Quando pensamos em sucesso, creio que imaginamos algo bom; algo que podemos desejar que também venha a ocorrer conosco, não é mesmo? Parece que é uma coisa boa. Quando alcançamos um resultado almejado geralmente nos sentimos bem, nos sentimos gratificados e alegres. Às vezes olhamos para alguém que está tendo sucesso e imaginamos que um dia nós também poderemos chegar lá. Isso nos transmite algo positivo e pode até nos incentivar a ir em frente.
Mas e quando o sucesso leva a resultados negativos, e muitas vezes às tragédias. Na semana passada recebemos a notícia da morte de Whitney Houston, cantora com várias músicas de sucesso e muitas conquistas. Ela começou a cantar com 11 anos de idade na Igreja Batista da cidade de Newark, no Estado de Nova Jérsei, nos Estados Unidos. Teve projeção nacional e internacional sendo considerada uma das maiores cantoras de todos os tempos. Não conheço muito sobre a vida dela, mas pelo pouco que li, viveu muitas tribulações, incluindo dependência química. Como explicar isso?
Imediatamente lembrei-me de: Elvis Presley, Cazuza, Renato Russo, Amy Winehouse e Cássia Eller. Confesso que não me esforcei para me lembrar de outros nomes, mas creio que essa amostragem já nos dá uma idéia de que a coisa é complicada. Pessoas com sucesso, projeção, dinheiro, acesso a tudo o que desejam se acabando como eles se acabaram. O que se pode concluir disso? Talvez que bens materiais não são tudo, que esses bens não preenchem os possíveis vazios dos nossos corações.
Sabemos que as coisas materiais vão ficar por aqui quando partirmos, mas nos apegamos a elas. Jó disse o seguinte: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei” (Jó 1.21a), ou seja, vim sem nada para este mundo e dele nada levarei. Então por que será que agimos assim? E quanto a essas pessoas de sucesso, por que será que tendo tudo se entregam às drogas? Costumamos dizer que falta Deus, que no coração do homem há um vazio que só Deus pode preencher. Mas e quanto a essas pessoas que já estavam no caminho? Desviaram-se? O sucesso as fez desviar?
Não seria mais coerente estarem agradecendo a Deus pelo sucesso? Mas desviam-se do caminho. Alguém já disse assim: “é o preço do sucesso.” E o preço do sucesso tem de sempre ser tão alto assim, requerer a própria vida? Jesus disse: “o ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.” (João 10.10). Roubar, matar e destruir a vida. Teoricamente o resultado do sucesso permite todos os prazeres da vida, até mesmo aqueles que levam à morte, e as pessoas têm optado por esse caminho.
O alimento do sucesso é a pressão, ações ininterruptas voltadas para resultados, em sua maioria relativos a dinheiro. Quem te promove ou patrocina quer muito mais de volta e não se preocupa com o preço que você terá de pagar. Você não quis entrar nessa? Então pague o preço. Onde estamos pretendendo chegar? Que preço você está disposto a pagar? Será que valerá à pena? O que você deixará pra trás?
O Rei Salomão escreveu no Livro de Eclesiastes que ele experimentou de tudo e que tudo era vaidade. O título da primeira parte do capítulo 2 desse seu livro é: ”Os Prazeres Não Têm Sentido”, na Nova Versão Internacional da Bíblia. Podemos até achar que há algum sentido nos prazeres, principalmente nos momentos iniciais, mas passados alguns minutos geralmente concluímos que Salomão tinha razão.
Onde tem estado o seu foco? Lembre-se da citação de Jesus:
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavra e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda.” (Mateus 7.24-27).
Será que é possível transferirmos os alicerces da nossa casa da rocha para a areia? Ou abandonarmos a nossa casa construída sobre a rocha e a substituirmos por outra muito mais bonita e talvez até maior, mas construída sobre a areia? Parece que é isso que acontece quando o foco está somente no sucesso e nos prazeres dele decorrentes. Achamos que nunca acabarão. Aí vem a chuva, transbordam os rios, sopram os ventos e a casa cai. E a queda é grande. Boa semana.
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