Os impasses contemporâneos e sua interface com a Igreja

“Desejo que te vá bem em todas as coisas, 
e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.” 
(III João 2)
 
A vida agitada marcada pelo excesso tem deixado o homem, em sua maioria, à deriva. A civilização de outrora dá lugar a outra: sucesso permanente, exaltação ao individualismo, ilusão de tudo poder. Vivemos o ter em detrimento do ser. O consumismo desenfreado – face do capitalismo – busca tamponar a falta, capturando o homem com apelos mercantilistas de modo que seus sentimentos de amor declinam.  O sujeito ocupa o lugar de objeto e mercadoria.  Esse aspecto dificulta a construção sólida dos laços sociais saudáveis.  Mas a falta é necessária, pois é nela que o sujeito se vê incompleto e, por isso, desejante.
Assistimos a um cenário familiar onde tudo é permitido, e os pais isentam-se do trabalho de educar, demitindo-se de suas funções de lei e limite.  As escolas balançam nessa corda bamba da falta de educação e de desestímulo docente. A sociedade vive seu ápice de agressividade e violência, banalizando o mal. Crianças, adolescentes e jovens unem-se em grupos para consumir drogas em geral, parecendo seguir na busca da morte em razão de abandono, de sofrimento e de falta de direção.  Casamentos são desfeitos pela liquidez dos laços afetivos que frente à frustração é rompido sem flexibilidade alguma.  Como fica a igreja diante desse quadro?  Como cuidar das pessoas que sofrem, sem esperança e descrentes diante da vida?  Como os líderes religiosos têm recebido todas essas histórias? 
Os pastores são procurados para socorrerem os diversos males, além dos espirituais.  Sintomas físicos e emocionais e problemas sociais têm sido encaminhados ao gabinete pastoral, lugar em que o sujeito busca encontrar solução para todos os tipos de tormento.  A prática pastoral é caracterizada pelo intenso cuidado com o outro, o que faz com que o pastor – ser humano – esteja em constante contato tanto com o sofrimento alheio quanto com o seu. A visão do cuidado deve ser entendida sob a ótica da saúde integral, que considera o sujeito como ser bio-psico-sócio-espiritual, ou seja, o bem estar deve ser buscado considerando todos esses aspectos.
No que tange ao ofício pastoral, cabe ressaltar a importância do discernimento entre o campo emocional e o espiritual. Esse discernimento facilita a percepção do aumento alarmante das doenças mentais que perpassam o meio evangélico e das devidas medidas a serem tomadas para o bem estar da membresia. 
Frente a essa realidade, é necessário oferecer recursos necessários ao líder religioso através de informação e orientação sobre temas relacionados à prática pastoral, favorecendo o desenvolvimento da capacidade de enfrentar problemas advindos do cotidiano e de analisar as maneiras viáveis de se lidar com o sofrimento humano.
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Cristiane Fiaux
Ozilea Clen
Marcia Sias
trocandoentrenos@hotmail.com