“O Senhor teu Deus levantará um profeta semelhante a mim do meio de ti, dentre teus irmãos; a ele ouvirás.” (Deuteronômio 18.15).
Esta é uma das mais antigas profecias messiânicas da Bíblia. Assim entendeu Pedro, quando, por ocasião da cura do coxo de nascença, referindo-se a Jesus, citou esta mesma passagem: “Moisés disse: O Senhor vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo que vos disser.” (At.3.22). Filipe, discípulo de Jesus, entendeu da mesma forma, como vemos em João 1.45: “Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei.”
Mas foi uma mulher samaritana, aquela que Jesus encontrou à beira do poço de Jacó, que talvez tenha melhor entendido que Jesus era esse profeta mencionado por Moisés (Jo.4.19,25,29). Para os samaritanos havia um único Deus, Jeová, e a lei foi dada a um só homem, Moisés; há um único livro sagrado, a Torá (ou Pentateuco); e o Messias samaritano, que eles chamavam de Taheb (Restaurador), era o profeta predito por Moisés no versículo acima citado. Como um líder do povo, instruído por Deus, ele restabeleceria a unidade de Israel. Por isso, a mulher concluiu que Jesus era esse profeta.
Infelizmente, judeus e samaritanos interpreteram essa profecia num sentido político e militar. Mas a semelhança à qual Moisés se refere é que, assim como ele, o novo profeta viria para revelar Deus, mas agora para completar e finalizar essa revelação, e não somente aos israelitas, mas ao mundo todo. Como Moisés, tal profeta viria para libertar seu povo, mas agora da escravidão do pecado; e este povo seria o Novo Israel, composto de todas as nações da terra. Como Moisés, esse profeta conduziria o povo a uma terra prometida, porém a “uma pátria melhor, a celestial.” (Hb.11.16).
Respondendo aos judeus que o perseguiam e queriam matá-lo, Jesus disse: “Não penseis que vos acusarei perante o Pai. Há outro que vos acusa, que é Moisés, em quem tendes esperança. Pois se crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque ele escreveu a meu respeito. Mas, se não credes no que está escrito, como crereis nas minhas palavras?”
Crer no que Moisés escreveu, é crer em Jesus.
Pr. Sylvio Macri
Nota: os títulos dos dois últimos por mim neste espaço continham erros. O título correto do penúltimo é "Num dia sim e no outro também"; e o do último é "Para que servem os dízimos?".