CREDO APOSTÓLICO, O CREDO CRISTÃO, 13 – Creio no Espírito Santo

1
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso,
Criador dos Céus e da terra.

2
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,

3
o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da virgem Maria;

6
padeceu sob Pôncio Pilatos,

7
foi crucificado, morto e sepultado;

8
desceu à mansão dos mortos,

9
ressurgiu dos mortos ao terceiro dia;

10
subiu ao Céu;

11
está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso,

12
donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

13
Creio no Espírito Santo;

14
na santa Igreja católica;

15
na comunhão dos santos;

16
na remissão dos pecados;

17
na ressurreição do corpo;

18
na vida eterna.
Amém.

 

 

1
A TRINDADE EM AÇÃO

 

“Creio no Espirito Santo”, diz o Credo dos Apóstolos.
Crer no Espírito Santo implica em crer na trindade, essa palavra que não aparece na Bíblia mas nem por isto é menos bíblica, como o demonstra alguns textos do Novo Testamento. 1
Precisamos examinar o que nos ensinam as Escrituras sobre o Espírito Santo. Que elas nos conduzam.
A seleção a seguir põe as três Pessoas sempre juntas em ação.

 

1. “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
(Mateus 28.19-20)

* Nossa salvação, simbolizada no batismo, é uma obra conjunta da Trindade. em nome de Quem é celebrado. É o Espírito Santo quem nos convence que somos pecadores, que seremos julgados e condenados (João 16.8), a menos que aceitemos a graça do perdão.
Um dos discípulos de Jesus, anos mais tarde, salientou estas tarefas, quando escreveu que a nossa salivação se dá “pela obra santificadora do Espírito”, obra que nos conduz à “obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue” (1Pedro 1.2).
Em outras palavras, o Espírito Santo nos comunica a palavra salvadora de Jesus Cristo. Quando ouvimos e aceitamos esta palavra, somos salvos por meio do seu sangue derramado (aspergido) sobre nós.

 

 

2. Depois de ter anunciada a sua gravidez, “perguntou Maria ao anjo:
— Como acontecerá isso, se sou virgem?
O anjo respondeu
— O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo [Pai] a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, Filho de Deus”.
(Lucas 1.34-35)

* A encarnação, processo pelo qual a Trindade se tornou humana, foi uma obra conjunta da mesma irmandade 2 trinitariana.

 

3. “Naquela hora, Jesus, exultando no Espírito Santo, disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado”.
(Lucas 10.21)

* “Exultando no Espírito Santo” pode ser uma expressão para exprimir “cheio do Espírito Santo”. Pode ser também uma frase para contar a grande alegria experimentada pelo Filho naquele momento. Jesus exulta no Espírito e se curva diante do Pai, a quem ora. Nossa oração deve ser sempre ao Pai, em nome de Jesus, por intermédio do Espírito Santo.

 

4. “Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse. Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo”.
(João 14.26-27)

* Jesus promete que enviará um Conselheiro ou Ajudador ou Auxiliador ou Confortador ou Consolador. O termo no grego é parácletos (παράκλητος), aquele que fica ao lado. Num tribunal é o advogado que assiste o réu numa defesa. No  sistema judiciário romano, cada acusado devia comparecer perante o tribunal e apresentar sua própria defesa. Ele era, então, seu próprio advogado. Se precisasse, poderia contratar um parácletos, que deveria conhecer as leis, de modo ao apoiá-lo em sua defesa. Para tanto, ficava sentado próximo ao acusado e, se demandado, poderia soprar um conselho em seu ouvido, de modo que seu cliente pudesse se sair bem no julgamento.

Por extensão, o Espírito Santo é o paracletos que fica ao nosso lado, para nos instruir.

Como lemos mais adiante (“quando vier o Conselheiro, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito” — João 15.26), o Espírito Santo veio e falou de Jesus, confirmando tudo o que dissera em vida e fazendo com que a vida dos discípulos tivesse sentido.
Em João 14.26, o Pai envia o Conselheiro. Em João 15.26, Jesus envia o Conselheiro. Quando o Pai envia o Conselheiro, Ele o faz em nome de Jesus. Quando Jesus envia o Conselheiro, Ele o faz a partir do Pai. Em outras palavras, o Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo Filho.

 

5. “Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas desse fato.
Exaltado à direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vocês agora vêem e ouvem”.
(Atos 2.32-33)

* Na maioria das vezes, quando diz “Deus”, a Bíblia diz “Deus Pai”. Por isso, inúmeras vezes Ele é referido como o pai de Jesus Cristo (cf. 1Coríntios 1.3, 2Coríntios 1.3, Efésios 1.3, Colossenses 1.3, 1Pedro 1.3, 1João 1.3). Uma vez, no entanto, Jesus é chamado pelo mesmo título de Deus: “Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2.11-14).
Jesus foi ressuscitado na terra pelo Pai.
Jesus foi atraído ao céu pelo Pai.
Prova de revezamento
Todos correm, mas cabe uma tarefa principal a cada um. Na primeira parte, cabe ao Filho vir ao mundo e morrer em nosso lugar. Na segunda, cabe ao Pai ressuscitar o Filho, para celebrar a vitória da vida sobre a morte. Ressuscitado e de volta ao céu, o Filho entrega o bastão ao Espírito Santo.
Lemos que Jesus recebeu do Pai o Espírito Santo prometido. Jesus tinha prometido que enviaria o Espírito Santo. Jesus chega diante do Pai e do Espírito Santo, como se dissesse ao Espírito Santo: agora é com você.
O Espírito Santo, então, veio do céu, fazendo “um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados” os seguidores de Jesus (Atos 2.2), que aguardavam o cumprimento da promessa.
Depois deste selo de chegada, o apostolo Pedro explicou o significado desta vinda do Espírito Santo:“Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar” (At 2.38-39).
A partir daí, todos os que se arrependem e são batizados em nome de Jesus, são testemunhas de Jesus. Quando tomamos a Ceia do Senhor Jesus, somos testemunhas da vinda e da volta do Senhor Jesus.
É o Espírito Santo que nos motiva à reunião que nos capacita, quando adoramos. A igreja é uma obra do Espirito Santo, pelo que a chamemos de comunidade pneumatólogica. É o Espírito Santo que nos encoraja, quando temos que enfrentar as adversidades.

 

6. “E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: ‘Aba, Pai’. Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro.
(Gálatas 4.6-7)

* Deus Pai enviou o Espírito Santo, dele mesmo e do seu Filho, aos nossos corações.
Em Jerusalém, este envio do Espírito Santo fundou a igreja.
Aqui, este envio do Espírito Santo mantém a igreja, formada pelos filhos de Deus, pelos salvos por Jesus, pelos regenerados pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo se tornou residente no coração de cada um de nós.

 

7. “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês”.
(2 Coríntios 13.13)

* Nós somos abençoados pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. Temos uma prova disto nas chamadas bênçãos apostólicas, porque escritas (e talvez ditas) pelo apóstolos.
Nesta que encontramos no final da segunda aos Coríntios, é completamente trinitariana.
Nela, as três tarefas essenciais da Trindade são descritas. A missão geral da Trindade é nos abençoar com a graça de Jesus, com o amor de Deus Pai e com a comunhão do Espírito Santo.
A graça (χάρις) de Jesus é a graça que nos torna confiantes que somos amados pelo Pai.
O amor (ἀγάπη) de Deus Pai pode ser recebido por nós como o amor que nos envolve e nos faz viver no compasso da graça de Jesus.
A comunhão (κοινωνία) do Espírito Santo é o resultado em nosso coração da paz que o perdão de Deus Pai, mediado por Jesus, nos concede.
Graça, amor e comunhão são expressões inseparáveis, portanto. Esta “comunhão” do Espírito Santo é o processo pelo qual ele nos comunica a graça e o amor de Deus. Esta “comunhão” (ou comunicação) do Espírito Santo faz com que reconheçamos nossos pecados e nos arrependamos. Esta “comunhão” do Espírito Santo faz com que tenhamos prazer em estar uns com o outros como igreja.

 

8. “E, se o Espírito [Santo] daquele [isto é: Deus Pai] que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito [Santo], que habita em vocês”.
(Romanos 8.11)

* O Espírito Santo nos foi enviado, para habitar em nós, e por isto recebemos a Jesus como Salvador e Senhor.
O apóstolo Paulo resumiu a obra de Jesus em parceria com o Espírito Santo nos seguintes termos:

“Ele [Jesus] veio e anunciou paz a vocês que estavam longe [isto é: aos não-judeus] e paz aos que estavam perto [aos judeus), pois por meio dele tanto nós [judeus] como vocês [não-judeus] temos acesso ao Pai, por um só Espírito” (Efésios 2.17-18).

