FAZER DIFERENTE (Richard José Vasques)

altNo meio empresarial é comum ver as coisas mudando constantemente. É também comum nos colocarmos na posição de que não devemos mudar, pois as coisas sempre foram feitas assim e assim deveriam continuar. Devido ao avanço da tecnologia, as coisas têm tomado direções inesperadas. Tudo está acontecendo muito rapidamente. Por exemplo, no tocante à comunicação, você faz tudo usando um aparelho de telefone celular: envia mensagens e textos, recebe o que precisa em tempo real, e até fala com outra pessoa (inclusive imagem, se desejar).

Isso muda a forma de agir, requer maior velocidade de raciocínio, na forma de agir. Não dá pra ser assim em todos os sentidos, por isso é importante focar no que você quer fazer, para fazer muito bem feito e se aperfeiçoar naquilo, olhando as tendências, olhando para o mercado. Digo isso porque como trabalhadores, precisamos estar sempre prontos para servir melhor, e isso muitas vezes requer aprimoramentos e atualizações. Caso você não esteja “ligado”, poderá ser surpreendido com a falta de pedidos ou de contratos de trabalho. Simples assim e complicado assim. Podemos dizer que não deveria ser assim, mas é.

Um exemplo que sempre vem à minha mente, quando penso em mudança “radical” é o da Olivetti. Essa foi uma das maiores empresas que fabricavam máquinas de escrever (de datilografar) no Brasil. Quem já esteve no Shopping Continental na cidade de Guarulhos, fez uma “visita” à antiga Olivetti. Dê uma caminhada por lá e veja o tamanho daquilo. Eram as instalações da empresa. Imagine a quantidade de máquinas de escrever que era produzida naquele espaço. Com a chegada do computador de forma mais acessível à população, a Olivetti simplesmente deixou de existir. Quem iria imaginar ou considerar que isso pudesse acontecer?

Quantas pessoas ficaram sem emprego? Isso tem se repetido em diversos locais com diversas empresas ao longo do tempo. A própria IBM, que foi uma potência mundial no segmento de computadores também teve grande impacto em sua trajetória, e teve de “se reinventar”. Com certeza você tem outros exemplos para acrescentar aqui, provavelmente bem próximos de você. A mensagem é que precisamos estar “ligados” e prontos para novas “aventuras”. Nem sempre queremos isso.

Eu mesmo sou do tipo que não se mexe em time que está ganhando. Está tudo indo bem? Mantenha o ritmo. Note bem: em time que está ganhando (não podemos esquecer que precisamos melhorar sempre a forma de fazer as coisas). Quando as coisas começam a sinalizar obstáculos, queda de rendimento, esquecimento, é preciso começar a buscar novas alternativas. Isso não é uma coisa tão simples, fácil e rápida. Pode levar tempo pra se “reerguer” ou para fazer o seu barco mudar de rumo. O que precisamos estar olhando? Para onde olhar? O que buscar? Questionar sempre.

Geralmente não temos “tempo” para isso. Dizemos: “Tenho de trabalhar, como vou ficar pensando em algo diferente para fazer, ou como fazer o que faço de forma diferente? Não posso me dar ao luxo de fazer isso, pois isso requer o tempo que eu não tenho.” Muito bem, e quando acontecer o pior? Bom, aí teremos todo o tempo do mundo, não é mesmo! Grande desafio para nós: não nos acomodarmos. O estado de conforto é muito bom, mas pode nos surpreender. Existem pessoas que ao se depararem com a nova realidade não saberão o que fazer. Muitos até decidem dar fim à sua vida.

Proatividade e reatividade. Conceitos sempre enfatizados na gestão moderna. Temos a tendência de ser reativos. Já ouviu aquela frase: “faço tudo e mais alguma coisa, de acordo com a demanda?”, ou “havendo demanda a gente faz e acontece?”. O que é isso em sua opinião? Reação. Já dizia Isaac Newton em uma das suas leis: “Para toda ação há uma reação.” Não houve ação, não haverá reação. O desafio é ser proativo. Pensar à frente, agir antes que algo aconteça. Para isso é preciso estar questionando sempre.

Gosto de fazer analogias com o jogo de xadrez. Apesar de nunca tê-lo jogado bem, consegui captar a essência do jogo. Você deve “enxergar” muitas jogadas à frente antes de mover uma pedra. É um exercício interessante, faz com que você desenvolva o hábito de olhar adiante, de considerar o que pode vir pela frente. Mesmo com o conceito em prática ainda fazemos coisas erradas, pois não é possível “isolar” todas as possibilidades. Se agindo proativamente nós já enfrentamos situações adversas, imagine se só tomarmos certas ações de forma reativa, quando nos depararmos realmente com alguma situação inusitada?

Haja tempo para tudo. Cá estamos nós falando dele novamente. Lembre-se: tempo é prioridade. O que é importante pra você? Para isso você vai “achar” tempo, creia nisso. Então eleja suas prioridades e mãos à obra. Vai aprender a jogar xadrez? Muito bom. Eu também preciso jogar mais. Boa semana.

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