FAZER A COISA CERTA PODE TRAZER PROBLEMAS (Sylvio Macri)

“Aconteceu depois dessas coisas que mulher do seu Senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo. Mas ele se recusou e disse à mulher do seu senhor: (….) Como poderia eu cometer este grande mal e pecar contra Deus?” (Gênesis 39.7,8a,9b).
 
José era um jovem puro e temente a Deus, que nesse momento estava saindo de uma situação totalmente adversa. Tinha sido vendido por seus próprios irmãos a uns mercadores ismaelitas que, por sua vez, o venderam a um alto funcionário egípcio, chamado Potifar. Entretanto, sendo inteligente e trabalhador, acabou se tornando o mordomo de Potifar. O problema é que a mulher de Potifar começou a assediá-lo sexualmente, e esse assédio chegou às vias de fato quando mulher tentou agarrá-lo e forçá-lo. No esforço de soltar-se das mãos da leviana, José acabou deixando para trás sua capa. Foi essa capa que ela, num gesto de vingança, usou, para acusar José de tê-la assediado, numa inversão mentirosa dos fatos. Evidentemente, Potifar creu na mulher e jogou José na cadeia, onde ele ficou por alguns anos.
 
Escrevendo da prisão em Roma, sob a perspectiva de condenação e morte por simplesmente pregar o evangelho, Paulo diz a Timóteo: “Na verdade, todos os que querem viver uma vida piedosa em Cristo Jesus, sofrerão perseguições.” (2Tm.3.12). Alguém observou, com muita propriedade, que “evitar o pecado não garante sucesso imediato em empreendimentos terrenos, mas pode levar a dificuldades maiores, como no caso de José.” (Bíblia de Estudo do Discípulo, comentário a Gn.39.9, Geográfica Editora, Santo André, SP, 2011, p.86). Se levarmos a decisão de seguir a Jesus às últimas consequências seremos tidos como loucos, fanáticos, radicais, etc. Conforme o lugar e as circunstâncias poderemos ser presos e até mesmo mortos; ou perder o emprego; ou ser desprezados pelos familiares e amigos.
 
A vida cristã não é um palco onde recebemos aplausos; o discípulo de Jesus não faz a coisa certa para ter sucesso, e sim porque o que importa é segui-lo e cumprir sua vontade.
 
Pr. Sylvio Macri