QUAL É A IGREJA VERDADEIRA? (Oswaldo Jacob)

Esta é uma indagação pertinente diante dos absurdos que temos presenciado neste tempo. É vergonhoso as pessoas afirmarem: “Pequenas Igrejas, grandes negócios ou Grandes Igrejas, grandes negócios”. É impressionante o pragmatismo religioso. A busca pela mera produtividade como se as pessoas fossem animais a serem comercializados. Este tempo pós-moderno é um tempo de espiritualidade rasa e comunhão superficial. Vivemos um tempo de mau testemunho do chamado ‘grupo gospel’. Sabemos que Jesus Cristo criou a Sua Igreja e é o fundamento dela (Mt 16.16-18). Ele é a Pedra Angular que segura todo o edifício. A base inamovível da Igreja Verdadeira. O Senhor Jesus deu a Sua vida pela Igreja. O Seu amor pela igreja é o modelo de amor no casamento. Ele quer que a Sua igreja seja a Igreja do Novo Testamento, especialmente a de Atos dos Apóstolos.  
Neste assunto palpitante, todo problema espiritual tem raiz teológica. Sua solução depende do ensino das Sagradas Escrituras e da correta compreensão desse ensino. Essa correta compreensão constitui uma filosofia espiritual, isto é, um ponto de vista, um terreno de grande vantagem de onde se pode divisar, de vez, toda a paisagem, surgindo cada pormenor em sua relação própria para com os demais. Uma vez atingindo esse vantajoso terreno estamos aptos a avaliar qualquer ensino ou interpretação que se nos ofereça em nome da verdade (Tozer, 24,25).
Na Igreja Verdadeira a compreensão reta e exata dos dons do Espírito depende da reta conceituação da natureza da Igreja. O problema dos dons não pode ser isolado da questão maior, e nem resolvido por si. A verdadeira Igreja é um fenômeno espiritual que surge na sociedade humana, e que até certo grau se entremistura com ela, dela porém diferindo bastante por certas características vitais. A Igreja se compõe de pessoas regeneradas que diferem doutras pessoas humanas pelo fato de viverem uma vida de qualidade superior, que lhes foi infundida por ocasião da sua renovação interior. Tais pessoas são filhos de Deus num sentido bem diverso em que o são os demais seres criados. A origem deles é divina, e a cidadania deles está no céu. Adoram a Deus no Espírito, regozijam-se em Jesus Cristo e já não mais confiam na carne. Fazem parte duma geração eleita, dum sacerdócio real, duma nação santa, e são um povo peculiar, ou especial (Tozer, 25). 
A verdadeira Igreja é a de Jesus Cristo. Comunidade do carisma. Corpo Vivo de Cristo cujos membros são dependentes do Pai e interdependentes (cada membro juntado ao outro, dependendo um do outro em amor). Há uma harmonia e sintonia entre os membros do Corpo. A verdade é um dos princípios éticos da vida do Corpo ou do organismo. O amor é o principio da convivência saudável. A alegria é a música do coração e dos encontros ou da mutualidade. A missão deixada por Jesus é imperativa (Mt 28.18-20). O contentamento é a expressão da liberalidade autentica. A transparência é uma característica da comunhão entre os irmãos. A santificação é um traço distinto da vida com o Senhor. O testemunho é a expressão sincera da fé em Cristo Jesus (At 1.8). 
Ser a verdadeira Igreja de Jesus é uma honra, mas também uma grande responsabilidade. A Igreja do Novo Testamento, especialmente a Igreja de Atos dos Apóstolos, era uma igreja que adorava a Deus em espirito e em verdade; aprendia as Escrituras com espirito quebrantado; comungava a partir da obediência e testemunhava os feitos de Cristo na comunidade. Uma Igreja cuja mensagem era a mensagem da cruz (1 Co 1.18; 2.1,2). O prazer da Igreja era revelar Cristo por meio de  atitudes e atos coerentes. Havia um compromisso com o ser e o fazer de Cristo. O serviço (ou diaconia) da Igreja era intenso e impressionava o povo. As pessoas de fora eram atraídas pelo modo de vida dos crentes primitivos. A igreja era respeitada. Relevante no seu compromisso com Cristo Jesus, buscando, acima de tudo, a Glória de Deus Pai.
 
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