“Pois sabemos isto: a nossa velha natureza humana foi crucificada com ele, para que o corpo sujeito ao pecado fosse destruído, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto foi justificado do pecado.” (Romanos 6.6,7)
Nos capítulos 5 e 6 da Carta aos Romanos o verbo “morrer”, o substantivo “morte” e os adjetivos “morto” e “mortal” aparecem 27 vezes no total, indicando que esse é o assunto desses dois capítulos, daí o título acima, que parece redundante, mas não é. O que quero dizer é que a morte à qual estávamos condenados por causa do nosso pecado (Rm.6.23) foi sofrida por Jesus na cruz em nosso lugar, e que, por outro lado, quando aceitamos e cremos que ele morreu por nós, também morremos simbolicamente com ele, e simbolicamente ressuscitamos com ele para uma nova vida. É isso que Paulo ensina aqui nessa parte da Carta aos Romanos.
Diz Paulo: “Assim como o pecado entrou no mundo por um só homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, pois todos pecaram.” (Rm.5.12). Mais à frente Paulo mostra todo o desespero que essa condição traz ao ser humano: “Desgraçado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?” (Rm.7.24). A resposta é: Jesus Cristo! Ele morreu por nós quando não havia nenhuma esperança para nós. Éramos inimigos de Deus, mas fomos reconciliados com ele pela morte de seu Filho na cruz, cujo sangue ali derramado nos lavou e propiciou a justiça divina, que exigia a nossa morte. Assim, “por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que produz vida” (Rm.5.18).
Mas Paulo continua e completa, dizendo que todos nós que fomos batizados com Cristo, fomos batizados na sua morte: “Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, andemos nós também em novidade de vida.” (Rm.6.4). A figura do batismo usada por Paulo é a imersão. O batismo simboliza morte do crente para o pecado (imersão completa nas águas batismais) e sua ressurreição para uma nova vida (emersão ou levantamento completo das águas batismais). Morremos simbolicamente com ele naquela cruz, e simbolicamente mortos, já pagamos a pena do pecado. Estamos livres para viver. Por isso Paulo exorta: “Considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.” (Rm.6.11).
Nossa morte seria a nossa derrota, mas Jesus a sofreu por nós. Entretanto a morte de Jesus é a nossa vitória, pois ela nos traz vida. “Já estou crucificado com Cristo. Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (G.2.19b,20)
Pr. Sylvio Macri