BOM DIA: Na cadeira do coração

Sempre estamos dispostos a escrever e a ler páginas sobre amor de mãe e até sobre amor de pai.
Sobre o amor de filho ou de filha sobra o silêncio.
Injustamente.
Certamente você conhece um filho ou filha cujo amor por seus pais enternece.
Você se lembra daquele filho cuja mãe está com Alzheimer. Ele providenciou um lar-substituto decente para ela e todos os domingos vai buscá-la para levá-la à igreja, onde pode cantar os hinos que a memória ainda guarda em alguma caixinha secreta. Ela chega sorridente e sorridente se vai.
Você se recorda daquela filha cuja mãe está muito doente no hospital e ela congela a sua vida para sofrer com a mãe, morrendo a cada agravamento do seu quadro, vivendo a cada melhora na sua saúde, sem nunca perder a esperança de levá-la para casa, quem sabe amanhã.
Vem à sua mente aquele filho que se dedica ao seu pai cuidando dele como se fosse um filho pequeno, sustentando-o financeiramente de modo digno e sem reclamar, passeando com ele como se estivesse sendo levado por ele.
Você guarda na lembrança, embora já tenha se passado muito tempo, aquele filho que, ao perder o seu pai, ficou dias se perguntando como seria a sua vida sem ele dali para a frente.
Filhos, sobretudo os foram amados, amam hoje os seus pais com a intensidade que os alcançou ontem.
E quando eles vão embora desta vida, os filhos podem até não guardar uma foto deles na carteira, mas lhes pediu para se assentarem numa cadeira no centro do seu coração.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

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