BOM DIA: Para uma teologia que não mate, 3

Precisamos de uma teologia que parta da realidade de Deus e considere com seriedade o sonho e o drama do ser humano, para que não sejamos consumidores ingênuos de frases feitas, bem ou mal-intencionadas. (Ouçamos esta frase, repetida por aí: "Se a vida do irmão não prospera, pode crer, é porque o irmão está em pecado. Da mesma forma acontece na enfermidade: se o irmão está doente, é porque precisa se acertar com Deus, porque doença não é coisa de Deus, é do maligno". Escutemos também este testemunho: "Ouvi e acreditei: ‘Crê em teus profetas e prosperarás’. Eu mesma já adoeci por profetadas deste tipo e ainda continuo matando um leão por dia por causa disso. Confesso: não tem sido fácil!")
Uma boa teologia considera os seguintes pressupostos, entre outros:
. No princípio, era Deus.
. Deus nos criou à sua imagem-semelhança ("imago Dei"), o que implica que temos algumas de suas virtudes, como: o desejo por termos intimidade uns com os outros, o imperativo para vivermos de modo santo e a vontade de nos assemelharmos com Ele, como visualizado em Jesus Cristo.
. Nossa "imago Dei" foi estilhaçada, de modo que as virtudes da imagem-semelhança ficaram manchadas pelo nosso pecado.
. Deus, para recompor em nós sua imagem-semelhança, se pôs em ação, sendo o envio de Jesus Cristo ao mundo sua maior e mais bela cartada, resultando num projeto, ainda em curso, por meio da igreja, de restauração de toda a humanidade.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO