“E Moisés disse a Arão: Foi isto que o Senhor quis dizer quando disse: Os que chegam perto de mim devem respeitar a minha santidade, e o meu povo deve me honrar.” (Levítico 10.3, NTLH).
Os dois filhos mais velhos de Arão, Nadabe e Abiu, pegaram cada um seu incensário, colocaram incenso dentro, puseram fogo e apresentaram ao Senhor, como oferta. Mas não o fizeram de acordo com a norma divina, por isso o Senhor não aceitou a oferta. Pelo contrário, saiu fogo da presença dele e os matou, ali mesmo, na tenda da revelação.
A maioria das traduções diz que eles ofereceram fogo “estranho.” Outras grafam “não permitido” ou “irregular”. Na língua original, o hebraico, o significado é realmente “estranho”. De qualquer maneira tal fogo foi considerado como profano pelo Senhor, um desrespeito à sua santidade e à sua honra.
No texto não está claro a razão de o fogo ser estranho. Há três possibilidades: 1. O fogo não foi tomado do altar, conforme instrui Lv.16.12; 2. O incenso não foi preparado de acordo com a determinação de Ex.30.9; 3. A oferta não ocorreu na hora devida, segundo o estabelecido em Ex.30,7,8.
Na sequência do texto temos: “O Senhor também falou a Arão: Nem tu nem teus filhos bebereis vinho nem bebida forte quando entrardes na tenda da revelação, do contrário morrereis.” E adverte que essa ordem tem dois objetivos: fazer diferença entre o santo e o profano e servir de ensino para o povo. (Lv.10.8-11). Por causa da menção à bebida alcoólica, a tradição judaica supõe que os dois estavam bêbados quando ofereceram o incenso.
Ainda hoje vemos muito “fogo estranho” em nossos púlpitos. Pessoas mal preparadas ou de má-fé estão pregando mensagens heréticas, permissivas, enganadoras, ilegítimas, manipuladoras, que desviam o povo da verdade e da fé, e não respeitam a santidade do Senhor nem o glorificam. Imagine se Deus punisse tais pregadores como fez com Nadabe e Abiu: milhares de púlpitos se encheriam de cadáveres!
Pr. Sylvio Macri