Período de 22 a 28 abril de 2013
Versículo da semana: "Disse-lhes então Jesus: Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”. (João 12.35-36a)
Pensamento da semana: Nossa motivação ao orar traduz o nosso caráter. Melhor: nossa motivação ao orar traduz as marcas de nossa intimidade com o nosso Pai.
SEGUNDA (22)
Refletindo: Mateus 6.9-13 — ORANDO COMO JESUS ORAVA, 1
A oração termina com uma afirmação majestosa: "teu é o reino, o poder e a gloria para sempre".
Esta frase nasce do encontro com Deus. Este encontro faz germinar um desejo de honrar a Deus. Assim, quando digo que o reino é "teu", afirmo que o reino não é "meu".
Temos os nossos reinos, alguns minúsculos. Assim mesmo, alguns somos reis autoritários, que governam seu reinos com palavras violentas e punhos de ferro.
Entre as extremidades, como a indicar todo o domínio de Deus, estão os pedidos, os nossos pedidos.
Confiamos tanto nEle que desejamos que a sua vontade prevaleça, mesmo que nos desagrade, como desagradaria a Jesus por um momento no jardim do Getsêmani. Confiamos tanto nEle que Lhe entregamos todas as dimensões da nossa vida, inclusive e sobretudo a nossa sobrevivência. Trabalhamos, mas não temos vergonha de dizer que dependemos dEle.
Confiamos tanto nEle que Lhe pedimos perdão quando pecamos porque sabemos que Ele nos perdoa, embora nos coloque uma tarefa: ter para com nossos irmãos, parentes, amigos e adversários a mesma atitude que Ele para conosco, ao nos perdoar.
Confiamos que Ele pode nos livrar do mal, venha de que fonte vier, e por isto lhe pedimos que impeça que o mal nos alcance, como Jabez (1Crônicas 4.9-10) pediu.
Somos ensinados a pedir por alimento, por perdão e por livramento do mal. E de que mais precisamos? Se temos pedido mais do que alimento, perdão e livramento do mal, não estamos orando como Jesus ensinou.
Pedimos porque confiamos. Pedimos quando confiamos. A oração, portanto, deve sempre respirar confiança em Deus, a nossa confiança em Deus.
TERÇA (23)
Refletindo: Mateus 11.25-26 — ORANDO COMO JESUS ORAVA, 2
Aqui o contexto é diferente, embora a tristeza também domine o cenário. Seu primo João Batista estava preso na luxuosa fortaleza de Maquero, reconstruída por Herodes, o Grande, do outro lado do mar Morto (na hoje Jordânia), para o proteger dos inimigos. Seu filho, Herodes Antipas, usou esta prisão para punir o profeta que denunciara seu adultério.
Os sábios e cultos, como Herodes Antipas e seus colaboradores, não queriam entender coisas simples. Por isto rejeitaram João e Jesus.
Apesar da circunstância, Jesus agradeceu ao Pai. Sua gratidão a Deus era porque tinha revelado "estas coisas" ao simples e as escondidos dos sabichões.
Que "coisas" são estas?
As "coisas" são o poder e a missão de Jesus, logo a graça da salvação.
Até mesmo João Batista, pelo menos no momento de sua prisão, talvez não o estivesse compreendendo. Por que não usava seu poder para o libertar, tirando-se de Maquero? Como João Batista em apuros, nós também não queremos que Deus entre em ação logo para nos libertar de uma doença, de uma injustiça ou de um desemprego?
Os "sabichões", por confiarem em sua capacidade de aprender e, sobretudo, de ensinar, não conseguem entender a "lógica" simples da salvação, que oferece alívio aqui e agora para os cansados e vida plena no céu.
Contudo, há os "pequeninos", que são pessoas simples, despojadas de si mesmo, tão simples e despojadas que se abrem para aceitar a graça. Jesus agradece ao Pai por estas pessoas.
Estamos neste grupo?
Se estamos, Jesus agradeceu por nós também.
QUARTA (24)
Refletindo: João 11.41b-42 — ORANDO COMO JESUS ORAVA, 3
Jesus não está interessado em participar de um espetáculo. Ele não fez seu pedido em voz alta, para que todos ouvissem. Ele ora silenciosamente. Quando levanta a sua voz, é para agradecer. Ele agradece, tanta é a sua confiança, pelo que vai acontecer. Jesus não ora desesperado. Ele ora com confiança.
Em sua oração de gratidão, explica ao seu Pai porque orou daquele jeito: para que as pessoas cressem que era um enviado dele. Jesus está interessado na glória de Deus. Jesus não quer aplausos para si. Ele quer "aleluias" para o Pai.
Nossa motivação ao orar traduz o nosso caráter. Melhor: nossa motivação ao orar traduz as marcas de nossa intimidade com o nosso Pai.
