Evangelho de pernas curtas (Evaldo Rocha)

O evangelho de pernas curtas é um reducionismo. Trata-se de um evangelho que na verdade não é todo evangelho, sendo em última instância nenhum evangelho.

          O evangelho de pernas curtas é a tentativa de divulgar uma mensagem que não é Boa Notícia. Trata-se de algo estranho ao verdadeiro evangelho de Cristo.

          O evangelho de pernas curtas é um chamariz para os cobiçosos. Trata-se de uma pregação inclinada para satisfazer o desejo dos homens e não para o relacionamento com Deus. A dinâmica deste comportamento gira em torno do anseio frívolo e não da obediência a Deus.

          O evangelho de pernas curtas é mais karisma e menos caráter. Trata-se de uma matemática estranha aos princípios que norteiam o viver cristão descritos na Palavra de Deus e no evangelho de Cristo. A consequência é um ambiente marcado por um suposto “poder”, e um cotidiano esvaziado, sem o toque genuíno do Altíssimo.

          O evangelho de pernas curtas é marcado pela notoriedade. Trata-se de uma proposta que deve ser abraçada pelos “seres comuns”, que vivem distanciados do glamour dos que estão no aparente sucesso e proeminência. Neste caso a significância proposta por Cristo não é estimulada.

          O evangelho de pernas curtas é uma proposta que exclui o negar-se a si mesmo e o carregar a cruz. Trata-se de um comportamento religioso peregrino e sem compromisso real com Cristo e a comunidade de Deus.

          O evangelho de pernas curtas é algo sem conteúdo no que tange a pregação. Trata-se de muito movimento (ativismo) e pouca profundidade. Na ausência da transmissão da Palavra de Deus novidades precisam ser experimentadas para atender as expectativas e garantir a fidelidade daqueles que estão no auditório.

         O evangelho de pernas curtas é mais sentir que pensar. Trata-se do esforço de acomodar o comportamento da sociedade pós-moderna líquida ao ambiente religioso.

         O evangelho de pernas curtas é consumir e não servir. Trata-se de desfrutar das prateleiras que o universo religioso pode oferecer. Neste processo novos consumidores surgem e na mesma ordem novos produtos. A demanda é grande.

         O evangelho de pernas curtas é algo a ser rechaçado. Trata-se de uma postura que representa uma ameaça, tornando-se uma erva daninha para aqueles que estão buscando o Eterno Deus de forma série e comprometida.

          O evangelho de pernas curtas não é o evangelho de Cristo. O evangelho de Cristo é transformador. O evangelho de Cristo traz sentido ao homem que é marcado por sua mensagem pura e simples. O evangelho de Cristo começa na interioridade e tem desdobramentos na exterioridade.

         Desta forma, fuja do evangelho de pernas curtas, porque na corrida autêntica da fé, ele é incapaz de fazer com que uma pessoa dê longas passadas, pois não é o evangelho genuíno de Cristo. “Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!” (Gl 1.8-NVI).

Evaldo Rocha – Publicado na Revista Vigiai – Ano 1 – nº 5 – 2012

Evaldo Rocha
Fazer Diferença é levar Deus a Sério
www.evaldorocha.com

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