 

9. “Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo”.
(Efésios 4.29-32)

* A aceitação desta oferta de paz traz paz ao coração e dispõe o coração para uma vida apaziguada pelo Espírito Santo.
Em nosso coração, ele pode ser entristecido e mesmo apagado.

Entristecer tem a ver com amar. “É impossível que entristeçamos a alguém que não nos ama, como não podemos ser entristecidos por pessoas que não nos amam. Se alguém que não nos ama nos ofende, não ficamos tristes. Ficamos com raiva, furiosos, mas não tristes. A tristeza, portanto, é uma indicação de presença de amor”. 3 Se o Espírito Santo fica triste é porque nos ama.
Como entristecemos o Espírito Santo?
À luz deste texto, entristecemos o Espírito Santo quando permitimos que o nosso pensamento nos leve a dizer palavras que não edificam, antes destroem. Este é um critério prático. Vamos fazer um comentário sobre a uma pessoa: este comentário edifica? Se ao falar do comportamento errado dessa pessoa, nossa motivação é ajudar a quem está ouvindo? O que falamos DESSA pessoa podemos falar A ESTA pessoa?
Entristecemos o Espírito Santo quando nos deixamos levar pelo estilo que nos rodeia, quando fazemos o que todos fazem, como se não tivéssemos o Espirito Santo residindo em nós. Se uma pessoa que não tem o Espírito Santo me bate, eu bato também: mas eu não sou habitado pelo Espírito Santo?
Entristecemos o Espírito Santo quando não exalamos o fruto da bondade, coisa do Espírito Santo em nós.
Entristecemos o Espírito Santo quando não nos perdoamos uns aos outros. Quando erramos, queremos ser entendidos. Quando erram conosco, mesmo que nos peçam perdão, não desejamos ou não conseguimos lhes perdoar.

Sobre isto, li umas palavras singelas e sábias, que preciso compartilhar:

“Temos dificuldades em conviver com as pessoas. Há algumas que nos irritam, pressionando-nos em nossa caminhada, entrando em conflito conosco. Há outras que sabotam constantemente nossos planos com atitudes impensadas. Então, reagimos, como todo mundo reage”. Então, “o lugar para começar a resolver nossos relacionamentos humanos não é com a outra pessoa mas com Deus. Nosso relacionamento com o nosso irmão refletirá nosso relacionamento com Deus. É sempre assim. Há sempre um problema vertical que deve ser tratado antes de o problema horizontal ser resolvido. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus. Este é o lugar para começar”. Nossos relacionamentos interpessoais são consequências e não causas. “A chave está no nosso relacionamento com Deus em cuja presença devemos viver”. 4

Então, o critério para bem nos relacionarmos está dado: este meu gesto vai alegrar ou entristecer o Espírito Santo?
Devemos ter em mente que, primeiramente, o Espírito Santo nos convence do nosso pecado, convertendo-nos. Depois, o Espírito Santo começa a nos transformar. Precisamos desejar esta transformação. Quando a recusamos, entristecemos o Espírito Santo. 5 Fomos selados pelo Espírito Santo para uma vida que será plena no futuro e esta plenitude é construída a cada dia. O Espírito Santo se alegra conosco quando aceitamos a sua supervisão sobre a nossa vida. Quando deixamos que a nossa velha natureza (com suas práticas cheias de maldade: palavra torpe, amargura, indignação, ira, gritaria, calúnia e rancor), o Espírito Santo, por nos amar, fica triste.
Um bom compromisso é: viver de modo a alegrar o Espírito Santo.
Neste texto, Paulo sugere: alegramos o Espírito Santo, quando fazemos da bondade e da compaixão o nosso compasso das nossas vidas.
Em outro lugar (1Tessalonicenses 5.16-21), Paulo nos oferece o roteiro completo.

 

10. “Alegrem-se sempre. Orem continuamente [ou sem cessar, em outra versão, ou seja: orem sempre, dependam de Deus sempre, nao desistam nunca de orar.] 6
Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.
Não apaguem o Espírito [Santo].
Não tratem com desprezo as profecias [isto é: as palavras que vêm de Deus para nós], mas ponham à prova todas as coisas [todas as afirmações sobre Deus] e fiquem com o que é bom” [isto é: com aquilo que é aprovado pela Palavra de Deus.
(1Tessalonicenses 5.16-21)

* Em nosso coração, o Espírito Santo pode ser até mesmo apagado.
O Espírito Santo, neste caso, continua sendo uma lâmpada, mas uma lâmpada apagada. Ele não pode ser queimado, mas pode ser apagado. Apagar o Espírito Santo é viver como se o Espírito Santo não vivesse dentro de nós.
Como apagamos o Espirito Santo?

A palavra “profecias” aqui pode nos confundir. Profecia, no Novo Testamento, pode significar, num lugar, uma declaração a respeito do que vai acontecer; noutro, aquilo que Deus diz. E este é sentido aqui. O critério dos dons é sempre a edificação da igreja, e em que uma possivel revelação sobre o futuro de uma pessoa edifica a igreja?
Tendemos a dar valor a palavras ditas proféticas sobre o futuro e, por vezes, a desprezar a palavra já escrita na Palavra de Deus. Ouvimos algumas expressões que geram confusão por aí, como “louvor profético”, “ministração profética” e “culto profético”. Provavelmente quem ouve tais expressões espera que alguma coisa que ele não saiba lhe será revelado. Bem, todo louvor, toda ministração e todo culto em que a Palavra de Deus é central é profética.
Quanto os autores do Novo Testamento se referem a “profecia/s”, têm em mente o que disseram os profetas, sobretudo aqueles que pregaram para edificar o povo de Deus na espera do Messias. Estas profecias estão no que chamamos de Antigo Testamento. Para nós, estão no Antigo e no Novo Testamento. Devemos prestar atenção, portando, a tudo que Deus diz nas páginas dos livros da Bíblia.
As “profecias” ou as Escrituras Sagradas são meios de graça, isto é: são instrumentos que Deus nos coloca à disposição para aprendermos a viver.
Somos prejudicados pelas seduções da novidade, como se a Revelação de Deus não estivesse completa, ou da preguiça, ao não estudarmos a Palavra de Deus.

Desprezar as profecias é não ler a Bíblia. Apagamos o Espírito Santo quando deixamos de lado o livro que contém o conselho do Espírito Santo para as nossas vidas e passamos a viver por aquilo que achamos ser certo, como Israel no tempo dos juízes, em que cada uma fazia o que achava certo.

Desprezar as profecias é não interpretar, o que importa em oração, leitura, pesquisa e reflexão, a Bíblia. Apagamos o Espírito Santo quando, aderindo à lei do menor esforço, não levamos a sério a Palavra de Deus.

Desprezar as profecias é não pregar a verdade da Bíblia àqueles que não a conhecem, os que não ouvirão se não proclamarmos. Apagamos o Espírito Santo quando não há alegria em nós em semear a palavra do Evangelho.

Desprezar as profecias é reter qualquer coisa que nos digam, sem conferir com as Sagradas Escrituras. Apagamos o Espírito Santo quando consideramos como verdadeiras aquelas palavras que não o são.

Como não apagamos o Espírito Santo ou, ao contrário, nos termos de Paulo aos efésios, alegramos o Espírito Santo?
Alegramos o Espírito Santo quando nos alegramos. A alegria tem que ser a marca do cristão. Um cristão triste, mesmo que tenha dificuldades, é uma contradição em termos. A tristeza pode ser uma circunstância, passageira, jamais uma condição, permanente. Mesmo uma pessoa que sofre tem o Espírito Santo dentro do seu coração.

Alegramos o Espírito Santo quando oramos continuamente. Em outras palavras, quando vivemos uma vida de oração, consultando a Deus em nossas necessidades, mantendo comunhão com ele sempre. Pecamos menos quando estamos em comunhão com Deus. Pecamos mais quando nossa cabeça está menos ocupada com Deus e preocupada conosco mesmos.

Alegramos o Espírito Santo quando entendemos que o que temos e somos é dom de Deus, desde o nosso nascimento biológico ao nosso nascimento espiritual. Se eu consegui a salvação ou qualquer outra coisa, não preciso agradecer. Se eu recebi, devo ser grato.

 

11. “Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo”.
(Romanos 8.9)

* Quem nos domina?
O grupo a que pertencemos?
Nossos desejos e impulsos?

