Por que nos recusamos a pensar na ideia de que morreremos e o comando da nossa família ou das nossas coisas (se guardamos algumas) ou das nossas idéias (se escrevemos algumas) ou dos nossos ministérios (no caso dos pastores de cajados longos) será passado a outro?
Deus não permite que saibamos quanto tempo viveremos (a exceção foi o rei Ezequials, no século 7 a.C., que soube de antemão que duraria mais 15 anos), mas nos faz saber (e nem precisaria!) que morreremos.
Por que não pomos os nossos olhos no que é presente e no que é futuro, se cremos, cristãos sendo, que, encerrada esta jornada terrena, já estamos inscritos na outra, totalmente eterna?
Se ignorarmos que passa rápido a vida, ela não só passará rápido, como é de sua natureza, como pouco realizaremos no seu curto período.
Uma boa maneira de viver bem a vida, considerada a realidade do seu fim, vale dizer, a morte, é organizá-la em projetos de até dez anos.
Pensar assim é imaginar que, a cada dez anos, o prazo de validade de nossa vida é renovado. Pensar assim é saber que dez anos passarão rápido. Pensar assim é, ao final do período, olhar para trás e dizer que valeu a pena.
Conquanto tenhamos toda uma vida, devemos dividi-la imaginariamente em período de dez anos.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO