PROMESSA = FÉ; LEI = OBRAS (Sylvio Macri)

“Pois se a herança provém da lei, já não provém mais da promessa, Mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.” (Gálatas 3.18).

Deus prometeu a Abraão que dele faria surgir uma grande nação, à qual daria a terra de Canaã, e por meio dele abençoaria todas as nações da terra. Mais de quatrocentos anos depois, o que temos é, de fato, uma nação de descendentes de Abraão, mas uma nação de escravos, vivendo no Egito. A fim de cumprir definitivamente sua promessa, Deus chamou Moisés, por meio do qual libertou esse povo da escravidão no Egito e o levou para Canaã.

Também por meio de Moisés Deus lhes deu a Lei, um estatuto para reger sua vida material, moral e espiritual.  Tudo o que Deus concedeu ao povo israelita foi em cumprimento da promessa feita a Abraão, repetida a todos os seus descendentes, mas Paulo afirma que, em última instância, a promessa somente foi cumprida por meio de Cristo. Entretanto, os falsos mestres judaizantes surgidos nas igrejas da Galácia diziam que a promessa somente seria efetivada se os cristãos gálatas se submetessem à Lei.

Ora, existe uma incompatibilidade natural entre a promessa e a lei. Esta diz respeito ao que podemos e devemos fazer, mas aquela diz respeito ao que somente Deus pode fazer e que esperamos que ele faça. A lei opera por meio das obras, a promessa opera por meio da fé. Portanto se para me tornar herdeiro de Abraão só preciso crer na promessa Deus, não tenho mérito nenhum, sou objeto da sua graça. Mas, se para ser herdeiro de Abraão preciso cumprir a lei, o mérito é meu.

Contudo, Paulo diz que a lei não é contrária às promessas de Deus, pois na verdade nos conduz a Cristo (Gl.3.21-24). A lei cumpre sua função ao mostrar ao ser humano quão pecador ele é, mas infelizmente não pode conceder vida. O que ela traz é uma sentença de morte. Assim, ela acaba nos levando ao único que pode dar vida, Jesus Cristo, e à única maneira de receber essa vida, a fé em Cristo. Pela fé é que somos herdeiros de Abraão, “homem que creu” (Gl.3.9).

Pr. Sylvio Macri