Conheci uma pessoa, casada, que toda a semana procurava uma experiência extraconjugal. Ele me disse que sua sexualidade era tão forte, que não a satisfizesse e rápido, ele começava a tremer descontroladamente. Confesso que tive pena dele: controlado pelo sexo.
Há pessoas dominadas por sua língua. Não queremos falar dos outros, mas falam o tempo todo dos outros. É como se fosse uma compulsão. Algumas sabem que estão erradas, mas a língua é mais poderosa, mais poderosa do que elas e, no caso, pior: mais poderosa que o Espírito Santo.
Há pessoas dominadas pelo dinheiro. Só pensam nisto. Acordam pensando em como ganhar dinheiro. Passam o dia voltado para isto; se for necessário não almoçar, não almoçarão. Se der para ganhar o dinheiro honestamente, ganharão. Se tiverem que trapacear, paciência: ganharão dinheiro.
Pessoas assim, diz a Bíblia, estão sob o domínio da carne, uma expressão para a natureza pecaminosa do ser humano. Esta natureza existe, mas pode ser controlada, não por nós, mas pelo Espírito Santo que habita em nós.
Pessoas que vivem assim, em termos práticos, não nasceram de novo. Talvez tenham tomado a decisão, mas não pediram ao Espírito Santo para as dominar. Não têm o Espírito de Cristo, isto é, não pertencem a Cristo, não são de Cristo.
Essas pessoas se enganam a si mesmas.
Vamos retomar o ensino bíblico sobre a presença do Espírito Santo em nós.
Ter o Espírito Santo dentro de nós é reconhecer a Jesus como Salvador, Mestre e Senhor. É o Espírito Santo que nos leva a este reconhecimento. Não há salvação para quem não reconhece a Jesus como o Filho de Deus enviado para a nossa salvação. O oferecimento da graça para a Deus; a aceitação dela é livre.
Ter o Espírito Santo dentro de nós não é só uma questão se sentimento, mas de prática.
Temos o Espírito Santo conosco quando o nosso pecado nos incomoda, porque o Espírito Santo nos incomoda. Se pecamos (e pecamos) e temos prazer em pecar (estando sob o domínio da carne, isto é, do prazer de fazer as coisas que sabemos sao erradas), o Espírito Santo já foi apagado.
Temos o Espírito Santo conosco quando procuramos evitar as palavras torpes, embora vivamos num mundo de torpes palavras. Palavras torpes (podres) são palavras que não são boas. São palavras que não edificam. São palavras que não vêm de corações onde o Espírito Santo habita.
Temos o Espírito Santo conosco quando o convidamos para impedir que a amargura (e todo o seu arsenal: indignação, ira, gritaria, calúnia] cresça dentro do nosso coração, porque sabemos que ela pode se tornar o nosso estilo de vida.
Temos o Espírito Santo conosco quando pedimos ao Espírito Santo para pôr bondade, compaixão e perdão em nossas práticas.
Temos o Espírito Santo quando ele nos inspira à alegria, nos dá prazer em orar, nos faz pessoas agradecidas e nos estimula a ler a Bíblia para vivermos segundo a Bíblia, com a mente de Cristo.
À luz destes poucos textos, vemos que ter o Espírito Sandro residindo em nós não é algo subjetivo, mas objetivo.

 

12. “Quanto ao que lhe foi confiado, guarde-o por meio do Espírito Santo que habita em nós”.
(2 Timóteo 1.14)

O que foi confiado a Timóteo?
O que nos é confiado?
Não é nenhum segredo. No Evangelho não há segredo. Segredo havia no passado, mas Jesus revelou tudo.
Ampliando o texto, ouvimos Paulo dizendo:

“Sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele dia. Retenha, com fé e amor em Cristo Jesus, o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim. Quanto ao que lhe foi confiado, guarde-o por meio do Espírito Santo que habita em nós” (2Timóteo 1:12b-14).

Foi-nos confiado o Evangelho.
Alguns o recebemos em idade adulta, por meio de pessoas desconhecidas.
Outros o recebemos em casa, por meio de nossos pais ou avós.
O modo como amamos este Evangelho não deve depender do modo como ele nos chegou. Sua essência e seu frescor não se alteram porque nascemos nele. Timóteo, o ouvinte destas palavras primeiras paulinas, ouviu-o primeiro de sua mãe e de sua avó. E o guardou.

Como guardamos o Evangelho?
Guardamos o Evangelho recebendo-o como o poder de Deus para as nossas vidas, poder para a salvação, poder para a santidade e poder para a sanidade (saúde). Recebemos o Evangelho quando o Espírito Santo nos conduz.
Muitos têm ouvido o Evangelho, mas não o recebem. Preferem seguir suas tradições e opiniões. Preferem aderir aos pensamentos deste mundo. Acham que o Evangelho é bom, mas nao é o único capaz de trazer vida que vale a pena. Acham que Jesus é um bom sábio, mas nao aquele que entregou a vida dele em seu lugar, para livrá-lo do poder dos pecados. Recebemos o Evangelho quando o Espírito Santo nos convence do nosso erro.
Alguns até o querem, mas conservam outras mensagens paraevangélicas ou antievangélicas. Querem receber o Evangelho radical, mas não se entregam radicalmente a Cristo. Recebemos o Evangelho quando convidamos o Espírito Santo para controlar a nosso pensamento e a nossa prática de vida.

Guardamos o Evangelho vivendo os seus ensinos para todas as áreas da vida. Vivemos o Evangelho quando o Espírito Santo se torna o mestre das nossas vidas por meio da Palavra escrita de Deus.

Guardamos o Evangelho anunciando o Evangelho.

De um lado, Deus preserva este Evangelho, vale dizer, o anúncio das suas Boas Notícas para os homens (que é o significado de evangelho e de evangelização). Deus mantém a obra de pregação do Evangelho. Esta é a garantia da sua permanência. “Sobre qualquer outro fundamento a obra da pregação não se sustentaria por um momento”. 7
Assim como a pregação do Evangelho é um meio de graça para nós, Deus nos confia a tarefa de levar aos outros este meio de graça. Ele nos  confiou esta tarefa, a nós, homens e mulheres, fracos. Somos chamados a difundir e a defender este evangelho, por métodos tradicionais e por métodos novos, mas a mão dele continua sobre este tesouro, protegendo-o de modo final, conosco e apesar de nós.
Fazemos a nossa parte, por causa do Espírito Santo que habita em nós. “O guardar de Deus não nos exclui, mas nos inclui por meio do Espírito Santo”. 8 Sem o Espírito Santo desistiríamos à primeira pressão para negá-lo. O Evangelho nos foi entregue. “Guardá-lo fielmente. Difundi-lo ativamente. Sofrer corajosamente por ele. Esta é a nossa tríplice responsabilidade perante o evangelho de Deus”. 9 Anunciamos o Evangelho quando o Espírito Santo Santo nos anima a apresentar Jesus, mesmo que haja um preço a pagar.

Guardamos o Evangelho defendendo o Evangelho.
Em certo sentido, o Evangelho não precisa de defesa. É o poder de Deus e vai se virar sozinho.
Em outro sentido, o Evangelho é “loucura de Deus” e precisa de uma defesa inteligente para que seja recebido. Não precisa de grito para ser defendido. Não precisa de violência para ser protegido. Nao precisa de fraude para ser mantido. O evangelho nao precisa de falsas defesas.
Há inimigos internos ao Evangelho, cristãos que não o vivem, cristãos que não o estudam. Estes são os mais perigosos. É fogo amigo.
Há inimigos externos ao Evangelhos, pessoas que não o entendem, pessoas que o entendem mas não o aceitam e pessoas que o atacam.
Para defendê-lo, temos que estudar os argumentos contra ele e temos que conhecer bem a sua lógica, nem que seja a lógica louca da graça.

 

2
LENDO OS TEXTOS BÍBLICOS SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS

 

Creio no Espírito que concede dons à sua igreja.

Três textos precisam ser lidos, para entendermos o ensino bíblico sobre os dons.

O primeiro é Romanos 12.1-8.
Os primeiros três versos introduzem o tema dos dons espirituais e serão lidos com mais proveito se forem vistos como introdução.

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu”.

Agora, então, o apostolo entra no tema, que é explicitado em 1Coríntios. Ele não dá nome a nenhum dom, mas fala de suas características:

“Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.
Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.

O segundo é Efésios 4.8-16 e nele Paulo desenvolve uma teologia do discipulado cristão:
Este discipulado cristão nasce do ministério de Cristo.

“Por isso é que foi dito: [e Paulo cita o Salmo 68.18]

‘Quando ele subiu em triunfo às alturas,
levou cativos muitos prisioneiros,
e deu dons aos homens’.

O próprio Paulo oferece uma nota explicativa:

“(Que significa “ele subiu”, senão que também havia descido às profundezas da terra? Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher todas as coisas.) “

O apóstolo, então, apresenta uma lista dos dons vindos de Deus para os homens:

“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.
O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica- se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função”.

