DA IMPORTÃNCIA DA MULHER (Sylvio Macri)

A cada ano, no dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e por isso aqui vai a nossa homenagem e reconhecimento às mulheres que pertencem à Igreja de Cristo ou a ela estão ligadas de alguma maneira. 
 
Não deveria ser necessário existir um dia como este, mas são tão grandes as desigualdades em nosso mundo, sendo as mulheres as grandes perdedoras dentro dessas desigualdades (junto com os idosos e as crianças), que criou-se a data.
 
Só para citar um exemplo, em algumas profissões que exigem nível superior de escolaridade, as mulheres ganham a metade dos salários que os homens ganham. Aliás, estudos recentes comprovaram que em qualquer situação as mulheres ganham menos que os homens.  
 
A mulher sempre trabalhou muito, mas com as mudanças econômicas trazidas pela revolução industrial e tecnológica, teve que sair de casa para trabalhar na indústria, no comércio e na prestação de serviços sem, contudo, deixar de se responsabilizar pelos encargos de mãe e de dona-de-casa.
 
E isso criou um outro tipo de desigualdade: a carga de trabalho é muito maior para a mulher do que para o homem, se somadas as horas trabalhadas fora de casa e as horas trabalhadas dentro do lar.       
 
Outra grande desigualdade surge por causa das separações familiares. Na imensa maioria dos casos são os homens que vão embora de casa, e uma boa parte deles não se responsabiliza pelo sustento dos filhos, por várias razões. Assim, as mulheres tornam-se chefes de família; hoje, no Brasil, mais ou menos uma em cada cinco famílias é chefiada por uma mulher. Isso fez com que doenças que antes afetavam basicamente os homens, agora sejam comuns entre as mulheres, como o enfarto do miocárdio.
 
Por tudo isso e por muito mais, criou-se o Dia Internacional da Mulher, não tanto para prestar homenagem às mulheres, como para marcar a luta contra as desigualdades que as castigam e ferem a sua dignidade e os seus direitos. Como cristãos, é nosso dever começar pelo próprio ambiente da igreja a dar à mulher o que ela merece, e, fora da igreja, participar nas frentes de luta pela dignidade e integridade femininas. A própria mulher cristã deve estar na vanguarda dessas lutas.
 
O evangelista Lucas diz que Jesus andava pelas cidades e aldeias e iam com ele algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e enfermidades, e muitas outras que o serviam com os seus bens (Lc.8:1-3). O evangelista Mateus diz que na cena do Calvário estavam presentes, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia para o servir (Mt.27:55).
 
Em uma época em que as mulheres eram tidas como pessoas de segunda classe, e muitas vezes como mero objeto de uso, este é um fato inusitado, digno de nota. Esse é o modo maravilhoso com que Jesus atrai as mulheres e lhes dá um lugar de honra na sua companhia. E, com o tempo, a posição das mulheres na verdadeira igreja de Jesus foi tornando-se cada mais marcante e imprescindível.
 
No caso das igrejas brasileiras, particularmente das igrejas batistas, elas se organizaram de maneira tão eficaz, que passaram a manter grandes instituições ensino especializado, a editar literatura especializada, a ter estruturas organizacionais de nível estadual e nacional e realizar um grande trabalho na igreja local.
 
Ocorre às vezes, no Brasil, em igrejas pequenas e iniciantes de haver somente duas organizações: a Escola Bíblia Dominical e a Sociedade Feminina (ou de Senhoras, etc.; o nome varia de igreja para igreja).
 
Na verdade, na maioria das igrejas as mulheres desempenham um papel majoritário, dada à sua superioridade numérica em relação aos homens. Por isso mesmo é que elas estão na liderança da evangelização, da visitação, dos grupos de oração, da beneficência, da educação religiosa. Mas também estão presentes no diaconato, nas diversas comissões, na tesouraria, etc. Em suma, é grande a dívida das igrejas para com elas.
 

Fica aqui o nosso reconhecimento às queridas irmãs que servem a Jesus em nosso meio.