BOM DIA: Ninguém quer mais processar o médico

Quando deu à luz ao seu quarto filho, dona Neuma decidiu ligar as trompas, já que o risco para ela seria muito alto numa eventual nova gestação.
Num hospital de Fortaleza (CE), fez a cirurgia, conduzida por um médico conhecido da família.
Quatro anos depois, ela se viu grávida. Foi um choque. Revoltado, alguém na família pensou em processar o médico. 
À medida que o ventre crescia, crescia o amor pelo neném que nasceria.
Ester chegou.
Perto de ela completar um ano de idade, um dos seus irmãos, Natanel, ficou enfermo. Em busca de cura para a leucemia do garoto, Neuma foi para São Paulo.
Os médicos do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo recomendaram uma transplante de medula. 
O doador devia ser alguém da família. Feitos os testes, o único sangue compatível era o de Ester.
Os médicos relutaram porque a menina tinha apenas um ano de idade, mas dona Neuma pediu para que seguissem em frente.
Estive com Natanael, firme e forte. Conheci a família, que me autorizou a contar a história.
Não há mais revolta contra o médico que fez a ligadura.
Agora há uma convicção renovada de que "Deus sabe todas as coisas". 
 
ISRAEL BELO DE AZEVEDO