O terceiro texto essencial é 1 Coríntios 12.1-11, que começa com uma afirmação da natureza espiritual dos dons espirituais:

“Irmãos, quanto aos dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes. Vocês sabem que, quando eram pagãos, de uma forma ou de outra eram fortemente atraídos e levados para os ídolos mudos. Por isso, eu lhes afirmo que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: “Jesus seja amaldiçoado”; e ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, a não ser pelo Espírito Santo”.

Em seguida, Paulo apresenta uma lista, diferente da encontrada em Romanos e Efésios, porque as necessidades destas comunidades de fé eram diferentes.

“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.
A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. [Aqui está o ensino que não pode ser colocado em segundo plano.]
Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de conhecimento; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de curar, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas.
Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer. (..) [Ou seja: o dom é dom, não é conquista.] Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo”. [Aqui está outro ensino-advertência para permanecer: na igreja somos todos iguais, vale dizer: os nossos dons têm o mesmo valor.]

Paulo prossegue com a lista:

“Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas.
São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de realizar milagres? Têm todos o dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam?
Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons”.

Os textos do apóstolo Paulo nos falam de vários tipos de dons.

 

CLASSIFICANDO OS DONS

No meu livro “Gente Cansada de Igreja”, 10 ofereço uma tipologia para classificar estes dons:

 

DONS MOTIVACIONAIS (Romanos 12.4-8)

São características que integram de modo profundo a nossa personalidade, transformada pelo Espírito Santo, e nos motivam em nossos ministérios, constituindo-se no nosso estilo de vida.

  1. Profecia expositiva (exposição da Bíblia)
  2. Ensino
  3. Encorajamento
  4. Liderança
  5. Contribuição financeira (acima do compromisso comum)
  6. Serviço (geralmente nos bastidores, de modo quase impercebido)
  7. Misericórdia
  8. Socorros (nas situações especiais)
  9. Hospitalidade (1Pedro 4.9)

 

DONS MANIFESTACIONAIS (1Coríntios 12.7-11)

São habilidades sobrenaturais dadas pelo Espírito Santo ações que superam os limites da razão.

10 . Profecia circunstancial (“revelação”)
11 . Palavra de conhecimento (percepção da verdade numa situação específica)
12 . Palavra de sabedoria (aplicação da verdade)
13 . Fé (ver à frente do seu tempo)
14 . Operações de milagres
15 . Dons de curas
16 . Discernimentos de espíritos
17 . Variedades de línguas
18 . Interpretação de línguas
19 . Intercessão (oração pelos outros persistentemente, com ou sem resultado)
20. Exorcismo

 

 

DONS FUNCIONAIS (1Coríntios 12.27-31; Efésios 4.11)

São habilidades que integram vários dons e que requerem preparo específico e tempo prioritário para o seu exercício.

21 . Apostolado (visando a unidade)
22 . Profecia proclamadora (pregação)
23 . Evangelização
24 . Missões (Atos 11.19-26)
25 . Pastorado
26 . Ensino coletivo (Professor)
27 . Administração
28 . Arte (Êxodo 31.1-11)

 

DONS VOLUNTÁRIOS (1Coríntios 7.7; 13.3a, b)

29 . Celibato
30 . Pobreza
31 . Martírio

 

A lista não é exaustiva, porque sua concessão pelo Espirito Santo dependerá das necessidades da igreja. Sim: Deus confere dons conforme as necessidades da igreja.
De que precisamos hoje?

Podemos melhorar a pergunta: para que cada um de nós pergunte: Senhor, que queres de mim?
Envia-me, que irei; capacita-me, que trabalharei.

 

 

VALORES ESSENCIAIS DOS DONS

 

Destes três textos, podemos ainda derivar alguns princípios para a vida cristão individual e comunitária:

 

1. Tão ruim quanto a falta de conhecimento e uso dos dons espirituais é o uso vaidoso deles.

Aprendemos: “Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que convêm” (Romanos 12.3). Em outros palavras: ninguém deve achar que tem mais dons do que os outros ou que os seus dons são melhores dos que os os outros.
Não podemos ignorar os dons e não podemos pensar que eles são a razão de ser da igreja. Não podemos abafar nossos dons e não podemos exaltá-los acima dAquele que no-los deu. Conhecer os nossos dons é fundamental.

 

2. Devemos valorizar as nossas diferenças de dons.

O conselho é repetido, como em Romanos 12.6: “Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada”.
Assim como um casal que subsiste por causa de suas diferenças, uma igreja cresce por causa das diferenças dos seus membros quanto aos dons que têm. No entanto, assim como um casal se separa por causa das diferenças, uma igreja também pode se dividir por causa das diferenças.
Para evitar a cisão (no lar e na igreja), precisamos reconhecer as diferenças, valorizar as diferenças e cultivar as diferenças.
Todos devem trabalhar para que haja lugar para os dons (diferentes dons) na igreja. É assim que ela será edificada. Não devemos buscar os dons que achamos melhores para nós, mas para a igreja. Não entristeçamos o Espírito Santo pedindo-lhe dons que nos satisfaçam, mas dons que edificam a nossa comunidade.
Quando uma igreja valoriza os dons espirituais, uns dos outros, os melhores dons (isto é: os que mais edificam) se manifestam.

 

3. Quem está a caminho de uma fé madura compreende o lugar dos dons nas suas vidas e procura descobrir os seus.

Aprendemos que, na concessão dos dons pelo Espírito Santo, “o propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas” (Efésios 4.14).
Os dons espirituais são para nos fortalecer espiritualmente, de modo que possamos resistir às tentações.
Os dons espirituais são para nos fortalecer emocionalmente, de modo a cada dia olharmos com alegria e gratidão a nossa identidade de “amados por Deus”.
Os dons espirituais são para nos fortalecer teologicamente, tendo nosso pensamento enraizado na Palavra de Deus.
Os dons espirituais são para nos fortalecer ministerialmente. Não temos como exercer o nosso ministério sem a capacitação do Espírito Santo. Sem ele não temos visão (do futuro), não temos resistência diante do volume de trabalho, não temos persistência diante dos resultados por vezes mínimos, não temos maturidade para superar as críticas.
Se assim é, precisamos descobrir quais são os nossos dons. “Dons” está no plural porque temos mais de um, certamente, porque a igreja precisa de mais de um dom nosso.
Descubra o seu dom. Desenvolva o seu dom.

 

4. Mais que buscar os dons dos Espirito Santo, devemos dar o fruto do Espírito Santo.

O verso 31 é enigmático:

“Entretanto, busquem com dedicação os melhores dons.
Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente.”

O apostolo Paulo diz que há uma hierarquia de dons, havendo dons melhores dos que os outros. O ensino está reforçado logo a seguir:

“Sigam o caminho do amor e busquem com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de profecia” (1Coríntios 14.1).

Por que a profecia (o dom de expor o pensamento de Deus, como apresentado em sua Palavra) é melhor do que o dom de línguas, por exemplo? Porque a profecia edifica a todos. A glossolália (dom de línguas) edifica sobretudo aquele que fala.
E mesmo esta busca da profecia deve ser feita com amor. Todos os dons devem ser buscados por amor a Deus. Todos os dons devem ser vividos por amor a Deus. O grande apóstolo não diz que amar é mais excelente que vivenciar os dons do Espírito. Ao contrário, ele nos ensina que usar os dons motivados por amor pelos outros é melhor que usar os dons por razões egoístas. 11
Assim, na busca dos dons, busque aqueles que são melhores para a igreja. O melhor dom é o que edifica a igreja em sua necessidade. Deixe de lado os seus interesses e pense nos da igreja. Ao exercer seus dons, ame aqueles com quem os compartilha. Receba o resultado dos dons dos outros. Agradeça a Deus por eles.
O amor, no entanto, não é um dom.
Em outro texto, Paulo diz que o dom é parte do fruto do Espírito Santo demonstrado em nossas vidas como indicação de que estamos cheios do Espirito Santo (Gálatas 5.22). O dom vem antes: vem de Deus. O fruto vem depois: é resposta do homem.
Vivenciar os dons e demonstrar amor são parte de um processo. Vivenciamos os dons porque os recebemos de Deus. Demonstramos amor quando usamos nossos dons para edificar (fortalecer, ajudar, compreender) os outros.

***

Amemos cada vez mais através dos nossos dons.

