O NOSSO PRAZER EM DEUS (Oswaldo Jacob)

Onde está o nosso prazer, a nossa satisfação ou o nosso contentamento? Esta é uma pergunta pertinente. Sabemos que o homem natural tem prazer nas coisas, nos bens materiais, que podem ser vistos e tocados. Há um sentido meramente humano e egoísta de pertencer, de posse. É uma possessividade latente, característica da natureza humana. É a natureza de Adão em ação. Porém, nós, os crentes, que possuímos a natureza de Cristo, temos prazer no Senhor e nas coisas que não podem ser vistas com os olhos físicos, mas com os olhos da fé. É sabido que o justo por sua fé viverá e que, sem fé, é impossível agradar a Deus (Cf. Rm 1.17; Hb 11.6).
 
O salmista nos ensina: “Deleita-te ou agrada-te no Senhor e ele satisfará os desejos do teu coração” (37.4).  O Senhor é a fonte da nossa satisfação. Toda a boa dádiva e todo dom perfeito vem do Pai das luzes em quem não há sombra de variação (Cf. Tg 1.17). Quando estavam na prisão em Filipos, Paulo e Silas cantavam hinos de louvor a Deus. Por que razão? Porque o Senhor era o prazer deles. O Senhor estava neles, sobre eles e por eles. O Senhor era a prioridade deles. Quando estava preso em Roma, Paulo ensinou aos irmãos em Filipos a se alegrarem no Senhor (Cf. Fil 4.4). O Senhor é a fonte, o meio e o fim da nossa alegria, do nosso regozijo.
 
O prazer de José do Egito não era a mulher de Potifar, o governo do Egito, mas o Senhor. Todo o seu deleite estava em Javé. Quando o Senhor é o nosso prazer nos submetemos à Sua vontade. Sabemos que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Cf. 12.2). Então, fazer a vontade do nosso Pai é deleite, prazer e contentamento. Quando o Senhor é o nosso prazer não nos importamos se as pessoas nos dão ou não atenção, nos consideram ou não. O Senhor é a nossa alegria plena.
 
Mas quando o mundo é o nosso prazer, vivemos no pecado, na desobediência. O nosso prazer em Deus é fruto da vida que recebemos dEle. Esta vida busca a semelhança com Ele. Aspira a santificação (Cf. Hb 12.14). João nos ensina que quem ama o mundo o amor do Pai não está nele (Cf. 1 Jo 2.15-17). O que se deleita na vontade de Deus permanece para sempre.
 
O nosso prazer em Deus nos leva a adorá-lo em espírito e em verdade (Cf. João 4.24). A engrandece-lO em todo o tempo. A glorificar o Seu nome em tudo o que fizermos (Cf. 1 Co 10.31).  A nossa satisfação em Deus revela a Sua grandeza e a Sua majestade. Mostra nitidamente a nossa pequenez, o quanto somos frágeis, vulneráveis. Aquele que tem prazer em Deus não vive murmurando, praguejando, mas agradecendo. Sabemos que a gratidão é a música da alma tributada ao Senhor.
 
O nosso prazer no Senhor é pedagógico, educativo e nos amadurece para o enfrentamento das tempestades da vida. Ensina-nos a reagir na perspectiva do Senhor. Ensina-nos a ser mansos e humildes de coração (Cf. Mt 11.29). O prazer em Deus deve ser o coração das nossas atitudes e das nossas ações, das nossas escolhas em todo o tempo. Deve governar as nossas preferências. Ser a base das nossas motivações. O nosso deleite em Deus faz nossas almas descansarem. É o descansar no Senhor e esperar nEle (Cf. Sl 37.7).
 
O nosso prazer em Deus revela a nossa dependência dEle (Cf. João 15.5). Que O amamos. É prova de obediência. O segredo de uma vida feliz é o prazer nEle como nos ensina Jesus ao dizer: “Bem-aventurados sois, quando vos insultarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, pois a vossa recompensa no céu é grande; porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.11,12). Seja qual for a circunstância que Ele seja sempre o nosso prazer!