“Ouvimos dizer que alguns entre vós vivem desocupados, não querem trabalhar e se intrometem na vida alheia. A esses, porém, ordenamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando em paz, consigam o próprio pão.” (2Tessalonicenses 3.11,12).
Na igreja de Tessalônica apareceram alguns espertalhões que, sob o pretexto de que Jesus estava prestes a voltar, deixaram de trabalhar para, supostamente, “vigiarem e orarem”. Contudo, não deixaram de comer, beber e vestir. O argumento é até simpático: ninguém sabe quando Jesus voltará; pode ser hoje, amanhã ou depois de amanhã; se a gente se envolver com afazeres deste mundo, corre o risco de não vigiar e orar. O problema é por trás desse argumento descobrimos a esperteza de pessoas que não gostavam de trabalhar.
Paulo usou seu exemplo para ensinar os tessalonicenses: “Vós mesmos sabeis como deveis nos imitar, pois quando estávamos entre vós não vivíamos desocupados, nem comíamos de graça da comida de ninguém; pelo contrário, trabalhávamos dia e noite com esforço e fadiga para não ser um peso para nenhum de vós, não porque não tivéssemos direito, mas para que nós mesmos vos déssemos exemplo, para nos imitardes. Quando ainda estávamos convosco, vos ordenamos que se alguém não quer trabalhar, também não coma.” (2Ts.3.7-10).
O apóstolo tinha um certo orgulho de ser financeiramente independente das igrejas que fundou (1Co.9.15). De fato, a única igreja da qual recebeu e aceitou ajuda foi a de Filipos, com a qual tinha uma relação especial no que tange a dar e receber. Cremos que havia três razões para isso: primeiro, ao plantar uma igreja precisava previamente ter garantido o seu sustento, o que lhe era possível por ser um artesão tecelão de tendas; segundo, para evitar maledicência e presunção de possíveis mantenedores; e terceiro, para ser mesmo um exemplo para os fiéis.
Hoje em dia também encontramos pessoas desocupada nas igrejas. Sob várias desculpas, elas preferem viver com uma pequena ajuda dos irmãos do que trabalhar. As igrejas precisam ter muita sabedoria para discernir entre os desocupados e os que realmente precisam de ajuda. Por outro lado, os líderes, a partir dos pastores precisam ser exemplo de pessoas trabalhadoras. O ensino de Paulo continua valendo: Quem não quiser trabalhar que também não coma. Porque igreja não é lugar de desocupados.
Pr. Sylvio Macri