O que é limite? Temos vários sentidos para essa palavra. Pode ser entendido como liberdade: “a minha acaba quando a sua começa”; como fronteira (cidades, estados, países); como um conceito matemático; como capacidade de não reagir, e por aí vai. Alguém já disse que o céu é o limite. Com certeza você acrescentará outros conceitos relativos a essa pequena palavra. Atualmente, no mundo corporativo, fala-se em resiliência, que é a capacidade, ou o limite, de resistir a pressões. Até onde resistimos às pressões.
É nesse ponto que quero ficar nesse artigo, na nossa capacidade de resistirmos às pressões que passamos nos nossos dias. Sem dúvida elas são cada vez maiores. O nível de exigência em todos os sentidos cresce a cada dia e precisamos nos adaptar a eles. Sempre pensamos que temos de nos esforçar mais, de correr mais, de fazer mais, de nos dedicarmos mais. Sempre mais, mais, mais. Nunca pensamos em desaceleração, em fazer menos, ou até mesmo em pensarmos no conceito básico da produtividade, que é fazer mais com menos. Parece um contrassenso, mas é isso mesmo.
Alguém até já falou na Filosofia do Ócio, quando você se ajusta para ficar algum tempo sem fazer nada. Dá pra pensar nisso? Traduzindo: ficar à toa por algum tempo. Na Palavra de Deus vemos que o Senhor deu orientações aos israelitas para plantarem numa mesma terra durante seis anos e a deixarem descansando durante o sétimo ano (Levítico 25.1-7). Os judeus chamam esse período de Shemitá (o descanso da terra a cada sete anos). Vemos aqui que até a terra precisa de descanso. Se nós a saturarmos, ela deixa de produzir, todos os sais minerais e vitaminas são dela extraídos. Porisso que vemos o uso de adubos, com o intuito de novamente fortalecer a terra, a fim de que ela continue produzindo como antes. Cada vez mais.
No caso do homem, Deus sugere que também tenhamos um dia de descanso por semana. Semelhantemente a terra, trabalhe seis e descanse um, é o mesmo conceito (Exôdo 20.8-10). Os judeus chamam esse dia de descanso do homem de Shabat. Mas nós tendemos a não parar, a acharmos que somos super-homens. Em gestão nós falamos sobre proatividade, que é a capacidade de pensarmos e agirmos antecipadamente, evitando resultados indesejados. Se não formos proativos com nossas vidas, com certeza esses resultados indesejados aparecerão. Precisamos nos lembrar que temos um limite.
Há também o limite para a explosão. Até onde nos poderão “cutucar” que ficaremos quietos, como Jesus disse: “Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado.” (Mateus 5.39-42). Creio que foi daqui que aprendemos a dizer para não resistirmos no caso de sermos assaltados pelos “perversos”.
Mas também há a situação em que temos nossos próprios princípios, conceitos, entendimentos, e que se algo sai fora disso, discordamos. Discordar, de forma amistosa é sadio, pois no meio dos conselhos reina a sabedoria (Provérbios 24.6). Autocontrole significa termos controle sobre nós mesmos. Coisa difícil. Além de prática precisamos entender que não conseguimos isso por nós mesmos. Nossa tendência natural é de explosão, é de ser do contra.
O Apóstolo Paulo chamou isso de domínio próprio, que é um dos resultados do fruto do Espírito. Ele disse assim: “mas o fruto do Espírito (de Deus, ou do Espírito Santo) é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22-23). Quanta coisa boa, ou melhor, só coisa boa. Imagine todos nós agindo assim. Tudo seria diferente. Para tentarmos nos aproximar disso precisamos convidar o Espírito Santo de Deus para estar conosco. Aqueles que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas, recebem o Espírito Santo, que passa a neles habitar.
Sintonizados com Deus podemos ter nossos limites ampliados, em todos os sentidos. Lembrei-me agora de Jabez, que orou assim ao Deus de Israel: “Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua mão esteja comigo, guardando-me de males e livrando-me de dores”; e Deus atendeu ao seu pedido. (1 Crônicas 4.10). A coisa é tão séria que até um livro best-seller mundial foi escrito para explicar essa pequena oração (mais de 8 milhões de exemplares vendidos só nos EUA). O título do livro é “A Oração de Jabez”, de Bruce Wilkinson (www.mundocristao.com.br). Vale a pena adquiri-lo e lê-lo.
Para os que gostam de gestão organizacional, a Editora Mundo Cristão diz que esse livro reúne Visão, Missão e Valores. Amplie seus limites com Jesus. Boa semana.
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