Refletindo: Êxodo 32.4
Numa demonstração de que os seres humanos se esquecem "depressa" (Êxodo 32.4), os israelitas se cansaram de esperar pelo retorno de Moisés de onde estava, na presença viva de Deus.
Resolveram cultuar do seu jeito e entrar na presença dos deuses. Foi terrível o que fizeram com o Deus Único. Foi terrível o modo como trataram seu líder ("esse Moisés"), como se fosse alguém que pertencesse ao seu passado e não ao presente.
Pressionaram o vice-líder, Arão, que tomou uma decisão igualmente infeliz: mandou fazer um bezerro de ouro e colocou diante deles para que cultuassem de um jeito como os egípcios adoravam e os povos vizinhos celebravam. Arão mandou que trouxessem seus brincos ("argolas de ouro") que vieram do Egito, próprios ou tirados dos egípcios (Êxodo 3.22). Com eles, mandou fundir um touro.
Junto, mandou edificar uma plataforma, possivelmente pintada com imagens de diversos deuses ou ídolos. (Talvez por isto, ele diga que "são estes os teus deuses", no plural e não no singular). Sobre a plataforma, mandou colocar o touro.
Em seguida, inaugura o espaço religioso, planejado para ser dedicado para culto ao Deus Único ("uma festa ao Senhor"). Ele não pede um culto ao touro, conhecido dos hebreus, já que os egípcios tinham entre seus deuses uma representação de um touro.
Por que "uma festa ao Senhor"? Quando diz "Senhor", Arão está se referindo ao Deus Único ("Iavé") e não aos deuses ("Elohims"). Ele e o povo tentaram personificar o verdadeiro Deus numa escultura, no caso, numa escultura de um touro (ou bezerro), o que era inaceitável e contra o qual o povo fora advertido fortemente (Êxodo 20.3-7).
Para os israelitas, eles estavam adorando ao Senhor ("Iavé"), que eles transformaram em ídolo, o que era proibido, logo inadmissível. Seu pecado foi punido. Um deus representado pelos seres humanos não tem poder de intervir na história humana, porque é tão fraco quanto aqueles que o adoram.