 

 

3

PARA SERMOS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO

O apóstolo Paulo, por Deus inspirado, nos deixa a ordem:
“Deixem-se encher pelo Espírito Santo”.
Pregar sobre este tema é necessário sobretudo num contexto protestante. Os protestantes em geral têm medo do Espírito Santo. Pregamos pouco sobre o Santo Espírito.
Basta que olhemos nossos hinos e mesmo nossos cânticos. Quando pregamos — e pregamos pouco, muito pouco — sobre o Espírito Santo, o repertório é pequeno. É um “aviva-nos, Senhor” ou “Santo Espírito, enche a minha vida” e pouco mais.
Apesar de sabermos, pela Bíblia, que é o Espírito de Deus quem nos guia (Romanos 8.14), para uma vida plena e para uma vida que glorifica a Jesus Cristo, fazemos uma hierarquia da Trindade, com o Espírito Santo sempre recebendo a medalha de bronze.
Se queremos depender do Espírito Santo, precisamos aprender sobre ele e desejar que ele encha as nossas vidas.

 

CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO… NOVO NOVO TESTAMENTO

Ser cheio é ser vazio.
Ser cheio de algo é ser vazio de algo.
Ser cheio do Espírito Santo é ser vazio de outros espíritos.
Ser cheio do Espírito Santo é ser pleno de Deus.
Ser cheio não é uma conquista. É um desejo, um pedido.
Quem é cheio do Espírito Santo não o entristece dentro de si.
Quem é cheio do Espírito Santo não o apaga dentro de si.
Quem é cheio do Espírito Santo dá o fruto do Espírito Santo.

Encontramos no Novo Testamento histórias de pessoas cheias do Espírito Santo, bem como recomendações a que sejamos cheios dele.

 

A recomendação mais direta aparece em Efésios 5.15-21:
“Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus.
Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.

 

É possivel a alguém ser cheio do Espírito Santo?
O livro de Atos dos Apóstolos é o livro de homens e mulheres cheios do Espírito Santo. Eles alvoroçaram o mundo deles porque estavam cheios do Espírito Santo.

João Batista era cheio do Espírito Santo.
Antes de nascer, Jesus revelou esta realidade ao seu pai, Zacarias, que ouviu de um anjo que seu filho seria “grande aos olhos do Senhor. Ele nunca tomará vinho nem bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo” (Lucas 1.15 — NTLH).

Jesus era cheio do Espírito Santo.
Quando fala de sua primeira tentação, Lucas recorda:
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto”.

Pedro era cheio do Espírito Santo.
“Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: `Autoridades e líderes do povo!` (Atos 4.8 — NVI).

Estêvão era cheio do Espirito Santo.
“Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus, e disse: ‘Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus’ (Atos 7.55-56 — NVI).

Barnabé era um homem cheio do Espirito Santo.
“Ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor” (Atos 11.24 — NVI).

Paulo era um homem cheio do Espírito Santo.
“Então Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, olhou firmemente para Elimas” (Atos 13.9 — NVI).

 

ENTRE A EXPERIÊNCIA NA VIDA E UM ESTILO DE VIDA

Nestes exemplos, aprendemos que ser cheio do Espírito Santo é, ao mesmo tempo, uma experiência espiritual especial, através da qual foram capacitados para fazer o que precisavam fazer, bem como um estilo de vida espiritual.

A igreja cristã começa com uma experiência espiritual especial capacitadora:

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava” (Atos 2.4 — NVI).

Neste caso, fica claro que o Espírito Santo capacitou miraculosamente os participantes daquele culto primordial em que os apóstolos, e não apenas Pedro, pregavam ao mesmo tempo, a entenderem as mensagens em seus próprios idiomas. O Espírito Santo capacitou os pregadores a falarem os idiomas dos seus grupos de ouvintes. No livro de Atos, não temos qualquer outro registro de evento semelhante, talvez porque não tenha havido tal necessidade.

 

A experiência é algo que não devemos desdenhar, se vem mesmo de Deus e para a edificação da igreja:

“Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus” (Atos 4.31 — NVI).

 

Pedro estava na casa de Cornélio, que não era judeu como ele, quando aprendeu que o Espírito Santo não é engarrafável.

“Enquanto Pedro ainda estava falando estas palavras, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a mensagem. Os judeus convertidos que vieram com Pedro ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo fosse derramado até sobre os gentios, pois os ouviam falando em línguas [certamente aqui uma língua diferente do Pentecoste, sendo uma experiência de adoração em êxtase e não um idioma] e exaltando a Deus. A seguir Pedro disse:
— Pode alguém negar a água, impedindo que estes sejam batizados? Eles receberam o Espírito Santo como nós!
Então ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo” (Atos 10.44-48a — NVI).

 

Paulo viu experiência próxima, quando esteve em Éfeso, onde encontrou um grupo de pessoas interessadas no Evangelho e aos quais “perguntou:

— Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?
Eles responderam:
— Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo.
Então, “que batismo vocês receberam”, perguntou Paulo.
— O batismo de João, responderam eles.
Disse Paulo:
— O batismo de João foi um batismo de arrependimento. Ele dizia ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus.
Ouvindo isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus. Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas [certamente, línguas espirituais e não idiomas] e a profetizar [a louvar a Deus e a pregar o Evangelho]. Eram ao todo uns 12 homens” (Atos 19.1-7 — NVI).
Estes 12 homens não eram realmente convertidos, uma vez que ninguém é convertido a não ser pela ação do Espírito Santo. Eles ficaram cheios do Espírito Santo quando se converteram, ao entenderem toda a inteireza do evangelho. Como ensina John Stott, esta experiência não legitima a chamada segunda bênção; neste caso, ainda foi a primeira bênção, por assim dizer. 12
Estas duas experiências são extáticas. Pedro teve outras experiências, nas quais não falou em línguas. Numa delas, conta, estava “estava na cidade de Jope orando; caindo em êxtase, tive uma visão. Vi algo parecido com um grande lençol sendo baixado do céu, preso pelas quatro pontas, e que vinha até o lugar onde eu estava” (Atos 11.5 — NVI; cf. Atos 10.10).

 

Paulo também teve outras experiências de êxtase, também sem falar em línguas:

“Quando voltei a Jerusalém, estando eu a orar no templo, caí em êxtase e vi o Senhor que me dizia: ‘Depressa! Saia de Jerusalém imediatamente, pois não aceitarão seu testemunho a meu respeito’” (Atos 22.17-18 — NVI).

O êxtase pode ser algo dado pelo Espírito Santo, nunca algo buscado ou humanamente forçado ou forjado. Nem todo êxtase resulta em glossolália ou profecia. Se o experimentamos, deve ser relatado como o jejum, isto é, não deve ser  relatado, exceto se for para glória real de Deus, não nossa, e se for para edificar a igreja, não a nós. Deus tem um propósito quando no-la dá e isto que importa.
O que aprendemos mais cristalinamente da Bíblia é que precisamos ir além da experiência, tornando o dom sobrenatural uma parte integrante de nossas vidas. Um cristão deve ser como os sete eleitos na igreja de Jerusalém para servirem junto com os apóstolos, que propuseram:

“Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito [Santo] e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.3-4 — NVI).

No êxtase, estamos cheios do Espírito Santo. Na vida, somos cheios do Espírito Santo. Uma é experiência, que passa. Outra é processo, que nos edifica e capacita.

 

A ORDEM É: DEIXEMO-NOS ENCHER COM O ESPÍRITO SANTO

Por isto, somos chamados a nos deixar encher pelo (ou com) Espirito Santo:

“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem- se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Efésios 5.18-20 — NVI).

“Deixem-se encher pelo Espírito Santo” — esta é a recomendação.
Leiamos o texto em outras versões:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. (ARA)
“Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham- se do Espírito de Deus”. (NTLH)
“Não busquem alegria, embriagando-se com vinho. Isso acaba em libertinagem e imoralidade. Ao contrário, bebam do Espírito Santo, à vontade. Cantem hinos, não música de boteco! Cantem música que brota do coração para Cristo. Cantem louvores por tudo, pois de qualquer situação pode surgir um tema para uma canção a Deus, o Pai, em nome do Senhor Jesus Cristo”. (A MENSAGEM)

 

SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO É…

Ser cheio do Espírito Santo deve ser a condição normal de todo cristão. Quando Paulo nos pede para nos deixarmos encher do Espírito Santo, não sugere uma possibilidade para alguns; é um imperativo para todos (Efésios 5.18). Assim, ser cheio do Espírito Santo não é algo opcional, mas algo obrigatório para o cristão. 13
Não há na Bíblia nenhuma ordem para ser habitados pelo Espírito Santo. Já é nossa condição. Não encontramos nela nenhuma instrução para sermos selados pelo Espírito Santo, porque já o somos. No entanto, recebemos a ordem para nos deixarmos encher com o Espírito Santo. 14
Ser cheio do Espírito Santo é uma capacitação espiritual para a realização de um ministério cristão. Pedro só teve a coragem de enfrentar as autoridades porque estava cheio do Espírito Santo (Atos 4.8). Logo após sua conversão, Paulo ouviu que seria cheio do Espírito Santo (Atos 9.17), isto é, capacitado para ser apóstolo e fazer o que fez para a expansão do Cristianismo. Todo cristão, ao receber dons, recebe as manifestações da plenitude do Espírito Santo. Há momentos na vida que precisamos de capacitações especiais que nos deem poder para falar e viver com coragem e sabedoria a fé cristã. Como prometeu Jesus, na hora da oportunidade, o Espírito Santos nos diria como agir (João 14.26).
Ser cheio do Espírito Santo é um estilo de vida. Devemos sempre nos lembrar que, “toda a vida cristã, de acordo com o Novo Testamento, é vida no Espírito [Santo] que vem após o nascimento no Espírito [Santo]”. Assim, ser cheio do Espírito Santo não é receber “uma bênção totalmente nova e diferente”, mas viver no compasso da graça, experimentando graça sobre graça, que é a fruição da presença do Espirito Santo em nós, que “é a garantia, na verdade até uma antecipação da nossa herança eterna no céu”. Ser cheio do Espírito Santo é ter rios de água viva fluindo do seu interior (João 7.38). Por isto, com os olhos voltados para Jesus Cristo, os escritores do Novo Testamento nos incentivam “a ser o que devemos ser (puros como ele é puro) por causa do que já somos em Cristo (filhos de Deus) e por causa do que seremos quando ele voltar (como ele). 15
Quem é cheio do Espírito Santo bebe do Espírito Santo, procurando as coisas do Espírito Santo, dirigindo sua atenção para as coisas do Espírito Santo (Colossenses 3.1).

O que é ser cheio do Espírito Santo? É ser arrebatado em êxtase espiritual. Sim, se este êxtase transbordar para um estilo de vida.
A recomendação paulina (em Efésios 5.18-21) dá os tons desta plenitude.

“Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.

 

1. Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado pela alegria.

Para falar algo positivo, o apóstolo começa como algo negativo. “Não se embriaguem”; não vivam na “libertinagem”.
A Bíblia se apropria do vinho pela alegria que traz. Celebramos a Ceia do Senhor com vinho, para indicar também a nossa alegria pela salvação que Jesus nos deu. Mas a alegria do vinho é passageira. Precisa ser bebido sempre.
As pessoas bebem para celebrar o grupo em que se encontram, para esquecer seus problemas (mágoas) e para ter uma alegria que dura enquanto a droga circula pelo corpo. É alegria artificial, química, que nos tira, conforme a dose, a razão plena, podendo levar à libertinagem. No Brasil, a cada ano, 50% (ou 26 mil) de todas as mortes no trânsito são provocadas pela ingestão de álcool. 16 Ainda assim continuamos brincando com o álcool na sociedade brasileira, com leis muito suaves para os assassinos e muita propaganda a estimular o prazer da bebida, não importa que tire os reflexos das pessoas ou que se transforme em dependência, porque todos estão seguros que essas coisas só acontecem com os outros.
A alegria que vem da plenitude do Espírito Santo não depende de algo exterior, mas da presença do Espírito Santo em nosso interior. A alegria no Espírito Santo não precisa de bebida e de nenhuma outra droga. Na verdade, dispensa-as radicalmente.
A alegria que vem da plenitude do Espirito Santo não depende sequer de um culto “animado”. Ao contrário, um culto “animado” deve ser consequência da alegria do Espírito Santo em nós. Cristãos: não se embriaguem. Cristãos: radicalizem: não bebam.
A alegria que vem da plenitude do Espírito Santo não precisa de libertinagem para acontecer. Há cristãos que, embora tendo o Espírito Santo morando neles — eis o grande sacrilégio porque rodos os cristãos têm o Espirito Santo morando neles ! — entregam o seu corpo ao sexo fora do casamento (heterossexual ou homossexual), suas mentes à pornografia, seus lábios às palavras torpes (com palavrões e piadas imorais), seus corações aos desejos impuros. Muitos precisam deste tipo de alegria. Quem precisa deste tipo de alegria não está sendo cheio do Espírito Santo, mas de outros espíritos.

 

2. Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado por relacionamentos humanos com qualidade espiritual.

A recomendação que devemos nos deixar encher pelo Espirito Santo para falarmos entre nós “com salmos, hinos e cânticos espirituais”. Isto é: quem está cheio do Espírito Santo revela esta plenitude na conversas que tem, conversas permeadas por salmos, hinos e cânticos espirituais”. Quem está cheio do Espírito Santo pensa nas coisas de Deus e com a mente de Deus. Seu vocabulário é santo porque a sua mente é santa. Afinal, a palavra de Cristo habita no seu coração (Colossenses 3.16).
Quem está cheio do Espírito Santo tem alegria em conversar. Não evita seus irmãos, mas se aproxima deles. Abraça-os. Beija-os. Interessa-se por eles. Suas palavras, trocadas entre si, parecem salmos, hinos e cânticos espirituais, porque ele medita na palavra de Deus dia e noite (Salmo 1.1). Quem tem a mente de Cristo se submete ao outro. Paulo termina esta característica espiritual, recomendando a submissão mútua (Efésios 5.21). Um se submete, mas não espera que o outro se submeta, mas o outro se submete, de modo que ninguém se serve da submissão do outro, porque todos são submissos por amor ao outro.

 

3. Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado por uma adoração sincera, “em espírito e em verdade”.

Quem está cheio do Espírito Santo canta e louva de coração ao Senhor. Canta música que brota do coração para Cristo (Cf. A MENSAGEM). Canta canções aos ouvidos do Senhor (J.B. Philips). Quando cantamos para os homens, apuramos a técnica. Quando cantamos para Deus, apuramos a motivação. Felizes os que têm motivação e técnica, cantando com coração e beleza. Felizes os que cantam com o coração, mesmo que não tenham técnica.
O que importa é que quem é cheio do Espírito Santo adora ao Senhor porque tem prazer em adorar.

 

4. Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado pela gratidão.

Nele tudo vira motivo para o louvor.
Quando reclamamos e nos queixamos, demonstramos que não estamos sendo cheios do Espírito Santo. “Sempre que o Espírito Santo domina os crentes, eles agradecem ao Seu Pai celestial a toda hora, por tudo”. 17 A gratidão põe na contramão as atitudes marcadas pela reclamação, pela murmuração, pela comparação e pelo pessimismo. Quem está cheio do Espírito Santo não reclama, não murmura, não se compara aos outros, não guarda rancor, não acha que tudo vai dar errado.

 

5. Ser cheio do Espírito Santo é viver um estilo de vida caracterizado pela coragem para testemunhar de Jesus Cristo.

Quando o Espírito Santo veio, veio para nos revestir de poder, de poder para testemunhar. Devemos tomar para nós as palavras de Paulo a Timóteo: “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus”(2 Timóteo 1.7-8).
Quanto mais cheios, mais corajosos.

 

6. Ser cheio do Espírito Santo é viver uma vida controlada pelo Espírito Santo.

Quem é vazio do Espírito Santo se deixa controlar por seus desejos, mas quem é cheio do Espírito Santo se deixa controlar pelo Espírito Santo.
No cristão vazio do Espirito Santo o temperamento é rei; ele manda e comanda. O Espírito Santo fica acuado, triste, negado. No cristão cheio do Espírito Santo, o Espírito Santo controla o temperamento, seja o da raiva, o da agressividade, seja o da tristeza. Essas marcas ainda estão presentes, mas amanhã menos que hoje, num processo em que o Espírito Santo transborda cada vez mais.
No cristão vazio do Espirito Santo o vício domina, irresistível. Quem tem o Espirito Santo recebe poder para enfrentar os vícios, seja o sexo, a pornografia, a glutonaria, a preguiça ou qualquer outro.
Quanto mais cheios do Espírito Santo, menos os vícios têm poder sobre suas vidas.
Ser cheio do Espírito Santo é ser guiado pelo Espírito Santo, é ser movido pelo Espírito Santo, é ser permeado pelo Espírito Santo, é ser controlado pelo Espírito Santo.

