ELE SUBIU

Há uma espécie de antibíblica hierarquia em torno dos dias finais de Jesus na terra.
Falamos mais de sua morte.
Falamos um pouco da ressurreição.
Falamos muito pouco de suas aparições aos discípulos. 1
Falamos quase nada de sua ascensão, ocorrida 40 dias após a ressurreição. 2

Precisamos considerar mais a subida de Jesus. Ela nos importa por alguns razões essenciais:

1. Ao subir, Jesus retornou ao ponto de onde veio.
Jesus completou sua obra, feita de descer, estar e, então, subir.
Por isto, por não ter terminado sua obra, ele não permitiu a Maria Madalena que o retivesse (João 20.17). A glória de Jesus seria completa na sua ascensão e não podia ser impedida.
Neste ponto, aprendemos com Jesus mais uma lição: se temos uma obra realizar, devemos levá-la até o fim.

2. Ao subir, Jesus retornou ao Pai com os frutos que colheu em sua missão.
"Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem". Isto ocorreu "para que todo o que nele crer tenha a vida eterna" (João 3.13 e 15).
Por crerem, muitos receberam a vida eterna. Ele, portanto, não voltou de mãos vazias, mas levando a colheita do Reino anunciado, da comunhão restabelecida e da vida eterna inaugurada.
De novo, somos também desafiados por Jesus: ao final de nossa vida, poderemos voltar ao Pai tendo feito o que ele nos pediu?

3. Ao subir, Jesus nos deixou uma tarefa.
A missão conferida aos cristãos foi que devemos proclamar o Evangelho às pessoas do mundo inteiro, tornando-as discípulas de Jesus. Os primeiros discípulos logo compreenderam isto, como o mostra a reação deles à ascensão: "Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus ergueu as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu. Então eles o adoraram e voltaram para Jerusalém com grande alegria. E permaneciam constantemente no templo, louvando a Deus" (Lucas 24.50-53).
Para o cumprimento desta tarefa, Jesus nos capacitou com dons espirituais (Efésios 4.8-13).

4. Ao subir, Jesus nos antecedeu em nosso itinerário.
Sua volta ao Pai é uma afirmação de uma esperança para nós: Ele voltará.
Se formos antes, a via celestial já está aberta. Por Jesus.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO
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1  Que foram seis:
1. A Maria Madalena (João 20.10-17).
2. Aos discípulos a caminho de Emaús (Marcos 16.12-13 e Lucas 24.13-32).
3. Aos discípulos, pela primeira vez, sem Tomé (João 20.19-20).
4. Aos discípulos, pela segunda fez, com Tomé (João 20.24-29).
5. Aos discípulos por ocasião da pesca maravilhosa no Lago de Genesaré, pela terceira vez, e a Pedro em particular (João 21).
6. Aos discípulos, quando nos outorga a Grande Comissão (Mateus 28.16-20; Marcos 16.14-18; Lucas 24.44-49 e João 20.21-23).
2  Marcos 16.19; Lucas 24.50-53; Atos 1.9-11.