QUINTA (25)
Refletindo: João 12.28a — ORANDO COMO JESUS, 4
Se queremos nos parecer com Jesus, devemos orar como Jesus.
Não podemos morrer como ele, em lugar dos outros, mas podemos morrer com ele.
Este é o caminho que a oração nos ensina.
Quem ora como Jesus não busca sua própria glória, busca que nos coloca no caminho que leva à decepção.
Estamos doentes e buscamos a glória da cura. É pedido legitimo, que devemos fazer. E Deus sempre responde. Deus sempre se revela cheio de glória.
Foi assim com Mauro Israel Moreira, que um dia entrou no Hospital do Câncer (Inca) do Rio de Janeiro, onde estivera tantas vezes para visitar os enfermos de sua igreja. Agora ele era o enfermo. Muitos oravam por ele. Muitos tinham certeza que seria operado e… curado. Mauro, coração intimo de Jesus, tinha outra convicção, igualmente cheia de esperança:
— Se Deus me curar, vocês verão a glória de Deus. Se Deus não me curar, eu verei a gloria de Deus.
Orar assim é muito diferente de exigir, com base num eventual mérito. Orar assim é muito diferente de determinar o que Deus deve fazer.
Orar é aprender. Orar é depender. Orar é esperar. Orar é exaltar o que ouve a oração.
SEXTA (26)
Refletindo: João 17 – ORANDO COMO JESUS, 5
A cruz se aproxima.
Caminhando pelo vale, Jesus pode olhar para os montes de Jerusalém, onde a cruz será montada com o travessão que ele carregou pelas ruas empedradas da cidade.
Seu coração agora está em paz. Antes, estava ansioso com a perspectiva da morte. Daqui a pouco, quando orar no Getsemani, estará agitado de novo. Agora, não.
Ele reúne seus discípulos, seus 11 discípulos, porque um (Judas) já estava tramando os detalhes da traição, e ora com eles e por eles. O tempo de ensinar passou. O tempo de curar passou. O tempo de pregar passou. Agora é tempo de orar.
E Jesus faz uma oração, a mais longa das registradas.
Seu tamanho (perto de 500 palavras, no original grego) pode nos desviar dela, como acontece com o Salmo 119. Perdemos, se nos desviamos, porque nela Jesus nos revela a inteireza do seu coração, coração apaixonado por sua missão, a missão de nos amar até o fim. Sim, tendo-nos amado, amou-nos até o fim.
SÁBADO (27)
Refletindo: João 17 – ORANDO COMO JESUS, 6
A cruz se aproxima.
Perturbado (João 12.27), Jesus refletia sobre o drama da sua missão. Em paz agora, entrega sua vida às mãos do Pai.
Ele está em paz porque como o apóstolo Paulo diria, anos depois, combateu o bom combate (2Tm 4.7), glorificando ao Pai em tudo o que fez. Chegou a hora de completar sua missão e sua missão exigia o sacrifício final, o sacrifício de sua própria vida.
Jesus pede que o Pai o glorifique. Todos oramos assim. Em nosso pedido, ser glorificado implica em ser atendido. A glória de Jesus era outra. Primeiramente, sua glória era a cruz.
Morte, morte de cruz, esta foi a sua glória.
Em segundo lugar, sua glória era o retorno para o Pai, que lhe restauraria a glória que precedeu a encarnação.
Em terceiro lugar, a glória de Jesus é que a vida eterna seja concedida a todos os que a desejam por intermédio dele.
Jesus ora na consciência de sua missão. Quando temos esta consciência, pedimos a coisa certa.
Jesus ora para que todos aqueles que desejam a vida eterna possam conhecer (isto é: ter um relacionamento com o Pai, que cresce até alcançar a intimidade) o único Deus verdadeiro e o seu Enviado, Jesus Cristo.
É por isto que ele bate à nossa porta.
DOMINGO (28)
Refletindo: João 12.35-36a — DEIXANDO-NOS GUIAR PELA LUZ
Disse-lhes então Jesus: Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”.
Não sou um especialista em Elvis Presley, o cantor que as drogas levaram antes da hora. Sei que, além de dependente de drogas, era um homem que também cantavam extraordinárias canções de amor a Deus (como "Amazing grace"), que não gravava por razões comerciais, mas com sentimento.
Sei que ele entoava, como poucos, a canção que mais aprecio e que me faz dobrar os joelhos, escrita por Thomas Dorsey:
"Vem Senhor me guiar, minha fé sustentar.
Fraco estou, débil sou, sem vigor.
Quero as trevas deixar, quero a luz alcançar".
Oramos assim, mas — oh! — como são poderosas e sedutoras as trevas. Andamos nelas achando que estamos andando na luz. Por nós mesmos não conseguimos viver na luz. Só com Jesus, a nossa luz.