7. Ser cheio do Espírito Santo é ser pleno do fruto do Espírito Santo.

O fruto do Espírito Santo se mostra em atitudes que o apóstolo Paulo relaciona, certamente sem esgotar: amor, alegria, paz, paciência (longanimidade — ARA), amabilidade (benignidade — ARA), bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5.22-23a — NVI).
Ler estas “graças cristãs” nos enche de água na boca e faz o nosso coração bater mais forte, “porque este é um retrato de Jesus Cristo. Nenhum homem ou mulher até hoje apresentou estas qualidades com tal equilíbrio ou perfeição como o homem Jesus Cristo. Assim, este é o tipo de pessoa que todo cristão gostaria de ser”. 18
Essas nove graças podem ser classificadas em três grupos. O primeiro se refere às práticas evidenciadas em nosso relacionamento com Deus: amor, alegria e paz. O segundo está presente no convívio humano: paciência, amabilidade (benignidade, ternura) e bondade. O terceiro se monstra na nossa vida interior: fidelidade, mansidão e domínio próprio. 19
Podemos dar o fruto do Espírito Santo? A resposta é: obviamente, sim.
Mas devemos saber que não é obra nossa, mas do Espírito Santo em nós. Por isto, precisamos deixar que ele nos encha. Afinal, é o resultado da presença plena do Espírito Santo em nós.

 

TRÊS PERGUNTAS

A instrução pode suscitar algumas perguntas em alguns de nós. Vejamos três delas:

 

1. Ser cheio do Espírito Santo não é para aquelas pessoas mais propensas às emoções ou aquelas com funções na igreja?

Ser cheio do Espírito Santo não é uma experiência emocional, embora possa envolver nossas emoções. Uma pessoa mais emotiva tem mais experiências emocionais com o Espírito Santo, mas plenitude do Espírito Santo não vem através de experiências emocionais, conquanto possa incluí-las a critério do mesmo Espírito Santo.
Deus trabalha com os mais emotivos e com os mais racionais, sem preferências por um tipo ou por outro, embora as expressões em um e em outro sejam diferentes. Não devemos ter medo do Espírito Santo, embora devamos tomar cuidado com as nossas emoções e também para que a nossa razão não tente aprisionar o Espírito Santo.
Um culto mais entusiasmado não é um culto em que o Espírito Santo esteve mais presente. Ele está no culto onde há sinceridade na adoração. O importante é que no culto ele tenha liberdade para instruir e animar as pessoas com o fôlego divino.
É um grande equivoco pensar que Deus reserva a sua plenitude para aquelas pessoas com funções especiais na igreja. Ser cheio do Espírito Santo não é para uma classe especial de pessoas. Não creia nesta mentira.
A carta com o mandamento “deixem-se encher pelo Espírito Santo” náo foi escrita a Timóteo, ou a Tito ou a Filemon. Foi escrita aos Efésios. O verbo não está no singular, mas no plural. Não é para alguns, mas para todos.
Todos somos chamados, na igreja e na rua, a glorificar a Cristo, através de nossas palavras e de nossos atos, o que só fazemos quando estamos cheios do Espírito Santo.

 

2. Ser cheio do Espírito Santo é para pessoas com histórias de vida cheias de dores?

Ser cheio do Espírito Santo não é apenas para os certinhos, para os que têm temperamentos dóceis, para os que têm histórias de vida tranquilas. É para todos.
De fato, nem todas as pessoas têm vidas equilibradas. Umas carregam fardos de rejeição, que podem levá-las a uma autoestima baixa e mesmo à depressão. Outras aprenderam que na vida é preciso bater primeiro, para não apanharem. Outras se envolveram em vícios desde cedo e sofrem para os deixar.
A plenitude do Espírito Santo é para estes também. Você tem uma timidez vigorosa ou um a impulsividade agressiva? O Espírito Santo quer controlar sua timidez e sua impulsividade. Mais do que os outros, você precisa dele, para ser dominado.
As tentações perseguem você? Você precisa do Espírito Santo envolvendo o seu coração, para ser protegido.
Você tem medo de viver? Você precisa do Espírito Santo, para ser um vencedor.
Há cristãos que acham que estão condenados a uma vida de baixo nível espiritual, com mais vícios que virtudes, com mais infidelidades que fidelidades, com mais tristezas que alegrias, com mais fracassos que vitórias. Acham que não podem ser plenos. A promessa do Espírito Santo, plenos nos seus corações, é também para eles,
Os cristãos-vítimas não precisam se encurvar sob o peso de suas histórias, dos xingamentos que recebeu, dos abusos que sofreu, dos medos que viveu. Os cristãos-vítimas têm uma chance: deixarem-se encher pelo Espírito Santo. Quando ele entra numa vida assim, numa vida que foi gerada de novo pelo Espírito Santo, o lixo sai.
Afinal, ser cheio do Espírito Santo é viver sob a influência constante e o controle permanente do Espírito Santo.
Ser cheio do Espírito Santo é receber graça sobre graça. Na verdade, “não existe isto de uma plenitude de uma vez por toda. Ela é uma apropriação contínua de um recurso contínuo do próprio Cristo, o Senhor. É uma fé a cada momento em um Salvador a cada momento, para uma limpeza a cada momento e uma plenitude a cada momento. Quando eu confio nele, ele me enche. No momento em que eu começo a acreditar, naquele momento eu começo a receber, e à medida em que continuo crendo, louvado seja o Senhor, eu continuo recebendo”. 20

 

3. Ser cheio do Espírito Santo é algo que Deus faz ou nós fazemos?

Ser cheio do Espirito Santo é uma obra de Deus, não do homem. Ele está sempre pronto e desejoso de nos encher dele mesmo em cada momento.
O papel do homem é se tornar disponível para a obra de Deus em sua vida.
Se estamos cheios de raiva, a raiva nos controla.
Se eu estamos cheios de amor, o amor influencia tudo o que fazemos.
Se estamos magoados, a mágoa domina toda a nossa vida.
Se estamos cheios do Espírito Santo, o Espírito Santo nos conduz.
Imaginemos um automóvel. Enchemos o tanque e saímos para a rua. Com o percurso feito, o tanque vai se esvaziando. Num determinado momento, voltamos a abastecer. A primeira coisa que fazemos, depois de parar, é abrir o tanque para ser novamente abastecido.
Este é o nosso trabalho: abrir nossas vidas para serem cheias pelo Espírito Santo.
Abra a tampa da sua vida para o combustível do Espírito Santo entrar.
Alguns cristãos estão cheios de si mesmos, logo sem lugar para o Espírito Santo.
Alguns cristãos estão com os seus corações fechados para o Espírito Santo.
Eu coopero com o Espírito Santo, abrindo a tampa do tanque de combustível
Eu coopero com o Espirito Santo quando eu tiro as cadeiras da sala onde a raiva, a mágoa, o vício, o desejo impuro estão assentados e dando as ordens. Então, pelo poder de Deus, só deixo a cadeira do Espírito Santo, o dono do meu coração.
Eu coopero com o Espírito Santo quando o deixo livre para fazer tudo que ele quer que eu faça. Eu coopero com o Espírito Santo quando com ele mantenho comunicação (comunhão), para saber o que ele quer,
Então: se depender de nós, ser cheios do Espírito Santo é uma impossibilidade. Não o é da parte de Deus. Precisamos desejar ser cheios, cooperar com ele e estar em comunhão com ele.

 

NOSSOS PASSOS PARA SERMOS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO

Se queremos ser cheios do Espírito Santo, temos alguns passos a dar.

 

1. Continue indo a Jesus.

Para continuarmos sendo cheios do Espírito Santo, “precisamos continuar indo ao Senhor Jesus”. Sim, “não devemos ir a Jesus somente uma vez, em arrependimento e fé, mas continuar indo e bebendo, porque continuamos a ter sede”. Certamente, “não existe nenhum meio de garantir um fluxo de entrada e saída de água constante, a não ser a ida a Jesus e o beber permanente”. 21
Jesus faz um convite que é para todos nós:

“Eu sou a porta;
quem entra por mim será salvo.
Entrará e sairá, e encontrará pastagem” (João 10.9).

“Entrará e sairá” indica um movimento constante. Entramos. Vamos a Jesus e somos alimentados. Saímos. Seguimos pela vida e ficamos com fome. Voltamos a Jesus. Temos sempre que voltar a Jesus. Só alegria quando permanecemos nele.
Precisamos ouvir as palavras dos evangelhos todos os dias. Precisamos escutar as palavras de Jesus todos os dias.

