Caros irmãos e irmãs,
Gostei do final da novela!
Claro que estou falando do final de Avenida Brasil! Devo, primeiramente, lhe pedir desculpas se isso o escandaliza. Afinal de contas, por muito tempo afirmamos que “crente não assiste novela”. Ainda mais um pastor…
Na verdade, crente discerne o que vê e não se deixar dominar pelo que vê. O crente não deixa de fazer nada por causa de novela. É diferente…
Peço, também, desculpas a você que não assistiu a essa novela, por vários motivos, os quais, embora não sabendo, os respeito.
O tema dominante foi a vingança. Vingança que nos assalta no secreto de nosso ser e no público de nossas expressões. Sofremos, somos maltratados, enganados, ameaçados. Vemos o outro prevalecer e isso provoca em nossa coração a ira. Ira essa que não é pecado, mas pode se tornar em uma de suas formas. Por exemplo, a vingança.
Gostei do final da novela por alguns motivos:
Primeiro, porque o autor conseguiu capturar a natureza humana. Essa que eu e você possuímos. Essa que nos leva a cometer atos nobres no meio do dia e outros vergonhosos na calada da noite. É aquilo que Paulo nos ensina: “o bem que eu quero, esse eu não faço”(Rm 7).
Ainda, porque o autor mostrou que “não há um justo sequer” (Rm 3). Não dá para ficar o tempo do lado da Carminha, nem do lado da Nina, nem do lado do Henrique, nem do lado do João, e assim por diante. Temos luzes e sombras. Virtudes e defeitos. Não acertamos sempre. Não erramos sempre. Somos, irremediavelmente, carentes da graça de Deus!
Outro ponto, é o fato de que o perdão triunfou sobre a vingança. O perdão liberta o coração daquele que o oferece. Também, restaura a vida daquele que o recebe. O perdão abre caminho para que aquilo que nos é impossível ache um caminho: o recomeço.
Mais ainda, que o perdão não é cínico. Os erros exigem enfrentar as conseqüências. Quem os comete paga o preço. E que preço! Contudo, o perdão alivia a carga, ameniza o jugo.
Por fim, o autor faz com que o ofendido dê o primeiro passo em direção ao abraço de seu ofensor. Lindo isso! Terrivelmente difícil isso! Nina, “a vítima” (será???!!!) atravessa a sala para se arriscar em um abraço. É recompensada por sua ousadia. Graça sem risco não é graça.
Chama a minha atenção que verdades tão bíblicas sejam percebidas e pregadas por pessoas que estão fora da igreja, enquanto que muitos que estão dentro de suas paredes ainda não acordaram para isso.
Quanto de Carminha eu e você temos dentro de nós? Quanto de Carminha domina as nossas ações? Não importa! No final, é a nossa obediência às palavras de nosso Mestre, Autor e Consumador de nossa fé que fará a diferença:
“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós.” (Mt 6.14)
Diga não à vingança. Diga sim ao perdão.
Ame!