Em nosso caminho para a generosidade, desejosos de aprendê-la e praticá-la, encontramos alguns obstáculos, que nos fazem retroceder. São verdadeiros ladrões de generosidade.
O mais poderoso deles, capaz de levantar muros impedindo o nosso progresso, é a ingratidão. Mesmo que não façamos algo de bom em busca de uma retribuição, quando o retorno é a ingratidão, vamos sendo moldados na fôrma da amargura. Então, decidimos: não vale a pena a abrir o coração para presentear ou beneficiar alguém.
Outro ladrão é a incompreensão. Há gestos generosos nossos que são recebidos como como se fossem outras coisas, fazendo com que, por vezes, tenhamos que explicar o que fizemos. As pessoas nos atribuem segundas intenções que nunca concebemos. Como dá trabalho ser generoso, acabamos por optar em nos recolher.
Retemos também nossas mãos de bondade quando abusam de nossa vontade de servir ao próximo, de socorrer o outro ou de abrir a porta para alguém. Sim, há aqueles que, diante de uma de nossas mãos estendidas, querem as duas. Há aqueles que sempre voltam para nos pedir mais, quando lhe damos algo. E alguns vêm como se fosse uma obrigação nossa ou um direito deles atender-lhes . A gente decidir doar um valor para um pessoa e, antes da data, ela capaz de telefonar com um pedido: “quero o MEU dinheiro”.
Nesses casos, podemos sucumbir à tentação de reter o que podemos distribuir, seja atenção ou algum bem. Nesses casos, estaremos deixando que os outros nos determinem. Infelizes seremos, se assim procedermos.
Nós sabemos que somos chamados para a bondade. Não permitamos que os ladrões da generosidade ditem o ritmo de nossos corações.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO