FIRMEZA (Richard José Vasques)

altÀs vezes realizamos em nossa casa, o que chamamos de encontro do nosso grupo familiar. Grupo que se reúne semanalmente para compartilhar experiências, estudar a Palavra de Deus e orar. Devo também dizer que sempre os finais desses encontros são verdadeiras festas com comes e bebes, e um momento para comunhão muito gostoso. Sempre nos renovamos quando participamos desses encontros, mesmo após uma semana de trabalho, trânsito, dificuldades, problemas, e por aí vai. É como se fosse um oásis ou um bálsamo nas nossas vidas. Quem ainda não experimentou deve experimentar.

Num desses encontros em nossa casa, cantamos algumas músicas de louvor e adoração a Deus e uma de nossas vizinhas do andar de cima ouviu. Na semana seguinte ela encontrou com a minha esposa e disse ter ouvido os cânticos e que se arrependeu de não ter ido até nossa casa para participar. Minha esposa disse que ela deveria ter vindo e que tivéssemos outro encontro iria avisá-la para que participasse. No mês seguinte estávamos nos reunindo novamente em nossa casa.

Minha esposa foi até o apartamento daquela senhora e a convidou para estar conosco. Nossa vizinha disse que infelizmente não poderia ir àquela reunião, pois tinha que ficar com o seu marido que vive na cama, paralisado. Como não havia ninguém para ficar com ele, ela não poderia sair de casa. A frase que me impactou foi a seguinte: “eu não posso deixá-lo sozinho, tenho que ficar com ele e cuidar dele; cuidar do meu marido.” Enfrentar a realidade com amor, esse foi o exemplo que ela me passou, mesmo sem eu ter estado com ela.

Passados alguns dias, ao entrar no elevador, encontrei-me com essa senhora. Ela repetiu que não pode estar na reunião por causa do seu marido. Nessa oportunidade lhe perguntei o que o marido dela tinha. Cirurgião dentista e militar atuante teve um problema de visão (olhos), que o impediu de trabalhar. O desgosto por não poder mais atuar o levou a ter uma paralisação e a não andar mais. Há dez anos está na cama, totalmente paralisado. Interessante é que ela me contou isso com muita tranquilidade e naturalidade, demonstrando firmeza que eu ainda não havia visto numa pessoa.

Totalmente em paz estava aquela senhora, apesar dessa “tempestade” continuada em sua vida. Lembrei-me de uma daquelas promessas que fazemos ao nosso cônjuge no dia do casamento: “contigo na saúde e na doença.” Talvez seja fácil de falar, mas com certeza difícil de viver se não houver amor verdadeiro. No caso dela percebe-se esse amor pelo seu esposo que se encontra no leito, paralisado, há dez anos. Disse a ela que gostaria de realizar a nossa reunião na casa dela, quando houvesse essa possibilidade, pois assim ela poderia participar e o seu marido também.

Passados mais alguns dias, a encontro novamente no portão de entrada do nosso prédio, e ela está ao lado de um táxi próprio para transportar pessoas com deficiências físicas. Quando me viu, ela disse: “ele está ali, estamos indo para o hospital para uma avaliação e renovação do benefício dele.” Pude vê-lo de costas, pois estava numa cadeira de rodas que estava sendo fixada no interior do táxi. Ela estava totalmente alegre. Não a vi olhando para aquela situação como algo desconfortável. Não. Ela continuava alegre, animada, indo à luta resolver o que precisa ser resolvido. Posso dizer que tive uma aula prática.

Crer que Deus nos ajuda em todos os momentos é fundamental para encararmos qualquer tipo de situação. “Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei.” (Isaías 41.13). Tem um trecho do hino “Se teu coração estiver em paz” que diz assim: fica o sol mais brilhante após o temporal. A esperança não percas, tudo vencerás; fugirão as tristezas se tiveres paz. Se teu coração estiver em paz, bem feliz e alegre a vida passarás, verás que um arco-íris cada nuvem traz.” Realmente. Tente observar isso na natureza.

Outra coisa que precisamos aprender a fazer é convidar o Espírito Santo de Deus, o Consolador, para nos ajudar em todos os momentos de nossas vidas, nos bons e nos ruins. O Pr. Roberto, numa de suas mensagens disse a seguinte frase: “precisamos convidar o Espírito Santo para brincar conosco.” Isso quer dizer comunhão, relacionamento. Geralmente não fazemos isso, falamos de Deus e de Jesus (Filho) e nos esquecemos do Espírito Santo que está conosco em todos os momentos, e do qual nosso corpo é o templo (1 Coríntios 6.19). Ao partir Jesus disse que nos enviaria o Consolador.

“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse. Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou.” (João 14.26-27). Paz e direção do Espírito Santo para enfrentarmos todas as nossas dificuldades e desafios diários. “O Sol fica mais brilhante após o temporal.” Vamos encarar com fé e firmeza os nossos desafios e dificuldades. Se precisar de apoio já sabe onde buscar. Boa semana. 

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