“Quando fizerdes a colheita da vossa terra, não colhereis totalmente os extremos dos vossos campos, nem recolhereis as espigas caídas na colheita; deixai-as para o pobre e para o estrangeiro. Eu sou o Senhor vosso Deus.” (Levítico 23.22).
É exatamente isto que temos aqui: uma clara ordem de Deus para o povo de Israel fosse generoso. O Senhor sabia que, por si mesmos, os israelitas não estariam muito dispostos a destinar uma parte de seus rendimentos para ajudar os pobres e estrangeiros. Por isso incluiu o mandamento acima transcrito entre os que lhes foram transmitidos por meio de Moisés. Ao colherem seus grãos, os israelitas deveriam deixar para trás uma pequena parte dos mesmos, que os pobres e estrangeiros poderiam recolher para seu sustento. No livro de Rute temos um exemplo dessa prática (Rt.2.1-23).
Nem sempre funciona a generosidade por decreto, porque o ser humano encontra maneiras de burlar a lei. Aliás, alguns recebem muito mal tal ordenança. Nas modernas sociedades foi necessário tomar medidas para proteger os pobres e as minorias. Por isso, por exemplo, criaram-se cotas para o ingresso de pobres, negros, índios e outros nas universidades. Por isso também, os meios de transportes foram obrigados a destinar parte dos seus assentos para os idosos, deficientes físicos e outros. Assim, nesses casos, estabeleceu-se a generosidade por decreto que, infelizmente, muitos se recusam a cumprir, e até se rebelam contra ela.
Na sua Segunda Carta aos Coríntios, Paulo diz que os irmãos das igrejas que ele tinha fundado na Macedônia não precisavam de nenhuma ordem para serem generosos, “pois a intensidade da alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em riqueza de generosidade, e isso em dura prova de tribulação. Porque posso dar testemunho de que deram de livre vontade na medida dos seus bens, e até acima disso, pedindo-nos, com muita insistência, o privilégio de participar da assistência aos santos.” (2Co.8.2-4).
Essa deveria ser a maneira de agir de todo cristão.
Pr. Sylvio Macri