“Então Samuel disse a todo o Israel: Já estou velho e de cabelos brancos, eu vos tenho liderado desde a minha mocidade até o dia de hoje. Testemunhai contra mim. De quem tomei um boi? Ou de quem tomei um jumento? Ou a quem defraudei? Ou a quem tenho oprimido? Ou da mão de quem tenho recebido suborno para encobrir meus olhos com ele?” (1Samuel 12.1-3, editado com cortes).
Qual de nossos políticos poderia fazer hoje o que Samuel fez? Depois de décadas liderando os israelitas,ele finalmente estava encerrando o seu mandato como governante e passando a bastão a Saul. Por isso convocou todo o povo em uma assembleia solene, fez uma prestação de contas do seu governo e desafiou o povo a apontar qualquer injustiça ou corrupção que tivesse praticado. E a resposta do povo foi: “Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém.” (1Sm.12.4). E disse mais Samuel: “O Senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é testemunha de que nada achaste na minha mão.” (1Sm.12.5).
Samuel pode realizar um governo justo e honesto porque desde a infância aprendeu a reconhecer o Senhor, a ouvir sua voz e a obedecer sua Palavra. Quando um governante pauta a sua vida e sua carreira pelos princípios ensinados na Palavra de Deus, é bem sucedido em tudo o que fizer. Seus planos e métodos buscam o bem-estar de todos os cidadãos, sua administração é honesta, e seus impostos são justos e bem usados. Ele poderá dizer como o salmista: “Nunca me voltarei para a desonestidade. Detesto o que os homens maus fazem; não participarei disso. O fraudulento não habitará em minha casa; o mentiroso não permanecerá em minha presença.” (Sl.101.3,7).
Samuel pode fazer um governo justo e honesto porque levou o povo a voltar-se para Deus e a abandonar os deuses falsos que nada podiam fazer por ele. E, principalmente, porque entendeu que o governo na verdade pertencia ao Senhor, sendo ele apenas o instrumento humano usado pelo Senhor para exercer esse governo. Quando os governantes reconhecem que Deus é o Senhor da história, e que o destino de todas as nações está nas suas mãos, abandonam sua autossuficiência e seu orgulho e buscam em Deus a sabedoria para governar com justiça e com retidão.
Iniciamos com uma pergunta, terminamos com outra: Qual de nossos políticos hoje teria a aprovação unânime – cem por cento – de todo o povo, como teve Samuel?
Pr. Sylvio Macri