BOM DIA: A arte de lidar com nossa humanidade

Entre as qualidades de Moises a nos inspirar está seu aprendizado em lidar com a sua própria humanidade.
Moisés não tinha a competência necessária para o desempenho de sua missão. Ele se deixou capacitar por Deus, tanto no front interno quanto no externo.
Internamente, teve que lidar com suas fragilidades.
Moisés teve que lidar com a sua timidez, que lhe trazia dificuldades de falar.
Moisés teve que lidar com a sua solidão: em Midiã, ficou longe da família biológica em Gósen e da família adotiva no palácio, e no Egito de novo ficou longe da esposa e dos filhos que permaneceram em Midiã por muito tempo.
Moisés teve que lidar com seus rancores. Uma mulher rejeitada por seu marido procurou um terapeuta e lhe disse um dia:
— Eu não odeio meu ex-marido. Se eu agisse assim, continuaria casada com ele.
Aquela mulher deu adeus não apenas à casa que compartilhava com o então marido, mas também às fortes emoções que ele podia despertar nela.  "Se nosso ódio não é enfrentado, ele nos destrói. Logo, o melhor que podemos fazer é nos lembrar de fazer o bem. Perdoamos os outros não somente pelo bem deles, mas também para o nosso". (MEIER, Levi. Moses: the prince, the prophet. Woodstock: Jewish Lights, 1998.)
Moisés teve que lidar com a tentação de ser vítima. Expulso de casa quando era bebê, não habitou em tendas mas nos palácios. Habitante das tendas nos desertos, fez deles palcos da glória de Deus. Atacado, olhava para sua missão, para não se ver como uma vítima.
Externamente, Moisés enfrentou seus desafios. Aceitou ajuda (um irmão como porta-voz, um sogro como conselheiro, uma esposa como profeta) e foi sendo moldado. Ninguém está plenamente preparado para sua missão, antes de começar a realizá-la. É no caminho, com suas demandas, que somos preparados.

(Este BOM DIA integra um estudo mais amplo, que posso lhe remeter por email, desde que escreva para israelbelo@gmail.com).

ISRAEL BELO DE AZEVEDO