O FIM VEM! (Sylvio Macri)

“E a palavra do Senhor veio a mim: Ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus à terra de Israel: O fim está chegando! Vem sobre os quatro cantos da terra!” (Ezequiel 7.1,2).

O fim vem! Esta advertência do profeta é repetida umas dez vezes nesse capítulo 7 do livro de Ezequiel. A reiteração foi necessária porque havia uma crença ilusória por parte dos judeus de Jerusalém, a cidade eleita por Deus, era inexpugnável, jamais seria vencida. Mas agora “a espada está fora, e a praga e a fome estão dentro; o que estiver no campo morrerá pela espada; e o que estiver na cidade, a fome e a praga o devorarão. Todas as mãos se enfraquecerão e todos os joelhos se tornarão fracos como a água.” (Ez.7.15,17).

Nos tempos do profeta Isaías, 150 anos antes, Senaqueribe tentara invadir Jerusalém e teve o seu exército dizimado, mas agora Deus não tinha mais paciência. “Para Ezequiel, a destruição de Jerusalém era um ato de intensidade quase apocalíptica; era uma culminação trágica, porém necessária, de séculos de pecado humano e longanimidade divina. O padrão não poderia repetir-se para sempre; para Deus ser consistente, teria de parar tudo em certa altura.” (John B. Taylor, Ezequiel – Introdução e Comentário, Ed. Vida Nova, SP, 1984, p.86).

A crença de que Israel era o povo eleito de Deus e de que Jerusalém era o trono de Deus na terra, funcionava para os judeus como uma licença para cometer todo tipo de desatino moral e espiritual. Todos os dez mandamentos da Lei do Senhor, estavam sendo continuamente quebrados, pois ao abraçarem as abominações idólatras, o resultado foi adultério e desonra da família, roubo, assassinato, traição, injúria, deslealdade e cobiça desenfreada. “A vara floresceu” (v.10), isto é, chegou o tempo do julgamento de tudo isso.

“Ezequiel foi o profeta mais escatológico do Velho Testamento, e não será demais atribuir-lhe aqui uma visão do fim de tudo. Deus, num sentido restrito era o Deus da nação, mas no sentido moral ele é o Deus de todo o mundo, e, onde houver pecado, ali haverá juízo.” (Antônio Neves de Mesquita, Estudo no Livro de Ezequiel, JUERP, RJ, 3ª.Ed, 1987, p.39). Infelizmente a pregação escatlógica está quase desaparecendo de nossos púlpitos. O foco tem sido o bem estar aqui e agora, mas o fim vem, e então não haverá mais nenhum bem estar, e sim o fogo do juízo divino.

Pr. Sylvio Macri