Entre as canções contemporâneas, de autores brasileiros, uma das mais tocantes foi preparada (letra e melodia) por Jorge Rehder (1956-2009).
Autor de 130 canções, na esteira dos Vencedores por Cristo, esse movimento renovador da liturgia brasileira, do qual participou, ele trabalhou como dentista até ser levado por um câncer, vil como todos os cânceres.
Poucos sabemos o nome deste poeta, em parte por causa da cultura da projeção de letras em telões nas igrejas, que quase sempre passam ao largo de creditar os nomes dos autores daquilo que é cantado. Por isto, tristemente entoamos tantas melodias como se fossem anônimas.
Quando cantamos que
"Não fica bem a gente passar bem e o outro carestia
ainda mais quando se sabe o que fazer e não se faz",
(Hino 496 do Hinário para o Culto Cristão)
perdemos em não saber que "Barnabé" foi escrita por ele em parceria com Guilherme Kerr Neto.
Perdemos em não conhecer quem nos legou outra profética canção, aquela que termina assim:
"Aos poderosos eu vou pregar;
aos homens ricos vou proclamar
que a injustiça é contra Deus
e a vil miséria insulta os céus.
Que estou fazendo se sou cristão?…
(João Dias de Araujo e Décio Lauretti — Hino 552 do Hinário para o Culto Cristão).
Posso relacionar todas elas como minhas prediletas, mas vou ficar mesmo com a "Igreja presente":
"Eu e você, igreja presente,
nação entre as nações, família de Deus.
Um povo entre os povos, luz pra toda gente.
Uma voz, um coração, uma voz, um coração.
Cristo, esperança de um mundo melhor,
Sol da justiça, brilha em nós.
O seu mandamento importa obedecer:
De ser luz, resplandecer!
De ser luz, resplandecer!
Chegou a nossa hora de ser parte da história,
de ousar e ir avante, de sair e proclamar:
Cristo Jesus é o Senhor, a ele toda a glória e louvor!
Missão é ação, transforma e abençoa,
motiva a nossa vida, ajuda as pessoas,
enfrenta a miséria, reparte o pão da vida.
Compaixão e salvação!"
(Igreja Presente, de Jorge Rehder)
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Precisamos ser cristãos que vivam o evangelho-compaixão-salvação, para que o sol da justiça brilhe desde nós.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO
