar, Paulo disse: "Senhores, vejo que a nossa viagem será desastrosa e acarretará grande prejuízo para o navio, para a carga e também para as nossas vidas. O navio está sendo arrastado pela tempestade e não podemos resistir ao vento. Por estarmos sendo violentamente castigados pela tempestade, vamos lançar fora a carga. Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, perdemos toda a esperança de salvamento, porém recomendei-lhes que tivessem coragem, pois nenhum deles perderia a vida; apenas o navio seria destruído, pois na noite anterior apareceu-me um anjo do Deus a quem pertenço e a quem adoro, dizendo-me: ‘Paulo, não tenha medo. É preciso que você compareça perante César, porisso Deus deu-lhe as vidas de todos’. Assim, tenham ânimo, senhores! Devemos ser arrastados para alguma ilha. Agora eu os aconselho a comerem algo, pois só assim poderão sobreviver. Nenhum de vocês perderá um fio de cabelo sequer. Estavam a bordo 276 pessoas e todos chegaram a salvo em terra.”

 

Enfrentamos tribulações e turbulências, mas temos alguém que é o nosso Porto Seguro, onde podemos “atracar para solucionar nossos problemas”. Muitas vezes teremos de “jogar alguma coisa no mar”, rever o que estamos fazendo para não afundarmos. Rever nossas práticas e buscar suporte. Nas minhas tempestades, o meu Porto Seguro tem sido o Deus criador de todas as coisas ao qual tenho acesso direto por meio de Jesus Cristo, meu Senhor e Salvador. E você? Que porto tem buscado? Medite um pouco na história do apóstolo Paulo e faça um paralelo com a sua vida. Grande abraço. Boa semana.

 

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