PERSEVERAR (Richard José Vasques)

altUm chefe que tive na década de 80 costumava dizer o seguinte: “não esmorecer para não desmerecer”. Frase secular voltada à manutenção do seu nível de desempenho. Manter e melhorar, não piorar. Ele dizia que essa frase era de um famoso general que nós não conseguimos descobrir o nome. Resumindo: persevere, não desista, não desanime, siga em frente, pois se você esmorecer, você deixará de merecer. Coisas do mérito. Ouvimos sempre nosso pastor falar sobre isso. Ainda bem que no nosso relacionamento com Jesus as coisas são no nível da graça (dom gratuito, imerecido) e não do mérito.

 

Nós não merecíamos, mas recebemos: “pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus.” (Efésios 2.8). Pela fé recebemos. Perseverar na fé, continuar crendo. Continuar esperando. Mas se as coisas não estão indo do jeito que gostaríamos você pode perguntar: “até quando esperar? A resposta volta-se novamente para a sua fé: “até onde você realmente crê?” Em relação a isso me lembro de dois versículos:

 

1.    (Marcos 5.36b): “não tenha medo, tão-somente creia” (NVI). Na versão de “A Mensagem”, Eugene Peterson escreve assim a palavra de Jesus àquele homem cuja filha estava à beira da morte: “não dê atenção a eles, apenas confie em mim; e

2.     (Marcos 9.23b): “tudo é possível àquele que crê” (NVI), ou “tudo é possível para quem tem fé” (A Mensagem).

 

Como tenho dito, é um desafio. Precisamos continuar praticando, a fim de amadurecermos. Eu tenho procurado aprender a orar. Minha base de estudo tem sido o livro “Ocupado demais para deixar de orar” de Bill Hybels (www.hagnos.com.br). Esse livro dá diretrizes para chegarmos lá. Não é uma receita de bolo. Há necessidade de se entender os conceitos, lendo e relendo o livro, anotando os pontos importantes, e mais do que isso, colocando o aprendizado em prática. Como já disse James Hunter, autor do livro “O Monge e o Executivo (Editora Sextante): Intenção sem ação é igual a NADA.

 

Num dos trechos do livro, Bill Hybels diz que precisamos lembrar que Deus é onipotente, onisciente e onipresente, e que Ele pode nos ajudar independentemente do tamanho do nosso problema ou necessidade. O poder dele é suficiente. Geralmente nós não cremos nisso e queremos sempre dar o nosso jeito. Não é que não temos de fazer a nossa parte, o problema é desejarmos fazer a parte de Deus, “dar uma mãozinha” pra Ele.

 

Quando oramos Deus nos mostra o que fazer. A partir daí fazemos a nossa parte, e Ele com certeza faz a dele. Bill Hybels também comenta em seu livro que “os céticos podem argumentar que as orações respondidas são meras coincidências, porém como comentou um arcebispo inglês: é impressionante quantas coincidências acontecem quando alguém começa a orar.” Conclusão: perseverar em oração fazendo a nossa parte sob a orientação de Deus. Praticar. No momento certo veremos os resultados.

 

Saber esperar. Coisa difícil. Somos imediatistas e queremos tudo no estilo “fast-food”. Infelizmente ou felizmente, não é assim que acontece. Felizmente porque pode acontecer algo provocado por nós que vai trazer ainda mais resultados negativos. Infelizmente porque teremos de aguardar mais um pouco, ou seja, exercitar ainda mais a nossa confiança no Senhor. Mas será que isso pode ser caracterizado como “infelizmente”? Não seria mais uma oportunidade de crescimento, de amadurecimento, de aprendizado?

 

É difícil entender dessa maneira, mas ao passarmos por essa experiência com certeza estaremos mais fortalecidos para enfrentarmos as outras etapas da nossa vida. Não se esqueça: a vida continua. Temos altos e baixos. Quando você estiver em alta prepare-se para os momentos de baixa. E quando estiver em baixa prepare-se para sair dele e voltar à superfície. É cíclico.

 

“Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória.” (Provérbios 21.31). Confie, persevere. Boa semana.

 

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