AS CINCO LINGUAGENS DO PERDÃO (Oswaldo Jacob)

O perdão é a capacidade de relevar a ofensa, zerando a dívida que alguém tinha conosco. O Senhor Jesus nos ensinou sempre a perdoar, a tratarmos os outros com amor e não resistirmos ao perverso. O perdão é a capacidade de restaurar relacionamentos quebrados pelo ódio, incompreensão, ressentimento, rejeição e inveja. Diante desta realidade, é preciso destacar as cinco linguagens do perdão que, certamente, nos ajudarão em nossos relacionamentos. São cinco verbos que devem ser conjugados diariamente.

A primeira linguagem éesquecer. É possível relevar o agravo. Quando perdoamos, não mais nos lembramos negativamente do mal que nos fizeram. Este não tem mais preponderância para nós. Não mais nos acompanha. Não é mais peso para nós. É muito saudável liberar perdão. O ato de perdoar está ligado à obra de Cristo na cruz e na ressurreição. Lá da cruz, Ele nos perdoou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. Então repartiram entre eles as suas roupas, tirando sorte sobre elas” (Lc 23.34).O perdão de Jesus é incondicional. Esta é a base para o nosso perdão. O que isto significa? Quando estamos crucificados com Cristo perdoamos com o Seu perdão. Esquecemos a ofensa e lembramos sempre de amar a pessoa que nos ofendeu. Esquecer o agravo e lembrar sempre de amar o próximo com o amor do Senhor. Alguém disse: “Perdoe ou pereça”.

A segunda linguagem éencorajar. Devemos sempre encorajar, motivar os que nos ofenderam. Todos aqueles que foram perdoados, recebem  uma palavra de encorajamento. Na verdade, o próprio perdão é um encorajamento para restaurar o ofensor. O Senhor é o nosso encorajador sempre. Ele está perto, muito perto, de todos os que O invocam e o fazem em verdade. O encorajamento renova as forças e ajuda na caminhada cristã. Ajuda-nos a não repetir o erro. O Senhor Jesus  disse à mulher que foi pega em flagrante adultério: “Vai e não peques mais” (João 8.11).

A terceira linguagem érestaurar. O Senhor é especialista em restaurar. “Ele dá força ao cansado e fortalece o que não tem vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão suas  força; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fatigarão” (Is 40.29-31). Experimenta restauração quem crê na suficiência de Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Uma pessoa alquebrada pelo perdão é restaurada em Cristo Jesus. Foi assim com o filho chamado pródigo. Ao voltar para casa arrependido, o pai o recebeu com amor, dizendo aos seus servos: ”Trazei depressa melhor roupa e vesti-o; ponde-lhe o anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o melhor bezerro e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; havia se perdido e foi achado. E  começaram a se alegrar” (Lc 15.21-24). Esta é a atitude do Deus de amor que nos perdoou e nos salvou em Cristo Jesus.  Onde o perdão é liberado, a restauração, o amor, a alegria, a paz e a humildade são abundantes. O perdão é um remédio eficaz na cura de relacionamentos doentios. É a reconstrução da ponte destruída pela ira, pela amargura e pelo ódio.

A quarta linguagem é desafiar. A pessoa que perdoa e a perdoada devem andar juntas no projeto de Deus de viverem relacionamentos saudáveis para o testemunho do evangelho. O Reino de Deus é um reino de amor e perdão; graça e misericórdia; verdade e justiça.  Quando aceitamos o desafio do perdão, nós crescemos. Desafiar é motivar, buscar a excelência, vencer limites e atingir o alvo com consciência de missão. Aquele que perdoa e o que é perdoado são desafiados a sempre agirem com o amor de Cristo.  O desafio é duplo: pedir perdão e perdoar. Jesus ensinou o grande desafio de perdoar 70X7. Muito além da tradição e do legalismo. A pessoa que experimenta o perdão tem sempre o desafio de perdoar.

A quinta linguagem é quebrantar. Quando se perdoa e se recebe o perdão acontece o quebrantamento. O Senhor não despreza o coração quebrantado e contrito. Esta foi a experiência de Davi quando pecou e foi confrontado pelo Senhor através do profeta Natã. O Salmo 51 é uma preciosa peça de arrependimento e confissão do rei Davi.   A pessoa cujo coração é íntegro, que reconhece o seu pecado em profundo arrependimento, agrada ao Senhor. O Senhor não despreza um coração quebrantado e contrito (Sl 51.17). Para que haja perdão, as pessoas envolvidas devem estar humilhadas diante de Deus.  

Essas cinco linguagens do perdão fazem parte do vocabulário do cristianismo autêntico. O amor é o oxigênio do Reino de Deus. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta e jamais acaba (1 Co 13.4-8). Ao conjugarmos o verbo amar, o perdão é uma resultante natural. Só perdoa verdadeiramente quem conhece o amor de Cristo, Aquele que nos perdoou na cruz. Crucificados com Ele, perdoamos incondicionalmente. Fomos perdoados para perdoarmos sempre. Na oração do Pai Nosso, o Senhor Jesus nos ensina: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6.12). Paulo, o apóstolo, nos ensina: “Pelo contrário, sede bondosos e tende compaixão uns para com os outros, perdoando uns aos outros, assim como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Então, vivamos as linguagens do perdão que vem de Deus.