Em Belém, o ser humano que melhor entendia quem Deus era e o seu plano para a humanidade era uma adolescente num estábulo fedorento. Maria não tira os olhos do bebê em seus braços. Seu filho. Seu Deus. Seu salvador.
Se nossa maior necessidade fosse a saúde, Deus nos teria enviado um médico. Agora, se nós mais precisássemos dinheiro, Deus nos teria enviado um economista. Se nossa maior necessidade fosse o conhecimento, Deus nos teria enviado um pesquisador. Se nossa maior necessidade, porém, fosse a diversão, Ele nos teria enviado um artista. Nossa maior necessidade é o perdão, então Deus nos enviou um Salvador.
Isso desafia a lógica! É uma loucura! Só um Deus infinitamente superior a regras e sistemas poderia idealizar um plano tão absurdo quanto esse: de habitar no meio de nós. Contudo, é a própria impossibilidade de tudo isso que o torna possível. A insensatez da história é sua maior testemunha.Porque só um Deus poderia idealizar essa insensatez. Só um Criador desprendido totalmente dos limites da lógica poderia oferecer tamanho dom de amor. O que o homem nem imaginaria fazer, Deus faz.
A ideia de um salvador parece com alguém que surge na hora da dificuldade. Um ponto voando no céu que vem e vai embora. Sem nenhuma intimidade. Fazemos questão de deixá-lo guardado em um dia do ano, num pólo bem distante, talvez. Queremos ele apenas para o feriado, entrando em nossas casas sorrateiramente com presentes.
Permitimos apenas que ele passe muito rápido perto de nós. Que ele apareça e desapareça rapidamente em seu trenó que somente imaginamos, sem termos a oportunidade de um encontro mais prolongado. Desejamos um espírito de felicidade em uma noite qualquer…
Não lhe pediríamos que viesse morar no meio de um povo corrompido. Em nossos mais loucos sonhos. Jamais pensaríamos um redentor que andaria conosco, mas Deus criou.
Quando se tratar de presentes e doces, vá ao Pólo Norte.
Porém, quando se tratar de perdão, consolo e paz pela eternidade, vá à manjedoura.