Pergunta-me um amigo:
— O que você gostaria de ter feito e não fez?
A pergunta propõe a possibilidade de uma auto-avaliação.
A questão pode ser melhorada:
— Você ainda quer fazer o que não fez?
Uma mulher pretende ser mãe. Alguns anos se passam e o projeto não se torna realidade. Outros anos podem se passar e o sonho não acontecer. Melhor será se esta mulher decidir que adotará uma criança, dada uma determinada impossibilidade, como forma de encerrar um ciclo — o da espera — e começar outro — o da realização — em sua vida.
Um homem deseja fazer um curso — ou por prazer ou pela perspectiva profissional que pode produzir. No entanto, o calendário vai trocando de páginas e o curso vai ficando mais distante. Melhor fará este homem se não se abaixar atrás do biombo das dificuldades e, ao contrário, usá-las para se lançar para o degrau do seu projeto.
Outro homem se vê enredado por um vício, que ele sabe que é pecaminoso, que ele sabe que lhe é prejudicial, mas vai se deixando contaminar e dominar dia após dia. Melhor fará este homem se parar de se ver como vítima de um vício — como se um vício fosse um ser vivo que decidisse — e se enchesse de coragem para procurar a ajuda necessária para triunfar sobre o agente de sua autodestruição.
Outra mulher pode estar num relacionamento em que é humilhada, desrespeitada, maltratada e amedrontada. Assim mesmo, pode acomodar-se — se é que o verbo aqui cabe –, como se o sofrimento crônico fosse a vontade de Deus para a sua vida. Melhor seria se lesse melhor a Bíblia para aprender que o dom divino da vida não pode ser arrancado.
Quando quem quer ser mãe adotiva visitará a vara judicial especializada em adoções?
Quando quem quer terminar um curso vai começá-lo?
Quando quem tem um vício decidirá abandoná-lo?
Quando quem tem um relacionamento inadequado, moral ou emocionalmente, vai transformá-lo em adequado ou sair dele?
Quando quem quer conhecer o mundo vai grudar a mochila às costas?
Quando quem fez do vale a sua habitação começará a imitar os cabritos e fazer da montanha a sua casa?
Quando quem sonha servir a Deus numa profissão de prestígio vai abrir mão das horas de ócio?
Quando quem tem um talento vai usá-lo para tornar melhor o mundo?
Quando quem quer ser um pastor ou missionário transcultural vai romper a inércia e se preparar para obedecer ao seu chamado?
Quando quem tem um tempo disponível (pouco que seja) vai sair de casa e gastar este tempo em gestos que abraçam os necessitados?
Quando quem adora ídolos tomará a iniciativa de despedaçá-los?
Quando quem quer ser um exemplo vai se olhar no espelho e ver quem realmente é, para a arrancada em direção à vida desejada?
Quando quem quer realizar algo na vida vai se dispor a pagar o preço?
ISRAEL BELO DE AZEVEDO