PROFETA TAMBÉM FICA DOENTE (Sylvio Macri)

“Eliseu ficou doente da enfermidade que o levou à morte. Jeoás, rei de Israel, foi visitá-lo e, chorando por ele, exclamou: Meu pai, meu pai! Tu és como carro de Israel e seus cavaleiros!” (2Reis 13.14).

Há uns bons anos atrás tive uma ovelha que ficou doente mas não queria tratar-se. Fui visitá-la e perguntei-lhe a razão disso. “Crente não fica doente”, respondeu. Ela havia se convertido em uma igreja que ensinava essa mentira e passou lá longos anos, sendo intoxicada com esse e outros falsos ensinos. Citei para ela os vários casos registrados na Bíblia de servos de Deus que adoeceram, entre eles o de Eliseu.

Após sessenta anos realizando milagres poderosos, Eliseu não foi capaz de evitar sua própria doença e morte, pelo simples fato de que todos os seres humanos ficam doentes, e eventualmente morrem. A Bíblia só fala de dois que não morreram: Enoque e Elias. Os outros todos morreram, inclusive Abrãao, Isaque, Jacó, Moisés, etc. Mas a questão aqui é se crente fica doente ou não. A quem interessa ensinar isto?

A mesma “teologia” que afirma essa inverdade, também diz que crente não tem que ser pobre, não fica desempregado, não tem problemas familiares, não tem nenhum tipo de sofrimento, não tem doença mental, etc. Crente é, então, uma espécie de super-homem, imune aos problemas comuns de qualquer ser humano. Mas quando realidade bate à porta, vem a frustração e a decepção, e de quebra a perda de toda a fé.

Paulo Romeiro, pastor e pesquisador, escreveu, como resultado de sua tese de doutoramento, o livro “Decepcionados Com a Graça”, em que conclui que uma grande parte dos frequentadores dessas igrejas abandonam a fé e toda esperança de um dia voltar a tê-la, por não verem realizadas as falsas promessas e garantias que lá ouvem diariamente.

Outro Paulo, o apóstolo, afirmou: “Se a nossa esperança em Cristo é apenas para esta vida, somos os mais dignos de compaixão entre todos os homens.” (1Co.15.19).

Cá, com meus botões, eu pensei: Se um homem como Eliseu ficou doente, que direi eu?

Pr. Sylvio Macri