QUEM É COMO O DEUS DE AMOR? (Sylvio Macri)

“Quem é Deus semelhante a ti, que perdoas a maldade e te esqueces da transgressão do remanescente da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque ele tem prazer na misericórdia.” (Miquéias 7.18).

O significado do nome Miquéias é “quem é como o Senhor?”, e ele encerrou seu livro com uma doxologia que se inicia com um trocadilho com seu nome: “Quem é semelhante a ti?” A principal razão dessa pergunta não é tanto a grandeza e o poder do Deus Criador de todas as coisas, e nem as maravilhas  que havia operado na história de seu povo, mas o fato de ser o Deus do perdão, que não retém a ira, mas tem prazer na misericórdia. O Deus de amor, que se mantém fiel às promessas do passado.  

As figuras poéticas usadas por Miquéias são poderosas: “pisarás as nossas maldades”, “lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” (v.19). O contemporâneo de Isaías, que profetizou principalmente durante o reinado de Ezequias, havia pintado uma quadro desolador dessa época. Apesar da prosperidade material, a iniquidade havia permeado toda a nação: os líderes eram corruptos, os sacerdotes ensinavam por interesse e os profetas adivinhavam (“revelavam”, como diz hoje) por dinheiro.  Quem poderia perdoar tanto pecado  senão o Deus da graça?

E é justamente este mesmo Deus da graça a nossa esperança hoje, diante da situação de miséria moral e espiritual em que vive a humanidade. O mesmo Messias que Miquéias profetizou que nasceria em Belém, mas que existia desde a eternidade (Mq.5.1), precisa ainda nascer nos corações de milhões e milhões de seres humanos que anseiam pela paz verdadeira, cujos pecados precisam ser lavados no seu sangue preciso. Nossos contemporâneos precisam saber do Deus de amor que deu seu Filho para nos resgatar condenação do pecado e dar-nos a vida eterna.

Pr. Sylvio Macri