O PROFETA DO MESSIAS (Sylvio Macri)

O profeta Isaías é chamado por muitos de príncipe dos profetas, porque Deus lhe deu o privilégio de ser o portador da maior parte das profecias a respeito do Messias, o qual viria a ser o Salvador do mundo. Por isso alguns também o chamam de “o profeta evangélico”.

O seu nome significa “O Senhor deu salvação”. Nasceu durante o reinado do rei Uzias e era descendente de uma família muito importante do reino de Judá. Uzias foi um grande rei: fez o povo buscar a Deus, praticou a justiça e promoveu a prosperidade da nação. Mas por causa da sua arrogância, Deus o feriu com uma doença incurável, a lepra. E como ele não podia ter contato com as pessoas, o seu filho Jotão dirigiu a nação em seu lugar durante anos.
 
No ano em que o rei Uzias morreu, Isaías era bem jovem e estava perplexo a respeito da situação do seu povo e do seu futuro. Então foi ao templo do Senhor para buscar uma resposta para as suas inquietações. Foi quando teve uma visão maravilhosa! Ele viu o Senhor Deus sentado sobre um grande trono, rodeado de anjos que cantavam: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos”.  O templo se encheu de fumaça, os alicerces tremeram e ele pensou que ia morrer, porque nenhum pecador pode ter uma visão dessas e continuar vivo. Mas o Senhor mandou um anjo tirar uma brasa viva do altar e com ela tocar a sua boca, e disse: “O teu pecado foi perdoado”. Em seguida o Senhor perguntou: “A quem enviarei?”. E ele respondeu que queria ser essa pessoa. E durante mais de quarenta anos ele foi um profeta, um homem que falava ao povo em nome de Deus. Exerceu sua missão num período de cinco reis: Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés. Este último não gostava dele e, segundo a tradição, mandou matá-lo.

Porém, o que mais marcou o seu trabalho foram as profecias sobre o futuro, não somente o futuro do seu povo, mas de toda a humanidade. A situação do seu povo não era nada boa. Após séculos de história, a perspectiva era de ser uma nação escravizada. Internamente era contaminado pela idolatria, pela imoralidade e pela injustiça social. Estava muito longe de ser o povo escolhido de Deus na face da terra. Externamente era vítima de violência permanente por parte de impérios poderosos como a Assíria e outros. Mas pelo menos conhecia o Deus verdadeiro, e no seu meio ainda havia muitos féis a Deus, os quais tinham esperança e certeza de que dele viria a salvação. Todavia, o resto da humanidade não tinha nenhuma esperança; somente os falsos ídolos, feitos por mãos humanas, e que não podem fazer nada pelo ser humano.

Foi nessas condições que Isaías recebeu de Deus uma mensagem: “O Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel” (Cap. 7:14). E outra mensagem, parecida com essa primeira: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo estará sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Cap. 9:6). Vocês podem imaginar as perguntas que vieram ao seu coração e ao coração do seu povo, a quem ele transmitiu esta profecia. Quando seria isto? Quem seria este menino? E na sua mente foi surgindo então a figura do Messias, o ungido de Deus para ser o libertador de Israel.

Mas ainda havia muitas dúvidas, e na caminhada de Isaías em comunhão com o Senhor, este foi lhe dando novas profecias sobre o Messias. Ele não seria, como muitos pensavam, um grande general, líder de um grande exército que derrotaria os inimigos de Israel, conquistaria as outras nações da terra e dominaria o mundo para sempre. Não! Ao contrário, Deus mostrou a Isaías que o Messias seria um sofredor, “desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento”. Deus disse a Isaías que ele seria “transpassado por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniqüidades. O castigo que nos traria a paz estaria sobre ele, e pelas suas feridas seríamos curados” (Cap. 53:3,5).

Em outra profecia, Deus revelou a Isaías que esse Messias não seria rei pela força física, mas pela força do amor. Ouçam: “Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio filho? Mesmo que isto acontecesse, eu não esqueceria vocês… o seu nome está escrito em minhas mãos” (Cap. 49:15,16). E esse amor não imporia condições aos homens: “Venham todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro algum, venham e comprem e comam sem dinheiro e sem custo” (Cap. 55:1). Seria um amor restaurador: “O Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres, para curar os que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para consolar os que andam tristes” (Cap. 61:1,2).

Finalmente, Deus mostrou-lhe que esse Messias não cabia nos limites estreitos de uma pequena nação. Ele era para todos os povos: “A escuridão cobre a terra, densas trevas envolvem os povos, mas sobre você raia o Senhor, e sobre você se vê a sua glória. As nações virão para a sua luz. Olhe ao redor e veja: todos se reúnem e vêm a você; de longe vêm os seus filhos” (Cap. 60:2-4).

Muito mais tarde, depois de setecentos anos, essas profecias se cumpriram: o menino Emanuel era Jesus, o homem de dores era Jesus, que por amor tornou-se um de nós, viveu entre nós e morreu por nós, para nos libertar do pecado e restaurar a nossa vida. Ele tem sido anunciado a todas as nações e seu reino se espalhou por toda a terra.

Você, leitor, é mais feliz que Isaías, que morreu sem ver a profecia se realizar. O Messias é Jesus e agora mesmo você pode abrir o seu coração para ele, e deixar que ele seja seu Salvador e Senhor. Faça isto agora.

Pr. Sylvio Macri