A natureza humana é ávida por buscar o prazer pelo prazer. Geralmente tem um comportamento utilitarista. O prazer pelo prazer tem uma natureza egoísta. Paga-se muito dinheiro, utiliza-se corpos como elementos de troca por ele. Vivemos numa sociedade marcadamente hedonista. O inimigo das nossas almas utiliza o mundo (sistema escravizador, sutil e sedutor) e a carne para cumprirem o seu propósito de matar, roubar e destruir (João 10.10).
O prazer em Deus está ligado ao Seu amor por nós, pois nós O amamos "porque Ele nos amou primeiro". Quando nós O amamos de todo o nosso coração, toda a nossa alma, de todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças temos contentamento. Encontramos satisfação nEle por quem Ele é, não importando as circunstâncias. Paulo e Silas estavam presos em Filipos, mas profundamente prazerosos no Pai. Por esta razão eles cantavam (At 16.19-26).
Jesus mesmo disse que os Seus discípulos são bem-aventurados, mais que felizes por sofrerem em Seu nome (Mt 5.11,12). Então, o discípulo deve se alegrar profundamente no seu Mestre. Jesus nos ensinou em João 15 que o nosso gozo nEle é completo. Quando cantamos pessoal e coletivamente devemos fazê-lo motivados pelo prazer em Deus. Ele é quem satisfaz plenamente a nossa vida. É Ele quem recreia o nosso coração. É a razão da nossa vida. Ao experimentarmos prazer no Pai nós O glorificamos!
O prazer em Deus faz de nós pessoas notadamente comprometidas com a dignidade do Cordeiro de Deus. Todo o prazer em Deus está em Cristo. Este era o prazer do Pai. O Senhor Jesus foi obediente em todo o tempo. A Sua obediência era prazerosa. Em todo o tempo Ele fez a vontade do Pai. Esta era o centro de todo o Seu ministério bem-sucedido.
O nosso prazer em Deus nos leva ao louvor constante. Tendo contentamento nEle somos tomados de profunda consciência de missão. O nosso prazer nEle nos livra da murmuração, do praguejamento e do sentimento de vitimismo. Repito, a nossa satisfação nEle não depende de pessoas, circunstâncias e sentimentos, mas da nossa comunhão íntima com Ele pela Palavra e pela oração.
Apreciei muitíssimo o que disse Watchman Nee: "O Senhor nunca nos pede que façamos aquilo que podemos fazer. Ele pede-nos que vivamos uma vida que, na realidade, nós não podemos viver e que façamos uma obra que jamais podemos fazer. Contudo, pela Sua graça, essa vida é vivida e essa obra realizada. Como? É que a vida que vivemos é a vida de Cristo vivida pelo poder de Deus e a obra que realizamos é a obra de Cristo realizada por nosso intermédio e por ação do Seu Espírito, o Espírito ao Qual obedecemos. O "eu" é, na realidade, o único impedimento a essa vida e a essa obra. Que cada um de nós possa orar bem no fundo do seu coração: 'Senhor, opera em mim!' ".
Sim, que o Senhor opere em nós a Sua alegria na Pessoa de Cristo. Não podemos ter prazer em Deus Pai a não ser pela presença de Jesus Cristo, o Deus Filho, no poder do Deus Espírito Santo. A nossa plena satisfação nEle está ligada à experiência do novo nascimento, da regeneração ou da obra da cruz, da nossa inclusão na Sua morte. A pessoa que está morta para si mesma e viva para Cristo, tem prazer em Deus Pai. Isto, repi to, não depende das emoções, mas da fé na suficiência de Cristo Jesus na cruz e na ressurreição!.
Se aspiramos fazer grandes coisas para Deus precisamos depender inteiramente dEle. Se esperamos nEle não nos decepcionaremos. Ele nos chamou para sermos dEle. Vivermos para Ele. Como Paulo ensina: Vivermos para o louvor da Sua glória. O nosso prazer nEle traz plena segurança. A nossa satisfação nEle traz paz ao coração, consciência amadurecida e testemunho poderoso do evangelho de Cristo!