SE HOJE FOSSE ASSIM… (Sylvio Macri)

“Não se pedia prestação de contas daqueles a quem se entregava a prata para pagar os trabalhadores, porque eles agiam com fidelidade.” (2Reis 12.15).

Joás passou boa parte de sua infância vivendo escondido no templo de Jerusalém, porque sua avó, Atalia mandou matar todos os descendentes de seu próprio filho, para usurpar o trono de Judá. Jeoseba, irmã de Acazias, foi quem conseguiu esconder Joás no templo. Sendo ele o único herdeiro do trono que restou vivo, Joiada, o sumo sacerdote arquitetou um plano para proclamá-lo rei. O plano deu certo e, aos sete anos, Joás tornou-se rei de Judá e Atalia foi destituída e morta.

Evidentemente, ele não tinha ainda capacidade para governar. Quem governava de fato era Joiada. Joás amava o templo, que era como se fosse a sua casa, e se preocupava com a sua deterioração física. Por isso, quando chegou à idade de assumir o governo, uma de suas primeiras decisões foi a de reformar o templo, dando ordem aos sacerdotes de aplicar na obra as ofertas consagradas, o tributo do censo, as ofertas individuais e as ofertas voluntárias. Somente as ofertas pela culpa e pelo pecado seriam por direito destinadas aos sacerdotes.

Mas, decorrido o prazo para a obra, nada foi feito. Ou por incompetência ou por desvio dos recursos, os sacerdotes não cumpriram a ordem do rei. Este, porém, estava atento e cobrou uma explicação dos responsáveis. Mas resolveu agir também. Mandou fazer uma caixa para que ali, ao entrar no templo, o povo depositasse suas ofertas, e incumbiu seu escrivão e o sumo sacerdote de contar o dinheiro e repassá-lo aos administradores da obra, para que pagassem os salários dos carpinteiros e pedreiros contratados para executar a reforma.

Entretanto, um detalhe dessa narrativa desperta atenção: Não era preciso exigir prestação de contas aos administradores da obra de reforma do templo, porque eles eram honestos, eram corretos na aplicação do dinheiro. Como diz o texto, “eles agiam com fidelidade”. O que se deduz disso é que era evidente a aplicação dos recursos, era visível o andamento da obra.

Seria tão bom se pudéssemos afirmar a mesma coisa dos administradores públicos de hoje! Infelizmente, mesmo com prestação de contas, auditorias e outras providências, a corrupção grassa em todos os níveis de governo em nosso país. Oremos para que nossos administradores sejam fiéis no trato com a coisa pública.

Pr. Sylvio Macri