 

2. Deseje sinceramente que Deus o encha com o Espírito Santo.

Isto implica querer ser totalmente controlado pelo Espirito Santo.
Aqui está o nosso maior problema: não temos coragem de abrir mão do controle. Queremos controlar nossas vidas, decidindo o que faremos e onde iremos. Somos treinados, como cães, para a autonomia. É boa a educação para a autonomia, precipitamos as coisas. Somos crianças em formação e nos pomos a caminhar pelas ruas, sem sequer sabermos ler os sinais de trânsito. Primeiro precisamos saber andar, para, depois, andar. Primeiro precisamos nos encher do Espírito Santo para depois pôr em prática a nossa autonomia. Cheios do Espírito Santo nossa autonomia é verdadeiramente autonomia. Quando o Espírito Santos nos conduz, ele nos respeita, aceita a nossa cooperação e vai conosco. Não é assim quando o vício nos conduz, quando o temperamento nos guia. Eles não querem o nosso bem; só o bem deles. O Espírito Santo só quer o nosso bem.
“Reduzido a termos simples, ser cheio com o Espírito significa que, através da submissão voluntária e em resposta a uma fé apropriada, a personalidade humana é preenchida, dominada e controlada pelo Espírito Santo”. 22
Quer ser feliz? Deixe o Espírito Santo encher a sua vida. Deseje isto com todas as forças do seu coração. Não veja o controle do Espírito Santo como perda, mas como lucro. Dar o controle da sua vida ao Espírito Santo não é sacrifício. É alegria. Alegria completa.
Então: peça que Deus o encha com o seu Espírito.

 

3. Morra para o pecado.

É parte da nossa tarefa morrer para o pecado. Gostamos de ler a história da mulher entregue a Jesus para ser condenada e nem sempre levamos a sério suas palavras finais a ela:
— Vá e não peques mais! (Ou em outra tradução: “Agora vá e abandone sua vida de pecado!” — João 8.11)

Ela foi perdoada e recebeu uma tarefa: não pecar mais.
Somos perdoados e recebemos a mesma tarefa. Se queremos ser cheios do Espírito Santo, temos que levar a sério esta tarefa.
Esta tarefa começa com a nossa confissão, com uma confissão sempre renovada, porque sempre renovamos os nossos pecados. Para confessar, precisamos aprender da Bíblia o que é pecado. Não somos capazes de definir por nós mesmos o que é pecado. Nosso pecado não nos permite ter tal discernimento.
Se hoje eu pequei, hoje eu preciso confessar o meu pecado. Quando eu confesso, sou perdoado. A promessa bíblica é altissonante:

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1.9-10)

Em matéria de pecado, a confissão é a primeira tarefa. Há outra, que é mais uma atitude do que um gesto. O apóstolo Paulo propõe o roteiro:

“Considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos. Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como instrumentos de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça” (Romanos 6.11-13).

O pecado fala alto, mas você se faz de surdo.
O pecado se insinua, mas você não permite que ele o domine.
O pecado chama, mas voce não permite que o seu corpo ceda.
A morte convida, mas você se oferece para a vida, consagrando-se a Deus.
A destruição se apresenta, mas você dedica seu corpo à prática de atos corretos que eram vida para você e para os outros.
Quem vive em você é Cristo. “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gálatas 5.24-25)
Sim, quando você está sob o controle do Espírito Santo, toda sua vida, sua imaginação, sua vontade e seu comportamento estão ocupados com Jesus Cristo. Quando você sob a influência do Espírito Santo, você vai cada vez mais fundo em sua compreensão dos caminhos de Deus. Sua comunhão com Cristo é mais profunda e mais íntima a cada dia. Ele controlará constantemente sua mente, suas emoções e seus desejos. 23

 

4. Use os meios de graça que Deus lhe disponibiliza.

Em nossa jornada rumo à plenitude do Espírito Santo, podemos usar os meios que o mesmo Espírito Santo nos oferece.
Lendo a Bíblia, aprendemos que estes meios podem ser organizados em quatro grupos.

  • Adoração individual (Leitura da Bíblia, Oração e Louvor)
    Em sua casa (e em qualquer outros espaços), leia a Bíblia, seguindo um plano ou não, no ritmo que puder mas sempre crescente.
    Procure momentos especiais de oração, organizando-se para que haja cada vez mais tempo para permanecer sozinho com Deus.
    Louve ao Senhor, seja cantando (cantarolando, assobiando, batucando), seja ouvindo músicas que tragam a Bíblia para a sua vida.
  • Adoração coletiva
    Na igreja e/ou num pequeno grupo, leia a Bíblia, ore, louve, ouça a exposição da Biblia, feita por um professor ou pregador. Mesmo que seja um professor, pare para ouvir e aprender. Louve junto com os que creem. Aprende junto com os que buscam o mesmo que você.
  • Terapia e educação
    Pode ser que no seu coração haja sentimentos que se encontram além de sua capacidade de compreender e mudar.
    Que fazer? Sucumbir e viver infeliz, sem alegria, sem plenitude do Espírito Santo?
    Não. E para este “não”, ele coloca recursos para que sejamos saudáveis, espiritualmente, emocionalmente e fisicamente. Em algumas areas da vida, precisamos ser curados.
  • Somos um ser só, mas podemos operacionalmente, organizá-lo em três áreas: fisica, emocional e espiritual.
    Se precisamos de cura física, o Espírito Santo nos coloca dois recursos: oração e medicina. Nesta ordem.
    Se precisamos de cura emocional, o Espírito Santos nos coloca dois recursos: oração e terapia. Nesta ordem.
    Se precisamos de cura espiritual, o Espírito Santo nos coloca dois recursos: oração e educação. Nesta ordem. A graça salvadora de Jesus Cristo é também uma graça pedagógica, que “nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa” (Tito 2.12).
  • Desenvolvimento de atividades solidárias
    Organize o seu coração e, depois, o seu tempo, para desenvolver atividades solidárias. Você tem recebido. Dê, para que outros possam receber.
    Ao contribuir com os outros, você desenvolve os dons que recebeu.

•••

A plenitude do Espírito Santo é o Espírito Santo em ação para nos capacitar a viver por Cristo e para Cristo no mundo.
Ser cheio do Espírito Santo é ser controlado por ele para uma vida que antecipe aquela que viremos quando Jesus Cristo nos transformar em pessoas glorificadas sem nenhum outro senhorio sobre nós (sem pecados, sem doenças, sem desvios, sem medos) que não de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador.

 

 

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

 

_______________________________
1  Todos os textos bíblicos são transcritos da Nova Versão Internacional, exceto quando outra indicação se fizer.
2  Embora de modo impreciso, podemos pensar que Pai, Filho e Espirito Santo são três irmãos, que não brigam, não competem, não buscam seus próprios interesses, embora tenham personalidades próprias, histórias próprias e missões  próprias. Eles sempre agem em sintonia e harmonia. Como trigêmeos que se vestem igual — de novo, uma imagem completamente imprecisa e apenas ilustrativa — quem vê um vê o(s) outro(s). Como irmãos que se amam divinamente, um quer o bem (a glória, nos termos bíblicos) do outro.
3  STEDMAN, Ray. Forgive e live. Disponível em <http://www.raystedman.org/new-testament/ephesians/forgive-and-live>
4  STEDMAN, Ray. Forgive e live. Disponivel em http://www.raystedman.org/new-testament/ephesians/forgive-and-live.
5  TURAKI, Yusufu. Efésios. Em: ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano.  São Paulo: Mundo Cristão, 2010, p. 1470.
6  Como sugere John Piper em Pray Without Ceasing. Disponível em <http://www.desiringgod.org/resource-library/sermons/pray-without-ceasing>
7  BARRETT, C.K. The pastoral epistles. Citado por STOTT, John. Tu, porém. São Paulo: ABU, 1982, p. 38.
8  WEINGAERTNER, Martin. 1e2 Timóteo. Curitiba: Encontrão, 1993, p. 110.
9  STOTT, John. Tu, porém. São Paulo: ABU, 1982, p. 39.
10  AZEVEDO, Israel Belo de. Gente cansada de igreja. 3a. ed. São Paulo: Hagnos, 2010.
11  STEDMAN, Ray. How the body works. Disponível em <http://www.raystedman.org/new-testament/1-corinthians/how-the-body-works>.
12  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 38.
13  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 62.
14  MacARTHUR, John. Be Filled with the Spirit, Part 1. Disponivel em <http://m.gty.org/Resources/Sermons/1939>
15  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 45-46.
16  Dado  disponível em <http://www.detran.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=110>
17  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 60.
18  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 79.
19  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 80.
20  INWOOD, Charles. Citado por POUNDS, Will. Be Filled With The Holy Spirit. Disponível em <http://www.hopeministries.biz/Teachings/BeingFilledWithTheSpirirt.htm>
21  STOTT, John. Batismo e plenitude do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2007, p. 54-56.
22  SANDERS, Oswald. Citado em “Being filled with the Holy Spirit”. Disponivel em <http://www.hopeministries.biz/Teachings/BeingFilledWithTheSpirirt.htm>
23  POUNDS, Will. Be Filled With The Holy Spirit. Disponível em <http://www.hopeministries.biz/Teachings/BeingFilledWithTheSpirirt.htm>

 

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